Epílogo.

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Mel.

Algum tempo depois...

A luz fraca entrando pela janela me dá ainda mais preguiça de abrir os olhos. Foi uma noite difícil. Não conseguia arranjar uma boa posição para dormir. Não uma em que eu me sentisse confortável.

Passo uma de minhas mãos ao meu lado da cama, mas já como eu desconfiava, está vazia.

Bufo.

Espreguiço-me antes de me levantar. Caminho até o espelho enorme em cima da penteadeira. Escovo meu cabelo, deixando-o cair como uma cascata em minhas costas. Olhando o relógio vejo que já passa das onze da manhã.

Dormi demais.

Bom, pelo menos compensei a insônia da madrugada.

As janelas ainda estão fechadas, e as cortinas ainda não foram abertas. Sorrio. John com toda a certeza quis me deixar dormir até tarde. Ele foi muito atencioso ontem à noite. Ficando acordado comigo. Massageando minhas costas, e sussurrando em meu ouvido o quanto eu o faço o homem mais feliz do mundo.

Saio do quarto e caminho pelo longo corredor antes de descer as escadas atraída pelos gritinhos e risinhos mais fofos de todo o mundo. Hoje é o aniversário de quatro anos do Max. John passou a semana inteira se segurando para não dar o presente antes do tempo. Parecia até que ele estava mais ansioso que o próprio Max. Desconfio que ele não tenha esperado por mim para abrir o presente. Isso explicaria os risinhos vindos da sala.

— O que vocês estão fazendo? – Pergunto adentrando a sala.

Eles estão sentados no chão, enquanto decoram a bicicleta nova.

Fiquei preocupada quando John disse que a compraria. Meu ursinho ainda é pequeno. Mas para o meu alivio ele comprou junto todos os acessórios de segurança.

— Bom dia, meu amor. – Diz John se levantando com um largo sorriso no rosto.

— Olha mamãe. – Diz Max alegre sem tirar os olhos do seu presente.

— Achei que faríamos isso juntos.

— Não aguentei. – John dá de ombros se desculpando. – Ele estava animado, e ele pediu tanto por isso. – Murmura. Acaricia meu rosto com a ponta dos dedos, e sorri antes de falar. – Dormiu bem?

Sorrio completamente apaixonada.

— Dormi. Quando eu finalmente consegui pegar no sono eu dormi feito uma pedra.

John se inclina e deixa um beijo longo e molhado em meus lábios, e logo depois se abaixa e deixa outro beijo em minha barriga de quase nove meses de gestação.

Ainda me custa não sorrir feito uma idiota sempre que me lembro de sua reação quando eu disse que estava grávida. Foi uma surpresa. Nós não estávamos tentando ter mais filhos, mas também não estávamos não tentando. Nós pensamos:

Se acontecer, aconteceu.

Eu já o tinha visto radiante de felicidade muitas vezes, mas naquele dia, aquele olhar, aquele sorriso, fez meu amor triplicar mil vezes. Se ele já era atencioso demais antes, nem sei o que dizer sobre agora. John cuida de mim e de Max, e do nosso bebê que ainda não nasceu como seus tesouros.

— Como está o meu garotão agora? – Pergunta acariciando minha barriga.

— Acho que agora ele está mais quieto. Ele estava impossível ontem. Não me deixa dormir de jeito nenhum. Acho que ele já está louco para sair.

— Não vai demorar muito mais, não é? – Diz engolindo em seco.

Sempre que eu menciono o parto John fica branco como um giz. Fico imaginando o que ele fará quando realmente estiver acontecendo.

Sob Minha PeleOnde histórias criam vida. Descubra agora