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Isadora

Nosso uber logo chegou e nós já entramos, decidi ficar mais uns dias aqui no Brasil junto com a minha mãe e a Isa, eu sei que ela precisava de mim aqui. Eu a olhei e ela estava com a cabeça encostada na janela do carro olhando a rua, parecia que estava em um clipe triste. Mas eu sabia, conhecia ela com a palma da minha mão para saber que os pensamentos dela estavam longe. Não demorou muito para chegarmos no apartamento das duas, já que as mesmas moravam no centro da cidade, descemos do carro e fomos arrastando as malas até o elevador. Encontramos minha mãe fazendo o almoço e assim que ela nos viu, correu e nos deu um abraço apertado.

- Nossa, mamis. Não tem noção do quanto aquela mulherzinha é asquerosa. — a Isa falou.

- Realmente, tava vendo a hora a isa vomitar de tanto enjoo que aquela bruaca causava. Ela trata o pai tão mal que eu não entendo como ele suporta isso, parece uma adolescente dando chilique mãe, tinha que ver. — fui para o quarto e deixei minhas malas por lá.

Quando voltei mamãe avisou que a quantidade de comida era para o pessoal, e a mesma explicou que chamou algumas amigas da Isa.

- Como assim você chamou o Samuca? — a Isa cuspiu toda a água que estava tomando, alguma coisa ela fez, e eu vou descobrir!

- Ué, filha, chamei eles para comer aqui já que amanhã vocês começam aquela rotina cansativa que eu sei. Ele é um bom menino, o Rozito também. — eu apenas gargalhava das reações da Isa, que inclusive saiu e foi tomar seu banho.

- Vem cá, mãe. — ela se aproximou. - Me fala a fofoca dela ter reagido assim, por favorzinho.

- Não sei também filha, eu quem não vou me meter. Mas Samuel é um bom menino, não entendo o porquê dela reagir dessa forma, deve ser os hormônios da gravidez, falando em gravidez, vamos amanhã comprar umas coisinhas para o bebê. — ela falou baixo.

- Adoro! Estou sendo quem eu sempre quis ser, a tia rica que mora fora e enche o sobrinho de presentes, e olha que ele nem nasceu. — sorri e fui tomar meu banho já que a Isa havia saído do banheiro.

Tomei meu banho, lavei os cabelos e vesti uma saia acompanhada de um cropped.

Isabelly

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Isabelly

A campanhia tocou, e ao ouvir o som dela meu coração gelou. Eu me faço de plena e a que não se importa muito, mas sei o quanto isso anda me fazendo perder o sono. Tudo com ele era intenso, do beijo até o sexo, era algo que eu não estava acostumada a sentir, era diferente do sexo para sustentar o relacionamento que eu precisava fazer antes. Mais uma vez fiquei plena e fui para a sala, minha mãe atendeu a porta e estava cumprimentando todos, veio a Amanda, Yá, Pedro, Rodrigo e Samuca..Com a Anna?!

- Oi seus lindos! — Cumprimentei todos que babaram horrores na minha barriguinha. Dora logo chegou e os cumprimentou também, almoçamos juntos e minha mãe assim já saiu para o seu plantão, como eu trabalhava a partir da terça. Estava livre para curtir hoje.

- E aí, amiga. Já escolheu um nome para o menininho? — a Yá sorria alisando minha barriga.

- Lucas. — eu sorri. - Lucas Kauã.

- Nome de predador de perereca, gosto assim. — Rodrigo falou e todos rimos, percebia alguns olhares entre ele e a Dora. Saquei ainda mais as coisas quando ela saiu avisando que ia no quarto e ele demorou menos de cinco minutos para falar que ia ao banheiro. A Dora era curta, ela mesma falava que só se vive uma vez e não iria perder tempo nenhum.

- E cadê a Mari, gente? Sequestraram a coitada da menina? — eu peguei ela do colo do Samuel.

-  A Mari precisou ir fazer um extra e deixou ela lá em casa, vai buscar um pouco tarde da noite. — ele mesmo respondeu.

- Aí mana, ela é um amor. Não aguento.

Aos poucos a casa foi esvaziando e só sobrou eu, Rodrigo, Samuel e Anna.

- Aê Isa, deixa eu bater um papo contigo, rapidão. — eu prendi o riso com as gírias dele, que obviamente ele não nasceu aqui, e sim em Sampa. E assim o segui até a cozinha enquanto Anna ficou com Rodrigo e Dora.

- Fala.. aconteceu algo? — o olhei enquanto o mesmo encarava minha boca, ele se deparou do que acabara de fazer e voltou a atenção aos meus olhos.

- A Yá saiu com o Pedro, a Amanda e sei lá mais quem e me deixou na mão. Tem como tu me dar uma força com a Anna? Tá ligada que não tenho experiência nesses bagulhos.

- Ah, tudo bem. Mas tu me deixa aqui a noite né? Pra voltar sozinha não rola, a rua aqui é esquisita demais. — joguei a verde, era apenas eu perdendo total a vergonha na cara já que aqui era super de boa e além do mais eu poderia muito bem pegar um uber.

- Fechou então, Valeu pela força — ele deu uma piscadinha e saiu, peguei um copo d'água e bebi ele inteiro de uma vez só, eu não queria isso, mas estar perto dele me deixava fora do normal.

Samuel

Perto demais, estar perto dela me deixa com um bagulho estranho no estômago, uma coisa que nunca senti antes. Precisava priorizar que a Isabelly não era mulher pra o meu bico, ela não era uma mulher que seria para sexo casual, qualquer um casaria com ela. Eu sou um caminhão que pega toda areia que ver pela frente, e ela é uma areia rara que não se mistura com outras areias. Ou o território é dela, ou não é.

- Fechou então, valeu pela força. - pisquei e assim saí da cozinha, minha vontade não era sair da cozinha, minha vontade mesmo era de estar com ela. Mas eu não posso agir assim, eu sou cachorro de rua e não me prendo em coleira.

Meu Melhor ErroOnde histórias criam vida. Descubra agora