12.

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Por Carol:

Saí do quarto e deixei a Atena conversando com o Felipe no celular, fui tomar um banho rápido, aproveitei e lavei meus cabelos, estava um calor insuportável apesar de ser noite. Vesti um croped soltinho rosa bebê, com um shorth branco e calcei minhas havaianas, deixei meus cabelos soltos pra secarem mais rápido, passei um pouco de base, um batom rosa, e um rímel, caso alguém resolve aparecer. Me sentei na cama e fiquei mexendo no celular, eu sinto muita falta de São Paulo, apesar do Guilherme ter me traído, eu sinto muita falta de lá, das garotas, enfim, de geral, são pessoas que estiveram comigo a vida toda. Mas, acho que indiretamente o Rio está me fazendo bem, apesar de eu está aqui só há dois dias.

–Prima linda, vamos na praia comigo rapidinho ?–A Atena disse com um sorriso de orelha a orelha. Não era uma má, nunca fui a uma praia a noite, e deve ser lindo, com as estrelas e o barulho do mar.
–Ah, eu topo.–Disse e me levantei da cama.
–Nem vai perguntar o porquê ?–Ela ergueu uma de suas sombrancelhas e me olhou sem entender.
–Não, à menos que tu queira que eu desista.
–Não, vamos logo. Deleta o que eu falei.–Ela disse e me puxou pelo braço.

Meu pai só iria chegar por volta das onze da noite, ele estava resolvendo as últimas coisas da viagem junto com meu tio, aí quando eles chegassem a Atena iria embora, não me acostumo com a ideia de chegar nesse colégio sozinha, vou me sentir constrangida. Mas, Deus no comando. Pegamos o elevador e saltamos do meu edifício. Assim que chegamos na praia vi o Gustavo escorado numa moto e o Felipe escorado em outra, olhei feio pra Atena que em menos de segundos já tinha corrido pra abraçar o Felipe. Ah, ela me paga caro. Fui caminhando em direção à eles e os cumprimentei.

–Oie.–Disse séria e a Atena acho que percebeu.
–Larga de neorose Rol.–Ela disse e sem que eu pudesse responder algo já estava com a língua enfiada na boca do Felipe. Ela me paga.

Fiquei lá parada com o Gustavo calado, olhando pro mar, e eu olhando pro chupe me chupe à minha frente. Quando eles pararam de se beijar caminhamos pra areia, o Felipe e a Atena se sentaram e ficaram abraçados, já e eu e o Gustavo estávamos um longe do outro. Ficamos todos calados, eu já estava irritada demais pra falar alguma coisa. Eu não gosto se ficar de vela, não gosto desse povo que a Atena anda, não gosto de nada. A Atena se apartou do Felipe calmamente e me fitou por longos segundos.

–O que foi ?–Ela me perguntou.
–Nada.–Disse fria. Ela veio pra cima de mim pra começar a fazer o que ela fazia quando eramos crianças: cócegas.
–Não me toca, não sou touchscreen.–Disse e me desviei dela.
–Ah, vem cá, vem, Carolzinha.–Ela fez beicinho e me abraçou o Felipe deu risada da nossa situação e o Gustavo continuava sério.–Tive uma ideia.–A Atena disse com um sorriso no rosto.
–Nossos pais voltam onze né ?–A Atena perguntou e eu assenti.–Que horas são ?
–Oito e meia.–O Gustavo respondeu frio. A frieza dele tava me encomodando, como eu não sei.
–Lipe, vamos dar uma volta de moto ?–A Atena disse e o Felipe animou.
–Vamos, nunca mais fizemos isso. Vai a Carol com o Gustavo.–Ele disse e eu repreendi.
–Não, vai vocês, eu fico aqui, olhando pras estrelas e pro mar, uma maravilha.–Disse. Eu estava com medo mesmo, tenho muito medo de cair, ou quebrar quaisquer osso.
–Num vai me dizer que está com medo Carol ?–A Atena revirou os olhos e me olhou com cara de deboche.
–Eu ?–Dei uma pequena e falha gargalhada.–Não tenho medo de nada.
–Sinto seu medo daqui.–O Gustavo disse sem me olhar nos olhos.–Patricinha é assim mesmo.–Quando ele disse isso, eu me revoltei. Me levantei da areia meio trêmula mas determinada, ninguém me chama de patricinha e medrosa ainda por cima.
–Então vamos ver.–Limpei minha roupa da areia e ele piscou pra mim.
–Agora a adrenalina entrou no corpo. Up,up.–A Atena disse toda feliz.

Saímos da praia e fomos em direção as motos. A Atena estava colocando o capacete, e o Gustavo me jogou o capacete e eu fiquei olhando pro capacete sem saber como usar, tinha como um sinto empatando minha cabeça entrar no negócio.

–Misericordia.–O Gustavo tomou o capacete da minha mão, abriu o cinto que empatava minha cabeça e colocou na minha cabeça o capacete e colocou o cintinho novamente.–Além de patricinha, medrosa, é lerda.–Ele disse e muntou na moto, ligou a mesma e acelerou ainda apertando a embreagem.
–Não sou lerda, nem medrosa, e patricinha só um pouco.–Disse ao pé do seu ouvido quando montei na moto.
–Isso é o que vamos ver.–Ele disse e por fim deu partida. Uma super partida que parecia que eu tinha ficado parada no lugar do tanto que eu tremia.

Ele acelarava bastante, a pista era reta, parecia mais uma pista feita pra isso mesmo, o Felipe conseguiu nos alcançar, ele estava do meu lado, olhei pra Atena ela não parecia ter medo, ao invés de está se segurando no Felipe, ela parecia está o abraçando, já eu, nem sabia onde me segurar. Estávamos há mais de  110Km/h. O vento batia no meu rosto com ferocidade, meu corpo parecia que estava flutuando, mas o pior não foi nada.

–Se segura em mim, se segurava mesmo, como se sua vida dependesse disso.–O Gustavo disse alto por causa do barulho so vento. Meu coração apertou, mas fiz o que ele mandou. Entrelacei meu braço em volta dele, como num abraço de despedida, quando ele sentiu que eu tinha me segurado nele, ele e o Felipe deram sinal, e empinaram a moto, empinaram a banana da moto, fechei meus olhos de medo, mas não reagi, fiquei lá parada, parecia que meu corpo ia deitar naquela droga de asfalto. Quando a moto voltou a sua posição normal, eles aceleraram mais, e fizeram o retorno numa travessa que dava pro lado do meu edifício, olhei no meu relógio as horas e ainda era nove e meia, tínhamos um pouco de tempo, mas até que chegasse no meu edifício já seria umas dez e meia.

Eles estavam indo mais devagar, faziam zig-zags com as motos, quando aceleravam chamavam atenção de quem passava, as motos eram potentes o bastante pra fazer um barulho ensurdecedor. Logo chegamos no meu edifício, e como previsto, ainda era dez e vinte. Saltei da moto trêmula, o Gustavo tirou meu capacete e sorriu de canto.

–Até que é corajosa.–Ele disse e eu fiquei meio em que viajando no sorriso dele.
–Ah, obrigado.–Disse depois do meu devaneio pessoal.
–De nada.–Ele pegou o capacete e colocou em seu ombro.

A Atena estava se despedindo do Felipe, ela o abraçou forte e lhe deu um selinho demorado. E ambos sussurram “Eu te amo”. Bem nojento isso. Os garotos colocaram seus capacetes de volta e saíram a todo vapor.

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gostando ? Se sim, comenta e dar aquele voto lindo. Ainda tem muita coisa pra acontecer.. :)

Bjs, e até a próxima.

Mimadinha.(#Wattys2016)Onde histórias criam vida. Descubra agora