Capítulo 11

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Mel.

O movimento acabou no restaurante. Quando eu passo pela porta Julia está terminando de retirar os pratos.

– Desculpa. - Digo com um sorriso timido no rosto. - Te deixei sozinha. – Digo sem graça.

Seus olhos vão de mim para John. Ela está olhando nossas mãos entrelaçadas. Ela sorri. Ela gosta do que me faz feliz. John me faz feliz. Ela gosta de John.

– Tudo bem. Hoje foi devagar. Se fosse em uma sexta ai sim você teria problemas comigo. – Ela diz se fazendo de brava.

John me abraça.

– Acho que eu a atrasei. – Ele está beijando o topo da minha cabeça.

Sorrio.

Por que me sinto tão feliz em seus braços?

Por que fico tão feliz quando ele demonstra que gosta de mim?

Que quer cuidar de mim!

– Vamos, vou te levar na cozinha. - Digo chamando sua atenção. - Eu arrumo alguma coisa pra você lá. Você precisa comer!

Enquanto eu o puxo pela mão posso ouvir os risinhos da Julia.

Quando chegamos na cozinha ainda possos sentir o cheiro da pasta maravilhosa que Julia havia feito. Foi o prato principal do dia.

– Pode sentar ai. - Aponto para a cadeira. - Eu te sirvo.

– Sim senhora. – Ele brinca achando graça da situação.

Depois de servi-lo, sento em frente à ele na pequena mesa que temos dentro da cozinha.

– E então, como anda o trabalho? – pergunto querendo puxar assunto.

– Tudo bem. - Diz enquanto agarra os garfos.- Tivemos uma reunião essa manhã para falar sobre as terras. E ainda não se decidiram.

– Decidiram? – Pergunto confusa. – Decidiram o quê?

Achei que já estivesse tudo certo. Eu vi as máquinas nos campos, e todo o trabalho que estão tendo.

Ele engole em seco e seus olhos estão em mim.

–Eles ainda não sabem se vão fazer as construções. - Suz voz sai baixa e receosa.

Ele avalia a minha reação. Isso me deixou alerta. Tenho medo do que isso significa. Tenho medo de que signifique que ele já vai embora.

– Como assim? – Medo me invade.

Ele está indo embora?

– Se decidirem por fazer, o que eu ainda não tenho certeza, eu devo ficar aqui por um bom tempo. Talvez alguns meses. – Seus olhos me filmam. - Se eles decidirem que não. Vamos embora na outra semana. – Ele diz num fio de voz.

Ele segura minhas mãos por sobre a mesa.

Eu não sei porque me sinto tão mal, porque sinto uma tristeza enorme. Não deveria ser assim. A menos de quatro dias eu nem ao menos o conhecia. Por que agora eu tenho medo de que ele se vá, para nunca mais voltar?

– Eles ainda não sabem. Eu estou monitorando tudo. – Ele me tranquiliza. - Essas coisas acontecem - ele dá de ombros - qualquer coisa que acontecer você irá ser a primeira a saber.

Aceno com a cabeça para ele.

– Não quero te ver triste. – Ele acaricia minha mão. Coloco minha mão sobre a sua. - Era disso que eu tinha medo. - Ele suspira.

Sob Minha PeleOnde histórias criam vida. Descubra agora