39.

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Por Carol:

–Carol, demorou hein.–A Poly disse sorridente enquanto colocava uma boa quantidade de amendoim em sua boca.
–Subi devagar, preguiça.–Disse enquanto ainda observava o Guilherme e a Camis sentados ali, como amiguinhos ou parte da família. Eu estava em puro êxtase.
–Hum, sente-se conosco, estamos conversando sobre como o Gui e a Camis se conheceram.
–Aham, sério?–Fiz cara de ironica e franzi as sombrancelhas, meu ceblante irônico era visível. –Também adoraria ouvir essa história. –Joguei minha mochila no chão e fui ao sofá, me sentei ao lado do Gustavo de frente pro Guilherme, eles estavam em êxtase também, olhando pra mim sem graça.
–Amor, a Camis é a prima de terceiro grau da Paloma, aí eles vieram nos fazer uma visitinha, eu não os conhecia, e me lembrei que eles é o casal do elevador.–O Gustavo me explicou e eu logo soube quem era a tal prima da Camis do Rio.
–Aham, pois é né. Belo casal, agora me falem lindos, como vocês se conheceram..–Coloquei minha mão em meu queixo e meu braço apoiei nas minhas pernas cruzadas. Os dois ficaram sem jeito, e inventaram uma desculpa esfarrapada.
–Já está tarde, temos que ir, prometo que venho aqui e contamos o que quiserem.–A Camis disse enquanto olhava seu celular disfarçadamente.
–Ahh, que pena, venham com mais tempo.–Disse com um sorriso amarelo estampado no rosto.
–Aham.–O Guilherme disse e se levantou.

Eles cumprimentaram todo mundo, e quando estavam na porta, me cumprimentou com um asceno, eu estava muito irônica hoje, me pegaram em um bom dia.
Quando eles saíram eu soltei a bomba.

–A Camis era minha melhor amiga, e o Guilherme meu ex, que me traiu com ela.–Disse sem paciência. –São dois patéticos.
–Oh meu Deus, juro que não sabia.–A Poly tentou se desculpar.
–Eu já superei, o Guilherme é moleque.–Disse e revirei os olhos.
–E a Camis uma infantil, mas enfim, são boas pessoas.–A Paloma disse.–Gus vou dormi.– Paloma se espreguiçou.–Rol, tu me fez um favorzão.–Eu dei risada. Dei um selinho rápido no Gustavo e fui pro quarto com minha mochila pendurada no ombro, e me joguei na cama, eu estava exausta.

Acordei com altos barulhos de tiro, não vinha barulho da casa, porém da comunidade o barulho era ensurdecedor. Me levantei as pressas e tirei a roupa do colégio e joguei no guarda-roupa, peguei um shorth e um moletom e vesti, saí do quarto a procura de alguém, pois os barulhos aumentavam, eu estava assustada, pois os barulhos eram diferentes de antes. Essa invasão não era comandada pelo Leandro. Não mesmo.
Desci as escadas e quando cheguei na sala estava tudo apagado, ascendi as luzes e não vida ninguém, e a mesma coisa na cozinha, subi de volta pros quartos e não vi nem a Poly ou a Paloma. Eu estava assustada, os tiros não paravam, parecia que cada vez mais ia piorando. Fiquei com medo de ficar só dentro daquela casa enorme e cheia de saídas e entradas. Por isso abri a porta e o portão principal, fui até a garagem e peguei as chaves da moto do Gustavo, peguei o capacete e o coloquei, montei na mesma e desci morro abaixo. Eu não era boa pilota, dava pro gasto. Estava uma guerra, uma verdadeira guerra, era um barulho mais forte do que o outro, quando cheguei na parte do fluxo estacionei a moto e vi o menino que me levou até a casa do Gustavo no primeiro dia.

–Hei, menino.–O chamei.
–Oxê tia, o que você tá fazendo aqui ? Deu toque de recolher.–Ele disse assustado e veio até mim.
–O que está acontecendo ?
–O Leonardo invadiu o morro, perdemos dez homens já, deu toque de recolher porque os caras tão com metralhadora e muito mais tia.–Ele disse com os olhos arregalados.–Entra tia, entra.–Ele me empurrou pra um beco que dava pra ver a entrada principal, e uns carros estavam chegando, vi num deles o Leandro e por impulso corri até ele.

–Porra Carol, saí daí.–O Leandro gritou quando entrei na frente do carro cheio de homens armados.
–Me dá uma arma agora.–Ordenei.
–Não se mete porra, não se mete.–Ele desceu do carro já ordenando.–Vão subindo e metendo bala nos homens do Leonardo. Mata mesmo essas porra.–Ele estava com muito ódio.–O que tu quer menina ?–Ele parou na minha frente e cruzou os braços.–Se você não percebeu estamos no meio de uma guerra, no início na verdade.
–Me dá uma arma, vou proteger a minha comunidade.–Disse cheia de autoridade.
–Ah, para Carol, essa comunidade é mais minha do que sua.  Você é do asfalto, e é pra lá que você vai por enquanto.–Ele me pegou pela mão e me puxou.
–Não, me solta, me solta Leandro.–Me debati.–Eu quero isso, anda.
–Porra, você é linda e mimada, assim não dá né mano ? –Ele revirou os olhos e tirou sua arma que estava atravessada e colocou em mim.–Mata esses vermes princesinha.–Ele me deu um beijo na testa.
–Valeu.–Sorri e voltei pro beco e o menino ainda tava lá.
–Era o Leandro ?–Ele perguntou.
–Era.–Confirmei.
–Xii, tu tá encrencada.–Ele disse com uma cara esquisita.
–Besta, vamos, aonde é sua casa ?–Perguntei.
–Lá em cima tia.–Ele apontou pro topo do morro, aonde tinha um barraco humilde.
–Vamos, é perigoso tu aqui.
–Tem certeza que você sabe usar isso ?–Ele apontou pra arma.
–Sou patricinha, mas não burra hein moleque.
–Sei lá né, vai que..–O Interrompi.
–Vai o que moleque ? Hein ?
–Nada tia, vamos.–


MAAAAIIIS UM, HAHAHA, SÓ PORQUE VCS COMENTARAM. AAH, E AGORA PREPARA O CORAÇÃO, PQ A GUERRA VAI COMEÇAR E OS PAPÉIS IRÃO SE INVERTER.

Mimadinha.(#Wattys2016)Onde histórias criam vida. Descubra agora