Mimadinha.(#Wattys2016)

01.

Tanto fiz, que agora tanto faz.-Haikaiss.

Eu não queria repetir novamente, eu não ia repetir novamente. Não estou disposta a largar tudo pelo Rio de Janeiro, cresci em São Paulo, e quero morrer em São Paulo, mas, parece que isso nunca vai entrar na cabeça do meu pai.

-Caroline, você vai e ponto final.-Ele disse e bateu em sua mesa fortemente e bufou.
-Eu não vou.-Disse. Cruzei os braços e montei um bico que nem daqueles de criancinha.
-Filha, se você for eu permito você vir aqui em algum recesso. Prometo. Mas, se você continuar implicando, você vai, e ainda fica sem mesada ou alguma boa remuneração.-Ele disse e me olhou nos olhos.
-Ah, qual é, tá de zoas né ?!-Disse. Revirei os olhos e bufei.
-Não Caroline, eu não estou. Minha filha, vamos pra Copacabana, sonho de qualquer um praticamente, e você está fazendo nó em um laço rompivel.-Ele disse.
-Eu tenho um namorado, uma popularidade em tanta, e vários amigos aqui em São Paulo, e o senhor quer que eu largue isso tudo ?-Disse.-Não mesmo.
-Cansei Caroline, cansei mesmo, para de ser tão mimada. E me respeita, sou seu pai, e você vai e ponto final.-Ele disse alto, com certeza os empregados tinha escutado. Ele pegou o telefone fixo, e discou um número qualquer.
-Pra onde tu tá ligando ?-Perguntei curiosa.
-Pra onde alugam jatinhos.-Ele disse e colocou o telefone em seu ouvido.
-Pra que pai ?-Perguntei assustada.
-Pra reservar nosso jatinho. Eu poderia ir amanhã, pra você se despedir de seus amigos e namorado, mas você que preferiu assim. E nem vem me dizer que lá você vai ficar só, por que você não vai, lá você tem a
Atena.-Ele disse como se a Atena fosse boa companhia.

A Atena é a minha prima de 20 anos não diagnosticada de que é praticamente uma adulta, ela anda em bailes, em qualquer favela, sem se importar se ela pode ser assaltada, ou pegar alguma doença nesses lugares. Ela bebe tequila como ninguém, ela é uma completa ladra de salto. Eu gosto dela, ela é linda, parece uma boneca, a ruivez dela ajuda em 100%.

-Vá pra merda.-Resmunguei e me levantei.
-Aonde você pensa que vai ? Acha que terminei ?-Meu pai disse.
-O que tu quer ? Dizer que vou por que vou ? Okay, o senhor venceu, eu vou, agora não me enche.-Disse e saí batendo pé.

Entrei no meu quarto que nem um furacão, peguei todas as mala que tinha e joguei em cima da cama, abri todas e joguei minhas roupas, perfumes, jóias e tudo que me interessava. Parece que meu pai já programava essa viagem a tempos depois da morte da minha mãe.

Depois de arrumar as "minhas mudas", peguei meu celular pra ligar pra Júlia, com certeza a Camis estaria com ela.

A Júlia e a Camis são minhas melhores amigas. São um amor de pessoa.

-Alô ?-A Julia atendeu.
-Juh ? É a Carol.-Disse assim que ela atendeu.
-Oi Carol, o que manda ?-Ela perguntou.
-Tô indo embora amor, não sei quando volto.-Fui direto ao ponto.
-Como assim indo embora ?-Ela gritou.
-Calma, fala baixo em nome de tudo que é mais sagrado.-Disse e dei risada.-Então estou indo pro Rio de Janeiro, meu pai surtou, acho que já tá com a casa mobilhada e tudo mais.-Disse e me sentei na cama.
-Que chato Rol.-Ela disse.
-Pois é, dar a notícia pra Camis, por que agora vou ligar pro Gui.-Disse e me despedi.

Disquei o número do Guilherme mas deu caixa postal.
Passei a tarde tentando ligar pro Guilherme, mas, sempre dava caixa. Mas, desistir quando meu pai veio me chamar pra irmos.
Peguei minhas malas e entrei no carro, minha cara não estava das melhores, não disse um ai pro meu pai. Só fiz entrar e me calar.