Capítulo 28

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John.

Parte do meu trabalho é supervisionar tudo o que os outros fazem. Segundo meu pai, eu tenho que ser atento a tudo, e mostrar pulso firme, ele dizia que era muito amigo dos funcionários, e que isso não poderia funcionar quando eu assumisse a empresa daqui a um ano. Eu sempre tento fazer tudo direito para não desaponta-lo. Meu pai confia muito em mim, e eu me sinto muito orgulhoso por isso.

Meu pai fundou a empresa quando tinha apenas vinte e um anos. Na época ele não tinha dinheiro, não tinha casa, ele tinha apenas minha mãe e um grande sonho na bagagem.

Aos dezenove anos antes de se tornar o homem influente que é agora, ele conheceu minha mãe, e segundo ele foi amor à primeira vista. Eu realmente achava tudo isso uma besteira. Eu já havia conhecido muitas mulheres em meus vinte e cinco anos, mulheres por quem me senti atraído, por quem tive mais do que um simples interesse, mulheres a quem eu não queria nada mais do que apenas uma noite. Eu não acreditava no amor, meus únicos dois relacionamentos sérios não foram baseados nisso.

Foram baseados em necessidades, e em que elas poderiam me proporcionar. Mas não amor. Nunca amor.

Com a Alice era uma questão de ter alguém para dar uns amassos quando os trabalhos da faculdade ameaçassem torrar meu cérebro. E para ser sincero era conveniente para nós dois. Noites entediantes de estudos acabavam sempre de um jeito bem mais agradável.

Bem, ela não reclamava, ela fazia outras coisas... E eu gosto de pensar que ela estava me agradecendo com palavras incoerentes enquanto jogava a cabeça para trás, em uma noite escura de quarta-feira, depois de estudar por mais de quatro horas, sem pausa. E eu de um certo modo precisava agradecer também.

Com a Kate não era bem um relacionamento. Não era o que eu queria, porém não incomodava tanto, era um jeito da minha mãe me deixar em paz, e um jeito de ter alguém sempre a minha disposição. Minha mãe estava naquela fase de preocupação com as mesmas broncas, como:

- O que você pensa que está fazendo da sua vida? - Em lágrimas.


Eu nunca suportei vê-la chorar, e ainda mais por  mim...

Ela não entendia o quanto era chato, estudar, e estudar. Eu nunca precisei trabalhar para pagar minha faculdade, não reclamo por isso. Muitos dos meus colegas tinham que ralar e muito para se formar. Mas além de manter a cabeça nos estudos eu precisava mais que tudo me distrair, me livrar um pouco de toda aquela pressão. E eu conseguia fazer isso com Mark. Em lugares diferentes todas às noites. Mulheres diferentes, acordando em camas diferentes e às vezes com rostos diferentes em minha própria cama. Minha mãe começou a achar que se eu tivesse alguém do meu lado essa fase passaria. Mas qual é! Eu tinha dezoito anos! Eu queria me divertir! Ela não entendeu isso. No final, quem ela arranja para ficar pendurada em meu pescoço? Uma maluca cabeça de vento!

Meu namoro com Kate foi marcado por inconveniências. Na maior parte do tempo eu não tinha saco para olhar para a sua cara, e nem a minima vontade de ouvir sua voz. Ela não era o tipo de garota que me atraia. Nunca gostei de garotas fúteis e mimadas, mas claro que ela já havia percebido isso, então ela arranjava um jeito de me fazer olhar para ela. Tipo, tirando a roupa. Porém, o engraçado é que as lembranças mais felizes que eu tenho do tempo em que estávamos juntos eram quando ela viajava com sua mãe, e eu podia ficar finalmente sozinho. Isso já era um claro sinal de que nós dois não daríamos certo. Ela por outro lado parecia completamente cega à esses sinais, e completamente cega a minha infidelidade. Claro que eu me sentia um merda. Mas ela tinha sua parcela de culpa.

Sob Minha PeleOnde histórias criam vida. Descubra agora