Capítulo 45

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Mel.

Alguns meses depois...

Passaram-se cinco meses desde que eu dei a luz, e nesses cinco meses não recebi nenhuma ligação de John, nenhuma noticia. Isso me faz pensar que ele desistiu, e eu deveria estar feliz com isso. Afinal, não era isso o que eu queria?

Sim!

Então porque me sinto mal com isso? Não tenho o direito de pensar que ele desistiu de mim e de Max, porque ele nem ao menos sabe de sua existência.

Apesar de pensar muito no assunto, e em tudo o que aconteceu naquelas duas semanas, eu já me acostumei à ideia. Me acostumei a pensar que ele não é mais meu. E gosto de pensar que ele está feliz aonde quer que ele esteja. Isso me ajuda a trazer paz para o meu coração e para a minha consciência.

Max está cada vez mais esperto, e já me reconhece. O sorriso em seu rostinho e o brilho em seus olhos verdes me dizem que sim. As primeiras semanas com um bebê recém-nascido foram complicadas, mas nada que eu não me virasse, e eu tive muita ajuda tanto de Ana, quanto de Julia. Mas eu já peguei seu ritmo. Já conheço todas suas manhas. Cada dia que passa ele se parece mais com John. Acho isso incrível, e olhando para ele, eu não posso deixar de pensar no quanto ele se sentiria orgulhoso por ter um filho.

As coisas pareciam estar se encaixando, e eu não poderia estar mais feliz por ter meu filho em meus braços, mas assim como eu já deveria estar acostumada, minha vida não é um mar de rosas.

Há algumas semanas meu avô teve uma recaída, e eu tive que sair às pressas para levá-lo ao hospital. Ele fez alguns exames, mas não tivemos bons resultados, então doutor Carlos achou melhor que ele ficasse em observação. Ele ficou dois dias internado, e eu me intercalava, e me dividia em três para ficar com ele no hospital, cuidar dos assuntos do restaurante, e cuidar de Max que tinha apenas alguns meses, e eu ainda o amamentava. Mas a correria e o estresse foram tanto para mim que meu leite acabou secando. Fiquei triste, mas por outro lado foi um alivio, pois eu não precisaria mais tirar leite.

Meu avô voltou para casa, mas precisou ficar de repouso, não preciso dizer que ele odeia ficar em repouso. Mas é necessário.

— Está confortável aqui? – Pergunto ajeitando seu travesseiro.

Ele bufa irritado.

— Eu odeio ficar aqui sem fazer nada. – Mesmo ele tentando ser durão, eu percebo pelo som da sua voz o quanto ele está fraco, e isso faz algo se quebrar dentro de mim.

— Você quer que eu arranje alguma coisa? – Pergunto querendo deixá-lo o mais confortável possível.

— Você já está fazendo bastante. – Ele diz apertando minha mão. Seu aperto antes firme agora está fraco. E eu me seguro para não me desmanchar em lágrimas outra vez.

— Qualquer coisa vovô. – Digo apertando suas mãos na minha. – Qualquer coisa me chame.

Ele me dá um sorriso fraco.

— Pode deixar.

— Quer que eu traga Max para ficar com você? – Pergunto. Sei o quanto ele fica alegre quando Max está por perto. E eu também sei o quanto ele ama meu filho. – Julia estava dando banho nele, provavelmente ele irá dormir agora.

Um sorriso rasga seu rosto.

— Traga ele! – Diz animado. – Vai começar os episódios do nosso programa!

Como meu avô passa muito tempo repousando e Max sendo um bebê não dá praticamente nenhum trabalho, eu venho deixando ele com meu avô. Segundo meu avô ele adora os episódios antigos do Batman. Eles dois ficam aqui tranquilos e eu posso trabalhar sem me preocupar.

Sob Minha PeleOnde histórias criam vida. Descubra agora