Isabelly
Eu mal podia acreditar no que estava acontecendo, eu tinha a sensação de estar nas nuvens, na maior leveza e paz do universo, parecia tudo um sonho.
Havíamos organizado algo simples e nada extravagante, conseguia ser incrível sem precisar de exageros demais, era algo que não curtíamos tanto, tanto eu quanto o Samuel. Eu estava com a minha mãe terminando os retoques do vestido, a Dora que saiu do seu belo Rio De Janeiro para passar uma semana aqui pelo casamento estava tagarelando na sala inteira. Nós estávamos num casarão, era uma mansão que acabou se tornando um salão de festas, estávamos numa espécie de quarto nos arrumando, o altar foi montado em um jardim e a festa no jardim da piscina.
- Eita, coragem. Acabou de se amarrar numa coleira, apesar dessa aí gostar de ser amarrada. — minha mãe a olhou incrédula e eu também.
- Isadora?! Isso é jeito, minha filha? Sua irmã toda linda prestes a casar e você falando essas baboseiras! — a Dora gargalhou e eu me segurei como sempre para não fazer o mesmo.
Dora estava usando um vestido vermelho ombro a ombro, e todas as meninas usavam vermelho também, o Samuel preferiu que os meninos usassem azul pastel.
Minha mãe estava dando close igual, mas tudo que falavam ali era sobre eu, eu estava sendo o centro das atenções e não tinha nem motivos para reclamar, e finalmente eu fiquei pronta, eram exatamente três e quarenta e cinco quando me olhei no enorme espelho que havia em minha frente. Eu usava um vestido com detalhes até a cintura, o mesmo era estilo regata na cor branca puxado para o rosê.Eu estava nervosa, ansiosa e feliz ao mesmo tempo, se eu não estivesse tão produzida estaria saltitando de tão feliz que eu estava, mas eu não sabia o nervoso que era toda essa história de casamento até a noiva ser eu. E como o típico dos casamentos, eu estava trinta minutos atrasada. Meu pai avisou às três e ponto que todos haviam chegado e o Samuel estava lá quase arrancando os cabelos da própria cabeça enquanto isso eu ainda acabava os últimos detalhes.
A Dora saiu para posicionar o meu pai no início do jardim onde os convidados não tinha visão para que ele me acompanhasse até o altar, minha mãe foi junto com ela para arrumar o Lucas, a Anna e a Luna que iriam entrar com as plaquinhas e as alianças, no caso, quem entraria com as alianças seria a Luna por ser um tantinho mais velha que os dois.
Todos os detalhes do casamento estavam me deixando nervosas naquele momento, parecia que eu ficava ensaiando novamente meu discurso mesmo depois de decora-lo mil vezes.
Mas, me afastei dos meus pensamentos e peguei o meu buquê de girassóis, eu havia escolhido os girassóis pelo o que eles simbolizavam, a luz, a felicidade, e era tudo o que eu queria para nós.
Caminhei até o início do enorme jardim e meu pai estava lá, todo sorridente parecendo um Golden Retrivier vendo o seu dono, ele beijou a minha testa e me passou o braço, enquanto andávamos lentamente pude ver o Lucas entrando com uma plaquinha e então a música começou a tocar, logo que a Anna chegou ao fim do altar eu cheguei ao início dele. O Samuel me olhou e nós sorrimos juntos, pude ver as lágrimas descendo dos seus olhos e por mais que eu não quisesse borrar a maquiagem, eu não me poupei em chorar, aliás, aquele momento era meu.
Assim que cheguei ao altar, o meu pai cumprimentou o Samuel e me deu um beijo na testa novamente, se posicionou ao lado da minha mãe e então foi aí que nossos olhos se encontraram, meu coração bateu mais forte, minhas pernas ficaram bambas e meu maxilar doía de tanto sorrir, ele selou nossos lábios e então nos viramos para o padre.
Cada palavra que o Padre falava era uma emoção diferente, se alguém me perguntasse o que eu estava sentindo eu não saberia descrever em um só sentimento, já que era um turbilhão deles, mas dessa vez, eram bons. As lágrimas de felicidade que desciam pelo meu rosto eram incontroláveis, daquelas que eram impossíveis de segurar.
Resolvemos fazer diferente e não ser necessário a parte de afirmar que aceitávamos um ao outro independente das circunstâncias, iríamos fazer um discurso, isso seria mais do que um simples "sim" que saísse de nossas bocas, queríamos sair mais do padrão possível, o tradicionalismo havia deixado de ser "uau".
Havia chegado a hora, o momento pelo qual eu pensei por dias e semanas ensaiando e ensaiando o que iria falar, mas naquele momento eu já não tinha mais tempo de pensar nisso, havia chegado o meu "grande momento" foi ali que eu peguei o pequeno papel que havia guardado com algumas coisas escritas e me virei para ele.
- Primeiro que eu não imaginava que podia ficar mais nervosa do que já estava, estou prestes a explodir esse microfone de tanto apertar. Mas, vamos lá, antes de tudo eu queria dizer o quanto eu sou grata pelo universo, pela vida e pelo destino ter sido tão bom comigo, o que eu mais acho engraçado na nossa história é a forma de como sempre estivermos juntos, mas não nos enxergávamos sabe? Era apenas uma amizade e não passaria disso, pelo menos na nossa consciência. Mas quando a vida estalou os dedos em minha frente e me mostrou o que ela havia me presenteado estava ali o tempo todo e eu não vi, é incrível como eu me sinto quando estou com você. É incrível a sensação de lar que você me passa, porque não importa o caos que esteja me rodeando ou o furacão que esteja aqui, pra mim, seu corpo é o mundo todo. Deitar sobre o seu peito é como subir aos céus e tocar nas nuvens, você me tira da realidade. Você é a calmaria, é a minha calmaria. Temos uma conexão incrível, qualquer detalhe mínimo que nos liga, incluindo essa coisinha aqui. — Eu pausei e olhei o Lucas sorrindo que me mandou um beijo. - Você sabe o pai incrível que você sempre foi, o amigo incrível que um dia você foi, que se tornou o amigo que eu achei que seria apenas colorido, que partiu para um namorado, em seguida partiu para um noivo e cá estamos, se tornou o meu marido. Vou estar realizada todos os dias de saber que estou casada com você, que por mais que o amor e a conexão que sentimos seja aqui dentro. — Eu toquei seu coração e ele segurou minha mão. - Vamos poder viver o clichê de casados de usar esse termo como víamos nos filmes, obrigada Samuel, obrigada pela pessoa que você é, Eu te amo muito, e eu estaria com você na pior das circunstâncias. — Ele se perdeu no meio das lágrimas e me beijou.
- Pô.. é minha vez, né?! Enfim, todo mundo aqui que me conhece sabe que não sei falar esses bagulho bonito, mas eu não vou dar uma de santo que todo mundo sabe o cachorro que eu já fui, sabe como eu nunca fui de me prender em coleira, mas apareceu ela. Apareceu a minha mulher, a mulher da minha vida, dos meus sonhos. Ela nem me chamou e eu corri antes mesmo de ver a coleira, mas tu sabe, a gente sabe do nosso lance, meu bem. Só a gente sabe que nunca nos prendemos ao outro, que como a gente sempre fala, nunca foi preciso viver em gaiola porque a gente voa junto, e é isso que eu sempre vou querer pra nós, agora mais ainda. Quero que a gente voe junto o mais alto possível, e eu prometo pra tu que eu vou fazer a gente voa pra caralho, e nós vamos tão alto que vamos conquistar o mundo. E é com toda certeza do mundo que eu afirmo que tô contigo pra qualquer caô, eu te amo pra caralho Isa.
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Meu Melhor Erro
Romance"Somos seres humanos e estamos sempre errando, e dentre vários e vários erros eu nunca aprendi tanto com o meu melhor erro." • Plágio é crime! Crime de Violação aos Direitos Autorais no Art. 184 - Código Penal, que diz: Art. 184. Violar direitos de...