Capítulo 32

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John.

Tudo aconteceu tão rápido. Nós brigamos, fizemos as pazes e brigamos de novo. Minha cabeça está a mil e ainda não caiu a ficha do que realmente aconteceu. E o que realmente aconteceu é que nós não vamos fazer as pazes. Nunca mais!

O que ela queria?

Que eu fosse embora e que ela ficasse aqui? Claro que não.

Como eu ficaria?

Eu não conseguiria ficar em paz sabendo que ele estaria tão perto dela e eu tão longe. Que ele iria poder vê-la a qualquer hora enquanto eu teria que me contentar com seus telefonemas.

Eu entendo o seu lado. Pelo amor de deus! Eu realmente entendo, mas ela também precisa entender o meu. Eu sou homem eu sei o que aquele imbecil espera. E isso me tira do sério.

Talvez tenha sido o melhor. Ela fez sua escolha. E não fui eu. Eu vou voltar para a minha casa e esquecer que tudo isso aconteceu, talvez demore um pouco, mas isso vai ficar para trás. Eu sei que vai.

Eu preciso esquecer!

O tempo ainda está nublado, porém a estrada parece ter melhorado um pouco.

Eu não quero pensar, eu não quero fraquejar. Mas seu rosto ainda está muito nítido em minha cabeça. Sua expressão triste e magoada vão me assombrar para o resto da vida.

– Você vai me dizer o que aconteceu? – Pergunta Mark pela milésima vez.

– Eu não quero falar sobre isso. Não agora. - Digo apertando meus dedos com força no volante.

– Bom, acho bom você querer falar sim. Você me fez fazer tudo as pressas para voltar para cá, ai está tudo lindo e maravilhoso e do nada estamos nós dois de novo na estrada, sem nem ao menos saber se vamos conseguir a droga de uma passagem em cima da hora! – Ele diz energético.

Eu sei que ele tem razão. Ele merece uma explicação, um motivo, mas até eu estou tentando formá-lo em minha cabeça ainda. É como um quebra cabeça, dificil demais de montar.

– Acabou. – Digo sentindo um nó na garganta.

– Acabou? – Pergunta Mark incrédulo. – Desse jeito? Vocês não estavam tão apaixonados? Você não disse que ela era a mulher da sua vida? Vai desistir desse jeito? - Ele parece chocado.

Eu não vou ser feito de idiota, e por mais que eu a ame isso eu não vou aceitar. Eu deixei bem claro o que eu esperava dela. Se existia alguma possibilidade de eu estar sonhando alto de mais, no minimo ela deveria ter me puxado para baixo, me feito acordar, e não me insentivar cada vez mais para cima. A queda de lá foi muito mais dolorosa. E eu não sei se um dia eu irei me recuperar.

– Não fui eu quem desistiu – enfatizo para ele – ela não quis. Ela preferiu ficar aqui.

– Ela disse isso? – Pergunta Mark com a sobrancelha arqueada. - Achei que ela estava contente.

Eu também achei.

– Não teria como dar certo com ela aqui e eu lá. – Digo nervoso já sentindo o auto controle fugir por entre meus dedos. – Eu quero ela perto de mim.

– Acho que você não está encarando bem a situação. Pelo o que eu entendi nós estamos voltando para Nova Iorque e a Mel não está conosco. Então ela não vai estar perto de você.

Essa frase faz meu coração sangrar. Como eu vou viver sem ela?

Eu preciso descobrir.

Eu não vou vê-la mais. A sensação é sufocante. Eu gostaria de poder arrancar meu coração e jogá-lo na estrada. Parar de sentir. Congelar qualquer coisa que me lembre dela, e de como ela me fez de idiota.

Sob Minha PeleOnde histórias criam vida. Descubra agora