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Isabelly

Era mais um daqueles dias que eu acordava e tomava um choque de realidade, quando não tinha aquela notificação no celular ou o beijo matinal. Eu estava sentada na minha cama olhando para o nada e tentando raciocinar o caos que continuava dentro de mim, por mais que eu não deixasse transparecer isso. E é exatamente isso que as pessoas nunca vão saber dos outros, o avesso, o que está por dentro. Eu faço com que achem que eu já resolvi o meu caos e vivo com leveza, mas o meu caos continua aqui dentro, ele é devastador.

Eu tentei dar uma pausa nos meus pensamentos, precisava viver e andar a minha vida, meu relógio não parou. Levantei e fiz minhas higienes matinais de rotina, o Lucas ainda dormia, minha mãe pelo visto também.

Eu havia sido produtiva, tomei meu banho, coloquei minha roupa e tomei o meu café. E mais uma vez eu me peguei pensando, aquele vazio não acabava nunca, por mais que eu me enchesse de distrações e até de comida, ele continuava ali. Eu de fato não mereço isso.

- Ei, filhota. Já acordou? — minha mãe apareceu na sala e beijou minha testa.

- Sim, mãe, acho que vou dar uma volta com o Lucas hoje. — eu tentei forçar um sorriso e retribui o beijo.

- Eu sei o que você tá sentindo, mas nunca esqueça da mulher que você é, minha filha. Não esqueça de quantos obstáculos você já enfrentou e ainda está aqui, esse é só mais um deles.

A minha mãe me conhecia perfeitamente, eu não precisava falar nada para que ela soubesse se eu estava bem ou não.

- Obrigada, mamis. Você me conforta demais, e você é a minha força. — nós decidimos mudar de assunto e íamos conversar sobre o aniversário do Lucas que estávamos planejando, sim, antecipadamente já que queríamos algo "grande" mas fomos interrompidas por um brinquedo jogado no chão e eu corri para o quarto, o Lucas havia jogado um dos brinquedos que ficava no berço e estava em pé segurando no berço.

- O bebê da mamãe acordou bravo? — eu peguei o mesmo no colo e ele sorriu. - Não, meu amor. O meu neném nunca tá bravo não é? — eu me direcionei ao banheiro para dar um banho no mesmo, e assim fiz, o vesti e voltei para a sala.

Ele ficava a coisa mais linda de babador, resolvi então tirar uma foto antes de dar o café da manhã dele.

Meu status

" Olha eu de babador, pexual ❤️"

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" Olha eu de babador, pexual ❤️"

Algumas pessoas responderam e eu apenas mandava emojis, era a pessoa mais sem jeito para receber elogios, do Lucas então que eu ficava com ciúmes.

Ele felizmente comeu a banana amassada que eu havia preparado mas logo procurou peito, amamenta-lo sempre foi algo que eu gostava de fazer, até nascer o primeiro dente dele.

Havia combinado com a Mari de ir num parque aqui de BH que tinha até um espaço kids, de graça, aliás, eu amo. Coloquei o Lucas na cadeirinha que logo ficou resmungando mas foi menos de cinco minutos para ficar entretido olhando a janela, dei partida no carro e durou em média de vinte minutos para que chegássemos lá, eu coloquei ele no carrinho de passeio que havia trago na mala e fui rodar aquele parque atrás da Mariana.

- Ei gatinha, me procurando? — alguém tocou o meu ombro e quando virei, era a própria.

- Oi, meu amô. — eu a abracei e dei um beijo no rosto da Luna e ela se adiantou em roubar o Lucas do carrinho.

- Não vai apertar meu filho não, sua doida.

- Me respeita, garota. Minha cria é um exemplo que eu não aperto as crianças, tá ok?! — ela se fingiu de ofendida.

- Tá ok, madre de cocotá. — andamos mais um pouco até chegarmos no espaço kids e deixamos as crianças no chão brincando, era um espaço fechado e haviam "babás" cuidando dos mesmos, nos sentamos lá dentro para que pudéssemos supervisionar.

- Amiga, eu sei que não é um assunto legal de se falar, mas, como você tá? — ela me olhou.

- Eu não sei, Mari. Parece que aconteceu a poucos minutos e minha mente ainda não raciocinou direito.

- Eu juro que isso não entra na minha cabeça amiga, isso foi estranho demais.

- Mana, tudo está claro, você que tem que enxergar.

- Ele se explicou? — ela perguntou e eu fiz que não com a cabeça. - Ele está te dando seu espaço então.

- Não quero conversa com ele, nenhum vínculo a ele que não seja nosso maior assunto. — olhei o Lucas.

- Você se sentiu arrependida de ter feito aquilo? — ela me perguntou e eu acabei supondo que era sobre a paternidade.

- Não me arrependi, amiga, eu sei que ele é um bom pai. Mas o que tá me magoando é que o Lucas não vai me perguntar o motivo de na festa dos pais os coleguinhas estarem com um papai e ele não. Mas ele vai me perguntar o motivo de os pais dos coleguinhas estarem juntos, irem buscar na escola juntos e eu e o pai dele não estarmos na mesma casa, eu sei o quanto ele vai questionar no futuro não morarmos com o Samuel, coisas desse tipo, e eu não vou estar preparada e nem vou saber responder.

Nós tivemos uma longa conversa, a Mari me confortou e deu conselhos maravilhosos que eu levaria pra a vida, nós nos entendíamos perfeitamente já que ela havia passado a mesma situação antes de encontrar o atual marido, a diferença é que eu tenho um par de galhos na cabeça e ela não.

Meu Melhor ErroOnde histórias criam vida. Descubra agora