36

1.9K 119 5
                                    

Isabelly.

Estava encerrando o expediente que não havia sido tão bom, não perdemos nenhum paciente, mas ver aqueles animais chegando lá alguns em estados críticos destrói qualquer um. Assim que estava me despedindo do pessoal ouvir o celular apitar antes de entrar no uber, ignorei o mesmo já que o Samuel estava lá em casa e qualquer coisa minha mãe ligaria.

Quando cheguei em casa estavam conversando, e o Lucas, inclusive, estava elétrico.

- Oi bebê da mamãe. — sorri para o mesmo que retribuiu com o dentinho que estava nascendo e ergueu os bracinhos para que eu pegasse ele, e assim eu fiz.

- Como foi lá? Suave? — o Samuel me perguntou.

- Sim, meu bem. Foi "suave" — fiz aspas com a mão e selei nossos lábios.

- Já arrumamos a bolsa dele, tá filha? — minha mãe me abraçou e beijou o rostinho do Lucas.

- Aí mãe, você é a melhor, de verdade. Sabe que se isso começar a ser incômodo eu me viro, né?

- É um prazer filha, não se preocupe. — ela se despediu e foi para o quarto se arrumar, a mesma iria sair, como ela mesmo fala: Curtir a aposentadoria e a vida.

Fomos para a casa do Samuel no carro do mesmo e antes mesmo de chegar, o Lucas acabou dormindo, com a energia que estava o dia inteiro era de se esperar que ele estivesse exausto. Assim que entramos colocamos ele na cama e o Samuel foi direto tomar banho, aproveitei para tirar os sapatos, estavam matando meus pés.

Eu já estava de banho tomado e o Samuel estava vidrado na televisão, aproveitei para pegar o celular e checar as redes sociais antes de dormir, e além disso, havia a notificação que eu não sabia de quem se tratava. E foi naquele momento que eu percebi, que por mais que eu não soubesse de quem se tratava, saber do que se tratava veio como um tiro no meu coração.

 E foi naquele momento que eu percebi, que por mais que eu não soubesse de quem se tratava, saber do que se tratava veio como um tiro no meu coração

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.

Aquela mão, aquela roupa, eu sabia que era dele. Cada letra daquela mensagem me quebrava cada vez mais, o mundo havia paralisado e a única coisa que eu conseguia sentir eram as lágrimas descendo pelo meu rosto.

- Ei, meu bem. O que houve? — eu senti ele me tocar, era como se eu estivesse na consciência que ele a tocava da mesma forma.

- Samuel...por quê? — foi a única coisa que eu consegui dizer antes de mostrar a foto para ele, ele parecia estar totalmente assustado e tentava se aproximar de mim.

- Isa..deixa eu te explicar cara, isso foi um erro.

- Traição não é um errinho, Samuel, traição é uma escolha, e entre seu "erro" e eu, você perde quem estava do teu lado o tempo inteiro, cabe a você chegar na conclusão se você erra tanto a ponto do erro estar caminhando com você ou eu. — foram as últimas que ele ouviu sair da minha boca antes de eu pegar o Lucas e as minhas coisas e sair dali.

As lágrimas não paravam de escorrer pelo meu rosto e eu tinha a sensação de que a qualquer momento meu coração sairia pela boca, a última lembrança que tenho dele é ele sentando na cama e colocando as mãos sobre a cabeça.

Eu estava totalmente abalada, estava desestruturada, havia um misto de sentimentos dentro de mim, e todos eles eram ruins. Eu não conseguia acreditar no que acabara de acontecer, não conseguia acreditar que o cara que o meu filho vê como pai foi capaz de fazer isso, ele não era obrigado a estar comigo, ele podia ir embora a qualquer momento se quisesse outra pessoa, mas ele não foi, ele brincou comigo, e eu não sou um parque de diversões.

Meu Melhor ErroOnde histórias criam vida. Descubra agora