Por Gustavo:
Enquanto subiamos o morro quietos e sem trocar uma palavra minha mente estava reproduzindo a parte em que a Carol chamava o Leandro só com o olhar, aquilo me magoou indiretamente, eu não vou demonstrar pro meu irmão, logo agora que estamos encamiando pra paz, é algo que devo fazer pela comunidade e por mim.
–Podemos tomar banho lá em casa e descermos pro hospital.–Sugeri pra quebrar o silêncio.
–Beleza então. –Ele topou. Ele não olhava em meu olho, só olhava cada canto da comunidade, não com o olhar de quando invadia a comunidade e sim com um olhar de lar.Não demoramos a chegar em casa, abri a porta e fui pro meu quarto e ele pro dele, sim, ele tinha um quarto, vivia trancado, com a chave atrás do quadro de surf dele, ele é apaixonado por surf. Ele só tinha vindo em minha casa uma vez, contada por sinal.
Entrei no meu quarto e fui direto pro banheiro, eu tinha que ir no hospital rapidamente e deixar um dos moleques pra limpar a sujeira, eu não estava preparado pra saber a quantidade de garotos que perdi.
Tomei um banho quente rápido, nem molhei o cabelo, vesti uma camisa preta qualquer e uma bermuda jeans que vi em cima da cama, calcei um chinelo qualquer também e saí. Como o Leandro ainda não estava pronto eu fui na cozinha comer algo, estava faminto, quando tudo começou eu nem tinha comido direito. Fiz um sanduíche rápido, e comi com um suco de maracujá. Não demorou muito e o Leandro já estava pronto, pegamos meu carro na garagem e fomos, no caminho liguei pro José tomar conta de tudo, eu confiava nele, quando saia eu e o Felipe ele tomava conta das coisas. Antes de chegar no hospital a Atena me ligou desesperada.–Cadê a minha prima seu desgraçado ? –Calma Atena, oxê. Ela tá no hospital, foi baleada.-–Expliquei calmo.
–Filho da puta, vou descer pra lá agora.–Ela resmungou mais um pouco e desligou a chamada.–Bem irritadinha essa ruiva hein..–O Leandro comentou.
–Prima da Carol né. –Disse e dei uma risada de rápida.
–Pois é. –Ele olhou pro movimento das pessoas que estavam passando e voltou a falar.–Queria voltar a falar com o meu irmão normalmente, não através de trocas de tiros. Hoje percebi que você não teve culpa do meu pai teve escolhido você pra cuidar da comunidade, e vi também que ele fez uma boa escolha.O que ? O meu irmão estava me pedindo desculpas ? O Leandro ? Essa é o melhor momento do ano, com toda certeza deste mundo. Meu irmão é orgulhoso, não dá o braço a torcer nunca, nem é em "quase nunca", é em nunca mesmo.
–Eu também quero o meu irmão de volta.–Dei um empurrãozinho nele com o ombro e ele sorriu de canto. Eu não via muitos motivos pra não perdoa-ló, foda-se se ele matou o Felipe, ele é meu irmão, e como eu, comete erros também.
–Agora vamos parar de mimimi né.
–Já parei, agora se você quiser começar a viadagem, seremos gays juntos.–Demos risada.
–Gustavo, Gustavo..–Ele sorriu de canto.Ficamos conversando o caminho todo, mas a conversa cessou quando chegamos ao hospital. A Atena já estava lá, e quando viu eu entrando com o Leandro ficou enfurecida.
–O que esse diabo tá fazendo aqui ?–Ele falou alto e em bom tom, o que fez as enfermeiras pedirem silêncio.
–Relaxa Atena.–Disse tentando acalma-la.
–Relaxa minha caceta porra.–Ela se sentou no puff bufando.
–Vim em nome da paz ruivinha.–O Leandro disse e se sentou.
–Quieta Leandro!–Revirei os olhos.–Vamos ao que interessa, noticias da Carol ?.
–Estava saindo da cirurgia quando cheguei, a Poly foi comer algo. E a Paloma vai ficar mais um tempo em cirurgia, pois a bala acertou uma região lá.–A Carol tentou explicar, entendi meio terço mas estava valendo.Ficamos lá mais ou menos meia hora quando um médico muito bonito por sinal veio nos dar notícias.
–Vocês são amigos da paciente Carol Tavares ?
–Sim, somos.–A Carol respondeu por todos.–Menos ele.–Ela apontou pro Leandro.
–Nossa, a paciente está estável, já acordou da cirurgia, a bala quase atravessa o arco aórtico, mas conseguimos fazer com que a cirurgia saísse um sucesso, enquanto a paciente Paloma Jorel, ela já saiu da cirurgia também, mas vai ficar respirando com ajuda dos aparelhos até acordar da mesma, pois a bala atingiu regiões muito perigosas. Enfim, a paciente Carol acordou pedindo pra ver uma pessoa.–Eu fiquei esperançoso de que ela se lembrou de mim quando acordou, eu já estava me levantando quando ele disse quem era.–Um tal de Leandro Paixão. Está presente ?
–Estou!–O Leandro se levantou no mesmo instante e eu e a Atena ficamos boquiabertos enquanto o Leandro sumia da sala de espera indo em direção aos quartos.Por Carol:
Levar um tiro não foi nada fácil, a dor, a angústia, o arrependimento, o medo, tudo se misturou no mesmo instante, quando fui levada pra sala de cirurgia surgiram esperanças, poucas mas surgiram, eu só queria fazer uma coisa quando saísse dali: beijar o Leandro. Era a minha meta, era o meu maior objetivo. Eu não estava me importando com o Gustavo, e nem com a Paloma, sei que estou sendo egoísta a tal ponto, mas eu acho que se eu não fizer isso, irei me sufocar, e morrer afogada por sentimentos e palavras não ditas.
Assim que acordei da cirurgia vi um medico passando meu pós-operatório, ele era gato até demais. Cabelos preto, branquinho, com seus 1,80 de altura por aí, olhos pretos, barba rala, e tal, era um verdadeiro partidão.–Olá moça, que bom que já acordou, as enfermeiras me disseram que seus amigos chegaram.–Ele me cumprimentou assim que viu que acordei.
–Olá, então, tem como o senhor chamar o Leandro Paixão ?–Fui direto ao ponto e sem delongas.
–Uau, bem rápida você. Primeiro vamos saber como se sente.–Ele sorriu por conta do meu jeito direto.
–Me sinto bem, sem dores, só uma pequena dor de cabeça. –Disse.–Estável o suficiente pra ver o Leandro doutor.–Resmunguei.
–Okay moça desesperada.–Ele sorriu.–Espera um minutinho.Ele saiu mas não demorou a voltar, quando voltou com o Leandro meu estômago deu um giro legal, e calafrios percorreram todo o meu corpo.
–Ooie, como se sente ?–O Leandro me perguntou assim que me viu.
–Vou deixar vocês dois à sós, dez minutos viu dona Carol ?!–O médico disse eu assenti acompanhada por um sorriso. O Leandro se aproximou ficando do lado da cama.
–Bem, mas ficaria melhor se eu fizesse logo isso.–O puxei pra um beijo no mesmo instante, o pegando de surpresa, nossos lábios se entrelaçaram rapidamente e nossas línguas dançaram uma melodia suave, me fazendo perder a noção de qualquer coisa que estivesse ao meu redor.SAFADAAAAAAAA! QUEM CONCORDA COMIGO ? JAKAKAAKAJAJ
JÁ QUE VOCÊS COMENTARAM BASTANTE NO OUTRO CAPÍTULO, RESOLVI ADIANTAR O LADO DE VOCÊS. DEGUSTEM E COMENTEM HAHAH!
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Mimadinha.(#Wattys2016)
Teen Fiction"Do que adianta ser patricinha e gamar num vagabundo ?" Mais uma história clichê, sim, clichê. Mas, dessa vez bastante diferente, dessa vez vai ser diferente, amores diferentes, confusões diferentes, problemas diferentes, inimigos diferentes, partic...