Era o Vicente, ele logo abriu um sorriso irônico e debochado e adentrou porta a dentro.
- Quando ia me contar? — Eu percebia o deboche dele aumentar cada vez mais.
- O que eu teria pra te contar? Eu já não lhe devo satisfações e você não tem direito algum de aparecer dessa forma na porra da MINHA casa.
- Que tá grávida, ué. Não ia me contar que vou ser pai? — ele se aproximou pra tocar minha barriga e eu me esquivei.
- Seu? Você realmente acha que eu em si consciência seria capaz de engravidar de você? Eu não estaria louca de acabar com minha vida dessa forma, Vicente. — Meu nariz ardia de uma forma que eu nunca senti antes.
- Ah é? Então me explica de quem é, pelo tamanho da sua barriga esse filho só pode ser meu, e pode ter certeza Isabelly, que eu faço da tua vida um inferno se mentir pra mim, e você não vai ver nem esse filho nascer. — ele cruzou os braços e esperava minha resposta.
- O filho é.. — fui interrompida pela porta sendo aberta revelando um Samuel que eu nunca tinha visto antes.
- É meu, vai me falar qual o problema, parceiro? — o Samuel veio para o meu lado e envolveu minha cintura me dando um selinho de surpresa.
- Você me traiu, Isabelly. Você é uma vagabunda suja, uma putinha que eu não deveria ter pedido nem um quar — o Samuel o impediu de terminar quando lançou um soco bem no seu nariz o segurando pela gola da camisa.
- Você vai aprender na marra a nunca chamar de vagabunda uma mulher como ela, uma mulher que VOCÊ fodeu com a vida enquanto fodia com outras, e principalmente, a nunca dirigir suas palavras sujas a qualquer outra mulher — e então veio mais um soco, e mais um.. até o Samuel perder o controle e então sua camisa tinha tanto sangue quanto o rosto do Vicente, o mesmo me olhou com um olhar mortal, eu puder ver o ódio naquele olhar, e então levou mais um e iria levar mais outro se eu não impedisse.
- Samuel, por favor. Você não precisa descer a esse nível — eu falava, falava e parecia que a raiva estava o deixando surdo, eu virei o seu rosto pra mim e pude perceber seus músculos contraídos relaxarem. - Por favor, para. - ele imediatamente parou e então recebeu um soco certeiro na maçã do rosto, e então me coloquei na frente do Samuel que me puxou, e ele iria dar aquele soco no meu rosto, ele iria. O mesmo foi interrompido pelo vizinho alegando que se ele não fosse embora chamaria a polícia, e assim ele fez.
- Isa, caralho, Foi mal, de verdade. — ele me olhou e só assim percebi o sangue saindo de seu rosto.
- Deixa isso pra depois, você tá bem? Não, é óbvio que não tá. Espera — fiz ele sentar no sofá enquanto peguei a caixinha de primeiros socorros. Estava limpando o rosto dele com um algodão quando nossos olhares se cruzaram, e então eu tive o famoso "10 segundos de coragem" e o beijei, dessa vez o desejo era maior, mas a sintonia sempre era mesma. Senti o frio na barriga que desde a adolescência eu não sentia, quando dei por visto já estávamos despidos no meu quarto. Ele descia os beijos do pescoço até a minha barriga e então voltava a atenção pra a minha boca, ele fazia uma sequência de tortura na qual eu estava gostando de estar.
Eu estava tão ofegante que parecia que meu peito estava prestes a explodir, além do misto do turbilhão de emoções que eu estava sentindo a pior era a vergonha, de olhar pra cara do Samuel todos os dias na Faculdade e principalmente agora, enquanto ele está aqui.
- É.. eu vou tomar banho tá? — olhei o mesmo e ele deu um sorriso malicioso.
- Vou junto, pode? — ele me olhou, eu não respondi, apenas fui para o banheiro e o mesmo me seguiu.
E foi ali que o meu banheiro se tornou um ringue de luta nos levando ao segundo round.
- Não vai chorar se eu for? — ele sorriu e beijou minha testa.
- Hahaha, engraçadinho. Pode ter certeza que vou rir horrores, mas me fala uma coisa, como sabia que o Vicente estava aqui?
- Eu vim perguntar sobre ontem a noite, lembro de sentir seu cheiro e depois a Yá veio tontear. E antes de subir o porteiro falou que havia um homem aqui, e quando ele descreveu não pensei duas vezes em subir no ódio saca?
- Entendi, mas então.. obrigada tá? — sorri e beijei seu rosto.
- Só pelo Vicente? — eu o deixei sem respostas e ele foi.
Era diferente do Vicente, ao mesmo tempo que ele era selvagem ele também era atencioso. Não era só sexo casual, e eu talvez estivesse emocionada por não estar acostumada com isso. Arrumei o quarto e fui para a sala, recebi uma ligação do meu pai e ao mesmo minuto atendi.
*Ligação On
- Oi Papi!
- Oi filha, vai aparecer por aqui esse fim de semana? A Dora vem e eu espero muito que você venha também.
- Vou dar uma olhada nas passagens e qualquer coisa te aviso papi.
- Ótimo, beijo filha*Ligação Off
Procurei algumas passagens e o preço até estava razoável, consegui achar uma por 347 e era ela, feita para mim!
Falei com minha irmã e já estávamos totalmente combinadas. Dora havia se mudado a alguns meses depois de conseguir uma bolsa em Harvard para cursar medicina, perdemos a intimidade por não conseguir mantê-la virtualmente, algo que não influenciou em nada que se colocasse nós duas num circo, o mesmo pegaria fogo e viraria do avesso.Isadora Monteiro, 20 anos.
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Meu Melhor Erro
Romance"Somos seres humanos e estamos sempre errando, e dentre vários e vários erros eu nunca aprendi tanto com o meu melhor erro." • Plágio é crime! Crime de Violação aos Direitos Autorais no Art. 184 - Código Penal, que diz: Art. 184. Violar direitos de...