Isabelly
Já haviam se passado três dias e concluímos as provas do penúltimo semestre, finalmente as férias de inverno! Já combinamos com o pessoal da facul para ir numa pub hoje a noite junto com o pessoal de outros cursos pra poder dar aquela "relaxada" depois de um longo período de provas.Estava na casa da Amanda junto com as meninas acabando de nos arrumar para podermos ir conhecer essa tal pub, tenho que confessar que eu fiquei tão gata que eu mesma me pegaria. Optei por um short jeans clarinho seguido de um cropped preto, e como sempre, um sobretudo por cima.
- Que mulher é essa, meu Brasil — Yara me obrigou a dar uma voltinha.
- Que mulheres, ein? Perfeitas somos nós more! — sorri e esperei elas acabarem com a "produção", Mari já estava em estado de alerta para ter a Anna então dispensou essa.
Estávamos no total em quatro garotas, tirando as que não vieram se arrumar na Amanda. Fomos eu, Amanda, Yara, Bia e Joy no carro da Yá e fomos bebendo no caminho, chegamos na pub e já estava naquele pique, já entramos ouvindo "pode chorar" da Pocah numa altura de estourar os tímpanos.
Subimos para o camarote e encontramos a turma de odonto e os meninos, chamei a Lê para dar uma passada aqui e ela veio, a mesma já estava no quarto mês de gestação mas quem disse que sossega? Cumprimentamos o pessoal e ficamos um tempinho lá conversando até ouvirmos tocar "olhei, gostei" a Yá me olhou e já entendi o recado, descemos junto com a Bia e a Amanda acabou ficando por lá já que estava estudando línguas.
Fomos para a pista e nos acabamos horrores, as meninas acabaram cansando mas eu estava ligada no 220 e de onde eu estava que não saí, encontrei o Léo na pista e no momento em que senti o perfume dele ao abraça-lo meu estômago revirou e eu apenas soltei um "desculpa" rápido e corri pra o banheiro mais próximo, eu fiquei tão mal que parecia que estava colocando meus órgãos pra fora. As meninas logo chegaram e lá vem, um milhão de perguntas.
- Amiga, o que tá acontecendo contigo? Você nem bebeu direito Isabelly, vai me dizer que isso é normal? — a Amanda me questionou.
- Ela sabe que isso não é normal, mas também não deve ser anormal, NÉ isa? — a Letícia era esperta demais pra não pensar no que poderia ser, aquela ali podia ver uma formiguinha minúscula que pensava na possibilidade dela virar um urso, e era exatamente nisso que ela estava pensando.
- Relaxa gente, foi só um mal estar. Já passou, mas gongou um pouquinho minha noite, então tô vazando hein? Juízo vocês! — me despedi delas e subi no camarote pra dar uma desculpa esfarrapada e me despedi do pessoal, fui para a porta da pub tentar chamar um uber e o que me faltava era isso, o uber cancelar a viagem por conta do horário. Senti alguém se aproximar e antes dele tocar meu ombro me virei, era o Samuel.
- Vem, eu te levo. — me estendeu a mão pra ir até o estacionamento até o carro dele e envolveu o braço em meu pescoço.
O Samuca me fez quinhentas perguntas no caminho e insistiu sei lá quantas vezes para que eu fosse no hospital e fez questão de me deixar na porta do apartamento, foi embora depois de eu falar mil vezes que estava bem e cheguei dando de cara com minha mãe.
- Oi filha, chegou meio cedo, como foi lá? — ela desviou a atenção da TV.
- Foi legal, mãe. Voltei cedo pra conseguir arrumar as malas — sorri fraco para ela
- Entendi, filhota. Mas então, o Samuca me contou que você não anda bem.. e nem trate de reclamar com ele, ele é seu amigo e estava apenas preocupado. Não entendo o que está acontecendo com você filha, não sei se consigo viajar com você nesse estado.
- Não mãe, eu prometo que vou me cuidar tá? Vou avisar pra o pai que vou precisar adiar a viagem e vou chamar as meninas pra dormirem aqui, fica tranquila que eu me cuido direitinho mami — abraço a mesma e vou direto para o quarto, tomei um banho e tomei um remédio pra dormir antes que eu perdesse o sono pensando nisso.
Meu pai havia ficado meio triste com minha decisão de adiar a viagem, mas o mesmo entendeu e concordou que seria melhor eu descansar.
Acordei e a minha mãe já havia ido, acabei acordando tarde e mais, com um furacão vindo diretamente pra minha casa.
Não tem como argumentar a Letícia, ela sabe tudo antes mesmo de eu contar e eu não faço ideia de como ela seja tão "adivinha", já que eu não tinha mais saída, o jeito foi ir me arrumar antes que ela chegasse.
Levantei e dei uma arrumada rápida no quarto e tomei um banho, fiz todas as minhas higienes matinais e preparei um café da manhã pra nós duas, café de novela mesmo sabe? Torrada e ovo rsrs. Optei por uma calça xadrez vermelha e uma regata preta, e só.
***
- Isabelly, faz logo! É tão difícil jogar água pela buceta? Meu deus, garota. Você enrola demais — a Letícia me gritava pelo outro lado da porta do banheiro enquanto eu tentava fazer o bendito xixi, e parece que quando você precisa fazer ele não vem, mas uma hora veio e eu agradeci aos céus.
- Tá, e agora? Não apareceu nada! O que diabos isso significa? — saí do banheiro e olhei pra a cara da Letícia e da Amanda, que eu pedi pra vir junto.
- Tá de palhaçada com minha cara garota? Tem que esperar um tempo né — a Amanda quase me engoliu e eu fiquei esperando os tais minutos quase arrancando meus próprios cabelos e voltei ao banheiro.
Eu não podia acreditar no que estava acontecendo, eu encarava o teste e não sabia como reagir, ou o que fazer.
Grávida, era a única palavra que eu conseguia pensar no momento. Essa palavra ecoava na minha cabeça e eu não estava conseguindo acreditar no que acabava de acontecer. Logo eu? Sempre fui uma garota tão boazinha e isso acontece logo comigo? Grávida, grávida sem nem ter me formado, grávida de um filho da puta, de um cara que já rejeitou um filho, de um cara que me traiu e me abusou psicologicamente. Eu não posso matar esse bebê, minha mãe nunca me perdoaria e eu muito menos...
VOCÊ ESTÁ LENDO
Meu Melhor Erro
Romance"Somos seres humanos e estamos sempre errando, e dentre vários e vários erros eu nunca aprendi tanto com o meu melhor erro." • Plágio é crime! Crime de Violação aos Direitos Autorais no Art. 184 - Código Penal, que diz: Art. 184. Violar direitos de...