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- Como você não contou antes? — ele me olhava perplexo enquanto eu estava sentada no sofá abraçando minhas próprias pernas.

- Se você estivesse grávida do seu ex e ainda estivesse fazendo faculdade iria pular de felicidade e contar pra todo mundo? — o olhei.

- Mas eu não engravido — ele pensou bem e me olhou de volta. - Ah, porra isa.. é do Vicente? Foi mal, eu não sabia que você não planejou isso, mas se liga, eu tô aqui pra qualquer corre fechou? Tô contigo, e a galera também. Quem sabe?

- A Amanda, a Lê, e agora você. — continuei abraçando minhas pernas e olhando diretamente para o chão.

- Vai contar pra ele? É que, tu sabe pô, uma hora a criança vai perguntar o motivo de todos na escolinha ter papai e ela não. Mas tá ligada que tô contigo até pra ir nas apresentações no dias dos pais né não? — ele sorriu fraco e me abraçou.

- Mas eu não quero meu filho vivendo uma farsa de que vai ter presença na festinha da escola mas que a figura paterna não vai ter, sempre vai se questionar do porquê de ser criado apenas pela mãe e eu não sei se tenho forças o suficiente para isso. — apertei ele e coloquei a cabeça no seu peito.

- Você não tá sozinha. — eu apenas concordei e fechei os olhos, naquele momento eu só precisava disso, de um abraço, de alguém pra falar o que estava engasgado. E era isso que ele me transmitia, ele tinha um abraço casa e me fazia me sentir confortável ali, independente do caos que estivesse aqui fora.

Eu acordei e o Samuel já não estava mais no sofá, aquilo não havia passado de um disfarce para tentar me fazer ficar melhor e o mesmo já havia ido embora. Estava com problemas demais pra me preocupar com isso, apenas levantei e fui até a cozinha pegar água e me deparei com o Samuel no fogão mexendo algo, dei um pulo e coloquei a mão no peito.

- Tá devendo, isinha? — ele gargalhou e continuou a mexer na panela.
- Achei que tinha ido embora, aliás, quem te deu a ousadia? — o olhei e cruzei os braços.

- Esqueceu que sua mãe me ama? Ela acabou de sair, falou que não volta hoje e pediu pra cuidar de você. "Aliás" — imitou minha voz. - sua mãe anda curtindo mais que você, hein? Não volta hoje e você em casa que nem uma songa monga. — ele gargalhou

- Hahaha, que engraçadinho. O que tá tentando fazer?

- Macarrão ao molho, minha especialidade. — ele começou a se gabar.

- Algo que qualquer um sabe fazer né? Que especialidade Samuel, estou impressionada.

Sentamos na mesa e comemos em silêncio, acredito que ele estava pensando no mesmo que eu. Eu também não saberia o que falar a minha melhor amiga grávida do ex namorado que não assumiu nem o primeiro filho que teve.

Acabou anoitecendo e quando vimos já eram onze da noite.

- Tenho que ir, amanhã eu trampo. Promete que vai se cuidar e se sentir algo me liga?

- Tá, eu ligo, senhor preocupadão. — o abracei e o mesmo retribuiu, beijou minha testa e foi.

Assim que ele saiu eu ataquei a cesta de doces que ele havia trago, acabei com o pote de nutella rapidinho e logo começou a bater sono, ultimamente tô mais sonolenta que nunca. Tomei um banho e fiz todas as minhas higienes, olhei minha barriga no espelho e a mesma já estava começando a crescer. E nesse assunto, precisava enfrentar minha mãe, e o meu pai apenas quando eu estivesse lá, tentei esquecer os meus pensamentos sobre essa gravidez e deitei para que pudesse dormir.

Acordei e já se passavam das dez, ouvi uma movimentação na cozinha e sorri ao lembrar que minha mãe chegaria pela manhã. Fiz minhas higienes matinais e fui até a cozinha, peguei a mesma despercebida e a abracei.

Meu Melhor ErroOnde histórias criam vida. Descubra agora