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Isabelly

Lucas já estava conseguindo andar sem segurar nas coisas, estava balbuciando palavras que eu mal conseguia entender, estava com uma marra igualzinha a do Samuel.

Faltavam apenas três dias para o aniversário dele, foi muito tempo e dinheiro gastos, mas eu sabia que aquilo iria valer a pena, sabia o quanto eu iria me sentir realizada em fazer aquilo pelo meu filho.

E nós estávamos ali, apenas nós e o nosso pequeno, num chalé longe da cidade. Eu não havia entendido o propósito de estarmos ali, mas eu já me sentia bem em estar com ele, em estarmos num recomeço, o nosso recomeço. Lucas estava brincando no tapete da sala enquanto nós jantávamos, que por incrível que pareça, foi o Samuel quem cozinhou.

- Você tem certeza que não tem nenhum motivo pelo qual me trouxe aqui? — eu o olhei.

- Só queria curtir vocês.

- Tudo bem então.

Eu estava intrigada, o Samuel gostava de coisas clichês e eu suspeitava que tivesse um propósito pelo qual estamos aqui, mas ele não deixa escapar nem uma letrinha só.

Nós lavamos a louça juntos, e foi uma bagunça imensa que até o Lucas participou melhorando ainda mais o momento com as gargalhadas gostosas dele.

- Agora chega, né? Vai já os dois tomar banho enquanto eu dou um jeito aqui.

- Ala, filho. A mamãe porca não vai tomar banho, só nós dois. — ele falou olhando para o Lucas.

- Hahaha, engraçadão, anda logo! — ele me deu a língua e subiu, fala sério.

Eu limpei a bagunça que havíamos feito na cozinha e era a minha desculpa para o Samuel dar banho no Lu, já que eu havia percebido que ele deixou um presentinho na fralda, e até então o Samuel não havia percebido.

- AMOR, EU VOU VOMITAR ISABELLY, É SÉRIO, CARA. — o Samuel gritou do banheiro e eu me controlei o máximo para não rir alto.

- Não tô ouvindo, tô limpando aqui, quando sair do banho você me fala. — ouvi ele resmungar e onde eu estava, eu fiquei.

Ele demorou mais do que eu esperava, mas os dois saíram cheirosinhos, pelo menos. Eu subi para ver a situação e o Samuel me olhava com uma cara de desespero.

- Pô, tem noção do que eu passei? Esse moleque tá comendo coisa estragada, presta atenção na validade das coisas. — ele falou num tom sério e eu ri.

- Uai, tu caga também!

- Mas tu não precisa limpar minha bunda, né.

- Avá! Cê nasceu sabendo se limpar sozinho, seu brutamontes.

Ficamos numa discussão sem sentido algum sobre cocô enquanto ele vestia o Lucas, era sempre o mesmo esquema, colocávamos ele deitado na cama e líamos uma das histórias que compramos para ele, era tiro e queda. O Lucas me dava o menor trabalho possível, só não dava menos porque criança é criança, de uma forma ou outra ainda é dependente.

Assim que ele dormiu eu aproveitei para tomar banho, que foi ideia do Samuel me chamando de porca, mas eu já estava indo. Tomei um banho longo, ser mãe é agradecer por conseguir ter um banho digno de realmente sair limpa e cheirosa, e não um bate água e sai. Assim que eu sai do banho o Samuel estava na sacada do quarto, ele estava sentado em uma das cadeiras aparentemente me esperando.

- Ei, tá pensativo? — me aproximei do mesmo e sentei em seu colo.

- Não, preciso conversar com você. — Esses tipos de palavras me deixavam nervosas, eu sempre imaginava a pior das hipóteses.

- Tudo bem, mas.. é algo sério? — eu o olhei.

- Sim, pra caralho.

- É.. eu vou me vestir então. — ele assentiu, selou nossos lábios e então eu saí, eu coloquei uma camisola, penteei os cabelos e então voltei, assim que eu sentei na outra cadeira ele me olhou, parecia nervoso.

- Então.. o bagulho que eu queria conversar é algo que eu sei que vai te chocar, tô nervoso pra caralho com isso.

- Samuel, fala logo.

- Isso que eu vou te dizer, provavelmente pode mudar o rumo da nossa vida, quero que veja isso como uma fase nova, uma outra coisa que vai começar, nada mais que isso. Já que deixaremos de ser eu e você.. — ele me olhou.

Meu Melhor ErroOnde histórias criam vida. Descubra agora