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Nos falamos rapidamente, ela estava mais ansiosa do que eu para que tudo desse certo no cartório, a mesma estava confiante já que a tia dela trabalhava no cartório daqui

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Nos falamos rapidamente, ela estava mais ansiosa do que eu para que tudo desse certo no cartório, a mesma estava confiante já que a tia dela trabalhava no cartório daqui. Minha mãe foi quem mais me apoiou e aconselhou nessa decisão, assim como eu, ela percebia o quanto ambos eram apegados um no outro.

Fechei tudo e peguei todas as bolsas, como minha mãe havia deixado o carro, eu iria no mesmo, arrumei o Lucas no banco de trás no bebê conforto e dirigi até a casa da Mari, a mesma havia se mudado depois de conhecer seu atual namorido, Rodrigo. O mesmo deve ter em volta dos seus 57 anos e mora num condomínio fechado de..não posso chamar de casas, o termo correto é mansões.
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Consegui chegar no trabalho a tempo depois de deixar o Lucas, todas as vezes que eu deixava o mesmo na casa da Mari parecia ser a primeira vez, meu coração ficava destruído de ter que ficar longe do meu bebê, mas dinheiro não cai do céu. Assim que cheguei a Mi veio em meu encontro.

- E aí, migles. — ela me deu um abraço e eu retribui, a mesma não estava com sua alegria imensa como nos outros dias.

- Ihh, que cara de bunda é essa?

- Acredita que fui confundida na cama? — ela me olhou e cruzou os braços.

- Quê? Garota, me conta essa história direito.

Me arrumei e ela foi me contando dentro do vestiário, quando ela ia falar sobre o cara, o assunto mais curioso, saber quem ele era, fomos interrompidas pelo Gerente geral.

- Boa tarde, garotas. — paramos a fofoca e então viramos para olhar o mesmo.

- Boa tarde, Doutor Luís. Bom expediente, viu?! — falei para a Mi disfarçando e saí do vestiário.

Nem olhei para trás, sabia que ela iria me matar por ter deixado ela com o Luís, apesar dela ser apegada, aquela ali tem um fogo imenso por ele e eu acredito que seja recíproco.

Encontrei com o Matteo quando estava indo para a sala e o mesmo me informou que deveria ir direto para a sala de cirurgia.

- Então, Isa, é um trem bem complicado. É aquela Cadela, a Gina, a mesma está no centro cirúrgico para retirada do tumor. A Lea já está lá, só falta você e a Mi, vamo? — assenti aflita e fomos.

A parte mais complicada de trabalhar com medicina, seja ela veterinária ou humana, é que você precisa estar sempre preparado para perder um paciente, e por mais que na faculdade isso sempre seja reforçado, nunca é fácil lidar com isso. Logo chegamos a sala de cirurgia e ela já estava anestesiada, estava pronta para a retirada do tumor no estômago.

Gina era uma Lhasa Apso, estávamos a atendendo a cerca de um mês antes da descoberta do tumor.

- Vamos lá, equipe. — a Mirela estava pronta para começar, a Lea já havia preparado os instrumentos que iríamos usar, e eu já estava prestes a passar o bisturi para a Mi.

A cirurgia durou cerca de duas horas, foi algo delicado e complicado, mas a cadelinha felizmente resistiu a cirurgia e já estava na ala de internação para ser observada. Assim que acabamos a cirurgia, foi inevitável ver o sorriso em nossos rostos, saímos juntos para ir jantar num pequeno restaurante do outro lado da avenida.

- Aí amiga, e aquele lance da creche? — a Lea me perguntou.

- Eu não sei, de verdade, fico com tanto medo de deixar meu pequeno numa creche, sabe?! Mas eu não posso deixar essa responsabilidade com a Mari pra sempre, ela tem a vida dela, por mais que ela tenha se oferecido.

- Vou te falar, a creche que meu afilhado fica integral é bem foda, mas você é mãe, não sei como é pra você. — o Matt se pronunciou.

- E outra, migles, se sua mãe também se ofereceu a ficar com ele, eu também deixaria, pelo menos até ele completar uns dois anos e ir pra o jardim.

- Sim, tem razão, vou pensar direitinho nisso.

Assim que comemos voltamos todo para a clínica, a Mirela voltou antes já que ela era a médica e tinha bem mais responsabilidade, Matt ficava na recepção essa hora da noite fazendo hora extra e eu e Lea continuávamos como auxiliar até as dez.

Atendemos mais ou menos mais uns três animais antes das dez, e assim que deu meu horário, me despedi do pessoal da clínica e já fui para a casa do Samuca, já que ele buscava o Lucas e eu levava uma bolsa minha para que pudesse dormir lá, já que amanhã é nossa folga e iríamos cedo resolver as coisas do cartório.

Assim que cheguei e bati na porta, fui recebida pela Yá.

- Oi bebê, saudades. — abracei a mesma e ela retribuiu.

- Agora é uma mulher de negócios e eu uma noiva muito atarefada.

- Imagino, amiga. Mas vai ser lindo demais, já tô vendo que vou chorar.

- Eu que não duvido. — rimos e entramos, ela me avisou que os dois estavam lá em cima e eu subi, a porta estava entre aberta e o silêncio reinava no quarto, resolvi não bater, já que o Lucas poderia estar dormindo, e eu estava certa.

Assim que entrei no quarto o Samuel balançava ele no colo e cantava uma música que eu nunca ouvi.

- Dorme, molecote, dorme rapidin.. — ele cantava baixinho, e o mais engraçado era que o Lucas já estava de olhos fechados. Entrei de fininho e o Samuel ouviu os meus sapatos e me olhou, ele sorriu ao me ver e colocou o Lucas na cama dentro do "berço portátil".

- Oi, meu bem. — abracei o mesmo e ele selou nossos lábios.

- Saudade de você, minha gostosa.

- Como foi no seu trabalho? — o perguntei enquanto tirava meus sapatos e o jaleco.

- Suave, e o seu?

- Tudo bem, a cirurgia da cadelinha que te falei foi ótima. — sorri.

Conversamos um pouco e então eu fui tomar um banho, vesti um pijama comprido já que estava meio frio e quando voltei para a cama o Samuel estava dormindo, ele estava aparentemente cansado.

Me deitei em cima do peitoral dele e adormeci.

Meu Melhor ErroOnde histórias criam vida. Descubra agora