7 meses depois...
Por Carol:
Sete meses se passaram. Meu pai havia me ligado constantemente, sempre dava sinais de vida, não entendi o porquê dele está fazendo isso logo agora, logo depois de 8 meses em que ele viajou e me deixou neste inferno. Sim, inferno. Aqui já não é mais o lugar em que eu desejava está, aqui já não é mais o meu lar. Meu pai disse que iria mandar a chave do meu apê pelos correios, achei desnecessário, mas tudo bem, assim eu poderia me mudar dali o mais breve possível. A Atena estava passando os finais de semana aqui, e sempre ia pros bailes, eu preferia ficar em casa do que ver o Gustavo se pegando com uma e com outra, sim, com uma e com outra. Nada mudou, não nos falamos, nem nos olhamos, meu pai pergunta se ele está sendo bom segurança, se estou sendo protegida, se ocorreu algo, eu só faço dizer que está tudo bem. Ele não me diz uma palavra, não olha em minha cara, parece que todo aquele sentimento se sumiu. A Flávia está normal com o bebê, nem bem, nem mal, ela pensou que iria ser uma coisa, mas foi outra. Neste meio tempo, não houve invasões, ouvi por alto que estava muito quieto, porém, o Leandro me disse que as polícias estão planejando invadir, já que fundiram as comunidades. Mas, espero que isso aconteça quando eu estiver bem longe daqui.
Eu tinha acabado de almoçar com a Poly, quando ela resolveu partir pra um assunto ao qual eu preferia fugir a todo custo.
—Sete meses e você e o Gustavo estão nessa, mas que droga, quero ver se eu vou embora e você vai deixar ele assim.–Ela resmungou. Porem, ela não me olhava nos olhos.
—Poly, hoje não..–Tentei fugir do assunto.
—Se não hoje quando ? Ele tá ficando com inúmeras garotas, e pensando em você. Mas, que droga. Tanto casal que se amam e não tão juntos, e outros que nem se amam e tão juntos.–Ela aumentou seu tom de voz.
—Acontece que foi ele que preferiu assim, acontece que eu não tenho culpa de nada.–Disse mais alto ainda, mas quando eu ia continuar fui interrompida por tiros.—Tiros!
—Droga, droga!–A Poly se desesperou.
—Calma Poly!–Tentei acalma-la quando a Paloma, que por acaso agora é a namorada do Leandro.
—Os traficantes estão invadindo. É melhor vocês irem pro cofre.–A Paloma começou a recarregar as suas armas.
—Eu quero participar. –Disse decidida.
—Tu fumou garota ?–A Paloma me olhou surpresa.
—Quem não vai participar sou eu, aonde que fica esse cofre mesmo ?–A Poly disse com medo.
—No sótão. –A respondi.—Me dá umas armas e colete e vamos!–Peguei uma de suas pistolas e as recarreguei.
—Sei que não vou conseguir tirar isso da sua cabeça mesmo.–Ela me jogou um colete e distribuiu entre nós as armas.O barulho de tiro não parava, o barulho era ensurdecedor, eu não tive medo, aquela ultima vez em que fui baleada não me deixará traumas, me deixará mais coragem.
A Paloma foi na frente, ela estava com uma arma pesada. Passávamos de beco em beco, quando passávamos por becos silenciosos um frio me dava no pé da barriga, parecia cena de filme. Quando íamos entrar num outro beco, tinha um cara armado, ele ia atirar na gente, e sem pensar duas vezes dou dois tiros no mesmo que caí no chão com seu corpo já sem vida.—Perigosa é você. –A Paloma comenta e eu dou risada.
Estava tudo indo muito bem, até vermos a Flávia correndo em direção ao asfalto. A barriga dela estava enorme, ela estava fazendo um esforco em tanto pra correr.
—Mas que porra, aquela ali é a Flávia? –A Paloma ainda não tinha visto. –Estou sem minhas lentes de contato antes de tudo.
—É ela sim.–Afirmei.
—Essa porra louca vai tomar um tiro. Aí meu Deus, meu sobrinho.–Ela coloca a mão na cabeça e eu reviro os olhos.Saímos dali e vamos descendo em direção a Flávia, penso em gritar, mas com certeza não só ela iria ouvir.
—Porque essa invasão? –Pergunto curiosa pois tudo tem um porquê.
—Querem matar a Flávia e o bebê. Estão com medo do bebê ser o mais novo Gustavo da vida.–A Paloma explicava enquanto íamos em direção a Flavia.Quando estávamos próximos, quando faltava pouco, um cara encapuzado apareceu na frente da Flávia armado, a mesma se assustou e segurou sua barriga, parando de correr no mesmo instante, eu estava nervosa, o nervosismo se instalou em mim. Eu não sabia o que fazer, eu não sabia como agir, quando o homem apontou a arma pra Flávia eu não pude deixar de gritar.
—Fláviaaaa!–Ela olhou pra trás por impulso, e no mesmo instante o cara disparou quatro tiros na mesma. Ele ia se preparar pra correr, mas o impulso foi maior e eu corri até o mesmo disparando dois tiros, um nas costas e outro em sua cabeça.—Oh céus.. –Me ajoelhei próximo a Flávia e peguei em suas mãos.
—M..eu, filho.., salva ele.–Ela tentava falar com muita dificuldade.
—Aguenta firme.–Disse nervosa.
—Os caras evacuaram, estão vindo aqui. Oh Deus..–A Paloma se assustou com o tanto de sangue no chão.–Vou ligar pra Marinete.
—Quem é ?–Pergunto curiosa.
—Relaxa..–Ela pegou o celular.
—Não, liga pra Samu.–Disse preocupada.
—Relaxa porra!–A Paloma disse alto e em bom tom.O Gustavo chegou todo nervoso, ele me olhou e olhou pra Paloma, pegando em sua mão em seguida.
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Mimadinha.(#Wattys2016)
Teen Fiction"Do que adianta ser patricinha e gamar num vagabundo ?" Mais uma história clichê, sim, clichê. Mas, dessa vez bastante diferente, dessa vez vai ser diferente, amores diferentes, confusões diferentes, problemas diferentes, inimigos diferentes, partic...