Isabelly
Estava no caixa após comprar todo o enxoval do Lucas com a minha mãe, ou pelo menos metade. Eu estava entrando no sexto mês e já era hora de comprar as coisinhas dele e agilizar no chá de bebê, minha mãe se despediu de mim e levou as compras já que precisava buscar meu pai no aeroporto, o mesmo que veio para o chá do Lucas e logo depois voltaria.
- Juízo, tá? — a abracei.
- Me respeita, menina! — ela riu e então entrou no carro.
Logo vi o carro do Samuel se aproximar, já que iríamos ao centro da cidade comprar algumas coisas, entrei no carro e dei um selinho no mesmo.
- E aí, ansiosa? — ele me olhou e colocou a mão na minha coxa dando partida no carro.
- Eu tô, são os mínimos detalhes do chá, mas eu vou amar comprar essas coisinhas.
- Mas tu tá ligada que é só isso né? O resto as mina já tão no controle pra te fazer a decoração surpresa, única coisa que deixamos você escolher foi o Letreiro na porta.
- Aí, seu sem graça! Não acaba com a minha felicidade não, tá? — cruzei os braços e fiz bico.
Logo chegamos ao centro e fomos até a loja onde vendia o tal Letreiro iluminado, eu perturbei horrores para que tivesse esse Letreiro no chá.
- Aê amor, o Azul ia ficar daora. — o Samuel me mostrou.
- Ah, não! O cinza é mais bonitinho. — retruquei e ele revirou os olhos.
Por fim ele acabou conseguindo me convencer e levamos o Letreiro azul, que ficou uma fofura só.
Deixamos no carro e decidimos procurar um lugar que vende açaí, eu estava morrendo de vontade de tomar um açaí, mas, um Açai normal.
- Achei que ia pedir pra colocar orégano e sal no açaí.
- Vai se lascar! Eu não tenho culpa se a gravidez faz isso.
- Nem me lembra o que sua gravidez faz as vezes. — ele me deixou sem respostas e foi no balcão pedir o açaí, logo veio com meu Açai cheio de trem e ficamos andando pelo centro tomando o açaí, nós conversávamos sobre o chá até nos cruzar com o Vicente, ele nos encarou e eu senti o Samuel dar índice de avançar, segurei o braço do mesmo e segui em frente.
- Você não precisa se rebaixar ao nível dele, olha pra mim. — ele me olhou e eu percebi seus músculos relaxarem.
- Tá certa, eu saí da linha.
- Vamos indo? Isso não me deixou muito bem..
- Ei, calma pô. O que você tem? — nos sentamos num banco.
- Me sinto culpada por esconder dele, talvez ele por mais horrível que seja, fosse diferente com o Filho. — o Samuel me olhou e beijou minha testa.
- Se você sentir que é necessário que ele saiba, fala com ele, vida. Mas você precisa estar preparada pra reações ruins, e reações boas. — eu assenti e continuamos conversando.
Voltamos num silêncio para a casa dele, eu queria ficar na minha, estava pensativa demais. Ele estacionou na garagem e então descemos, Yá estava na sala e veio me abraçar e beijar minha barriga assim que me viu.
- Eu também existo, falsa do caralho. Sou teu irmão — o Samuel se fingiu de ofendido.
- Eu te amo também, seu tonto! — Yá o abraçou e sentamos no sofá enquanto Samuel foi tomar um banho.
- E então? Como vai as coisas do chá? — a perguntei curiosa.
- Nem adianta me perguntar nada, queridinha. Eu não vou abrir minha bela e gostosa boca, surpresa é surpresa. — ela falou e eu cruzei os braços.
- Falando nesse assunto, eu vi ele hoje.
- Ele? Pera.. você viu o Vicente? — ela me olhou boquiaberta.
- Sim, ele nos olhou e ficou encarando o Samuel, por pouco o Samuel não avançou nele.
- Deveria ter deixado! Aquele ali merece uma coça, e não é de xereca. — ela falou e eu ri.
- Acho que vou contar pra ele, um pouco antes do Lucas nascer, eu não posso esconder dele que ele vai ser pai, independente dele ser uma boa pessoa ou não.
- Tá certa, amiga, ele tem o direito de saber. Mas você sabe que se ele quiser assumir vai ser com certos limites.
- Ah Yá, as vezes o Samuca é mais pai do que ele, sabe? Ele fala do Lucas com tanto amor, cuida tão bem da minha saúde. Que eu te juro, que o que eu mais desejava era ter me relacionado com ele antes, ele sempre foi meu cara, e eu estava ocupada demais tentando forçar um amor com o cara errado.
Tivemos uma longa conversa sobre tais assuntos e logo o Samuel voltou para me levar de volta, eu estava mais leve após ter conversado com a Yá. Então estava mais falante do que na ida.
- Tá ansiosa pra amanhã? — ele me olhou.
- Muito! Eu não vejo a hora de ver como tudo está, é uma pena que a Dora não conseguiu vir. Mas até o meu pai vai estar lá, e isso é incrível!
- Tô felizão por você, gata.
- Eu também tô feliz "gato". — eu o imitei.
- Se forçar mais, caga, queridinha. — ele fez voz fina.
- Hahaha, engraçadão. — eu forcei um riso.
Ele estacionou no prédio e então eu subi, minha mãe já estava dormindo então tomei banho fazendo o menor barulho possível e fui deitar.
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Meu Melhor Erro
Romance"Somos seres humanos e estamos sempre errando, e dentre vários e vários erros eu nunca aprendi tanto com o meu melhor erro." • Plágio é crime! Crime de Violação aos Direitos Autorais no Art. 184 - Código Penal, que diz: Art. 184. Violar direitos de...