16.

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Por Carol:

A Atena ficou arrasada, no chão praticamente, inventei uma desculpa pra minha tia deixa-lá passar a noite na minha casa, o Gustavo disse que recebeu autorização do meu pai pra ficar conosco por essa noite, já que o Felipe morreu. Já era de tarde quando levamos a Atena para casa, ela tinha dormido, a deixei no meu quarto, ela não disse nada, estava presa em seus próprios pensamentos, sem contar que ela só chorava. Eu tentei conversar com ela, mas ela me cortava e dizia que já esperava por isso, só que não tão cedo, e que não queria conforto, isso me doía, por que ela era minha prima, e ela estava sofrendo, e eu não posso fazer nada. Deixei o Gustavo no quarto de hóspedes e fui tomar um banho, eu estava exausta. Tomei um banho gelado e vesti um shorth de flanela, digamos que o meu pijama de flanela, estava faminta, por isso só passei uma base e fiz um coqui frouxo no cabelo e saí. Fui na cozinha e fiz uma pipoca, acompanhada de brigadeiro, aproveitei e coloquei refrigerante, me sentei no sofá e dispensei as empregadas, logo, eu estava só com a Atena e o Gustavo. Apertei o botão da netflix assim que me sentei no sofá e selecionei Greys Anatomy, me joguei no sofá e comecei a comer minha pipoca.

–Se beijem otários, se beijem.–Falei irritada com uma cena em que a Meredith não beijou o Derek, pois super shippo esses dois. É o meu casal vinte.
–Os únicos otários que não se beijou foi a gente.–O Gustavo disse isso ao ver que o Derek e a Meredith tinha se beijado, acabei me engasgando feio com a pipoca e o idiota do Gustavo rindo.
–Para de rir, vai acordar a Atena.–Resmunguei.
–Foi mal, é que sua cara de surpresa foi cômica. –Ele disse e se sentou ao meu lado, e meteu a mão da minha pipoca.
–Hei, tá achando que isso é da ONG?–Perguntei irritada. Ele colocou a pipoca na boca de uma só vez, e lambeu os dedos, depois veio querendo coloca-los na minha bandeja pra pegar mais.
–Qual foi ?–Ele fraziu as sombrancelhas e fez beicinho, ele fica tão lindo fazendo careta, que louco.
–Tu não coloca essa sua mão nas minhas pipocas nem à pau.–Disse e afastei a bandeja da pipoca dele e ele fez beicinho por segundos e se pronunciou.
–Aah, larga de onda óh. –Ele passou a mão lambida no meu rosto e eu acabei derrubando as pipocas no chão na tentativa falha de tirar a mão dele do meu rosto.

Não me importei com a meleira esparramada no chão e segurei o braço dele, ele fez uma cara de revoltado e veio pra cima de mim, e acabamos caindo no tapete fofo do meu pai, dei risada da nossa cena patética e ele ficou me olhando com um sorriso de canto.

–O que foi ?–Perguntei com um sorriso no rosto.
–Você.–Ele respondeu e ficou calado por uns segundos.
–Achei que estivesse de mal comigo.–Desviei meu olhar do dele, pois calafrios começaram a percorrer todo meu corpo.
–Nunca, só estava tentando me fazer de difícil mesmo, já que você já me deu uns foras massa.–Ele se explicou e eu dei risada, corei no mesmo instante e fiquei o observando, até que ele veio se aproximando de mim devagar, quando nossas respirações estavam próximas ele lambeu minha cara. O empurrei e me levantei reclamando.
–Criança, otário, vagabundo, idioota.–Disse enquanto limpava meu rosto.–Nojento.
–Eu podia ter feito isso em outro lugar, mas você não deixou.–Ele se levantou e se limpou. Fiquei parada lá em pé, que nem uma trouxa, olhando pro nada. Ele tinha saído da sala. Idiota.

Eu não estava mais no pique de assistir, limpei as coisas e fui pro meu quarto, fiquei lá acordada, olhando pro teto, já era umas cinco da tarde, nada pra fazer, e o tédio reinando, por isso resolvi bater no quarto em que o Gustavo estava hospedado pra chamar-lo pra ir à uma praia.

–Oi ?–Ele estava com o cabelo bagunçado e com cara de sono.
–É, lhe acordei ?–Perguntei tímida.
–Não gata, o que foi ? É a Atena ?–Ele perguntou preocupado, e aquilo me deixou magicamente maravilhada com o jeito preocupado dele.
–Ah, não, ela dorme que nem um anjo, sou eu mesmo, estou entediada.–Disse e bufei.
–Entra ae, esse quarto que você reservou pra mim é maneiro, tem video-game, faz um tempo que não jogo, muitas responsabilidades na fita.–Ele deu espaço pra que eu entrasse e eu entrei, olhei e vi que não estava nada bagunçado, a única coisa bagunçada era uns videogames.
–Fitas ?–Perguntei exalando a gíria dele.
–Compromissos na minha vida.–Ele pegou um controle e me deu, e revirou os olhos.
–Melhorou.–Sorri fraco e me sentei numa cadeira virada pra TV.–Vem cá, e o enterro ?–Perguntei curiosa.
–Vai ser amanhã, tenho que ir na comunidade nestante.–Ele revirou os olhos e se sentou.
–Não gosta de ir até lá ?–Perguntei curiosa.
–Não é isso, é que eu não me vejo no poder sem o Felipe, e só em pensar que ele trabalhava pra meu irmão esse tempo todo, é meio estranho.–Ele se explicou e vi que ele gostava do Felipe, a amizade era verdadeira naquele ciclo.
–O perdooe então. Uma dose de perdão, e uma descarga de pesos.–O soltei uma piscadela e ele sorriu pra mim.

Mimadinha.(#Wattys2016)Onde histórias criam vida. Descubra agora