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Samuel

Eu sabia que a possibilidade daquela mina aparecer e confundir a cabeça da Isa era grande, mas porra, tava tudo certo, tudo no seu trilho. Só eu sei o que eu tô sentindo, sei a culpa que tá pesando minha cabeça por conta desses caralhos mesmo sem ter feito porra nenhuma, mas eu conheço a Isa, e se eu tentar me explicar vai ser pior pra ela, ela merece o tempo dela, e o mínimo que eu devo fazer é respeitar isso.

Se passaram três semanas depois do que aconteceu, ela mudou, mudou pra caralho. Não era a Isa que eu conheci, não era a minha Isa, ela era feito um sol, iluminava tudo e a todos, era a minha luz no fim do túnel, e agora ela esfriou, o sol já não emite mais calor e nem luz, ela me trata como se fôssemos desconhecidos, e pra ela, o único vínculo que temos e que, pelo visto nós vai ter, é nosso moleque.

- Não vou te dizer que me arrependo, se eu fosse fazer algo que fosse me arrepender depois, eu não faria. Mas eu fiz pois eu não esperava esse tipo de coisa de você, mas isso não vem ao caso, eu deixo ele aqui na sua folga e quando quiser ver ele, sabe que tem total liberdade, por mais embuste que você seja, pode não ter sido um homem de caráter, mas um bom pai não vou negar que você é. — Estávamos conversando sobre o moleque, cada palavra que ela dizia me deixava cada vez menos suave, ela tava sendo curta e fria.

- Suave, Isa. Tô ligado que te decepcionei como homem, na sua cabeça. Tu sabe que nem tudo é o que parece ser, mas como pai, eu não vou decepcionar nem a ele e nem a você.

- Não temos nenhum outro assunto a tratar, então. Se cuida Samuel, amanhã eu venho buscar ele cedo. — eu assenti, não tava no meu direito de contestar nada que ela falasse.

A metade do meu dia tava sendo problema em cima de problema, Yá tava me tonteando e as mina também não pegaram leve pra o meu lado. O foda é que o povo fala, achando que sabe, mas eles falam o que eles acham que sabem.

Isabelly

Eu acabava de sair da casa dele e foi inevitável a lágrima que insistiu em cair. Era a primeira noite que o Lucas dormiria lá, meu coração de mãe ficava apertado, mas confio nele como Pai. Depois do que aconteceu a minha mãe foi a que mais ficou chocada, eu sei que a Yá não pegou leve com ele, e sei os tapas que ele levou da Amanda. Eu estava sendo uma Isabelly que eu nunca havia sido, é doloroso tratar com indiferença o homem que até então era o homem da sua vida, ele me levou ao paraíso, e me soltou para que eu caísse no inferno. E a queda, ela foi pior do que eu imaginei.

Era minha folga, e como diferente das outras, não iríamos sair juntos. As meninas estavam me dando o maior apoio possível, a Yá principalmente. Havíamos combinado de ir para uma Pub Lounge, e eu não iria ficar em casa chorando que nem uma retardada, preciso respirar e tentar sair do foco disso, eu havia tido um surto de tanto pensar nessa situação, e eu não mereço isso, não quero que isso se repita.

Eu estava vestindo um top preto e um short jeans claro, depois de finalizar a maquiagem amarrei um casaco na cintura fui buscar a Yá, assim que ela abriu a porta pude ver que ele segurava o Lucas no colo e tentava ver quem estava dentro do carro, era nítido. Assim que ela saiu ele deu um delay de um minuto e então fechou a porta e entrou.

- E aí, goxtosa. Vamo? — a Yá entrou no carro.

- Só vamo.

- Trate de arranjar um macho hoje, você é um mulherão da porra, lembre-se disso. — eu sorri e assenti e então seguimos caminho para o Pub, Amanda e Bia estaria nos esperando lá, e a Mirela também.

Assim que chegamos o lugar não estava nem tão cheio e nem tão vazio, tava razoável, do jeito que eu gosto. Já entramos ao som de "Até o Céu" da Anitta, subimos para o camarote encontrar as meninas, e depois desceríamos para a pista.

Meu Melhor ErroOnde histórias criam vida. Descubra agora