Isabelly
Acordei com aquela cama maravilhosa me implorando para ficar mais, mas eu sabia que precisava levantar, quando esfreguei os olhos e olhei para o lado vi a cena mais fofa possível, Lucas estava dormindo em cima do Samuca e ambos dormiam como pedra.
Eu levantei silenciosamente e deixei os dois dormindo, tomei uma ducha breve e me vesti, optei por um cropped preto de mangas longas e uma calça jeans clara, calcei rasteirinhas e dei uma arrumada no cabelo.
Já que para minha sorte o hotel era perto de muita coisa, poderia ir comprar o café da manhã sem me perder nessa avenida enorme, saí do quarto ainda em silêncio e desci, o Hotel era incrível, no elevador tínhamos a vista para a avenida, mas morria de medo daquele vidro quebrar.
Fui a padaria mais próxima que vi logo que saí do hotel e entrei na mesma, dei uma olhada por lá e tinham muitas opções, comprei alguns pães de queijo, croissant e dois sucos, paguei-os e voltei para o hotel, parava a cada passo para observar a Avenida Paulista que era linda, eu estava realmente vivendo um sonho de estar ali.
Quando eu estava arrumando o café da manhã na pequena mesinha que havia na sacada, senti o Samuel me abraçar e beijar minha nuca.
- Bom dia, gatinha.
- Bom dia, gatão. — sorri e selei nossos lábios.
- Só isso? Tô palhaço mesmo. — ele resmungou.
- Até você escovar os dentes, sim. — ri do mesmo e ele saiu, nem percebeu a mesa.
A vida ultimamente vinha me mostrando o quão fomos feitos para o outro, o quanto nossas sintonias batem, eu sabia que era ele o cara que eu procurei por toda a minha vida.
Lucas logo acordou e eu o peguei no colo.
- Bom dzia, meu neném da mamãe. — ele sorriu banguelinho e eu beijei suas bochechas, dei o peito para o mesmo e o Samuel logo voltou.
- Caralho, que mulher é essa papai! — ele olhou a mesa de café da manhã e veio em meu encontro beijar meu rosto.
- Você é um homem de sorte, gatinho. — eu sorri.
- Sou mesmo, pô. Eu e o molecote ganhamos na mega sena. — ele sentou do meu lado e esperou que eu terminasse de dar de mamar ao Lucas, coloquei o mesmo para arrotar e sentei com ele na mesa ainda com o Lucas no colo.
Tomamos café enquanto conversávamos, e então demos banho no Lucas juntos, Samuel ficou tomando banho e eu desci com o Lucas para ficar na área da piscina do hotel, sentei numa espreguiçadeira com guarda sol com o mesmo e fiquei observando, algumas pessoas passavam, nos davam bom dia, falava com o Lucas, faziam perguntas e isso me surpreendeu, as pessoas aqui não eram esnobes, por mais que fosse um hotel de sei lá quantas estrelas, mas sei que não eram poucas.
Devo ter demorado uns quarenta minutos lá embaixo e depois subi, Samuel estava todo arrumado e eu o olhei confusa.
- Vai desfilar, meu querido?!
- Nós vamos, vamos dar um rolê na paulista.
- Vamos?
- Sim, meu bem, vamos. Agiliza aí.
Nos aprontamos e então saímos, a avenida não estava tão cheia, mas também não estava vazia, acho que é bem difícil estar vazia, na verdade.
Era uma diversidade muito grande, haviam pessoas cantando, vendendo suas artes, outros dançando, alguns fazendo malabarismos, até massagem tinha. A energia desse lugar é inesquecível e incomparável, estava sendo realmente um sonho, eu me sentia realizada, com um homem maravilhoso, e meu pacotinho de amor.
Ficamos passeando lá até dar a hora de almoço, fomos num shopping para que pudéssemos almoçar, o mesmo era super perto de onde estávamos, eu e Samuca comemos batata recheada com tudo que tinha direito e Lucas nada mais que; minhas tetas.
Pegamos um uber do shopping mesmo e então quando entramos o motorista parecia confuso.
- Desculpa a pergunta, mas o que vocês vão fazer no morro da fé? — ele perguntou.
- Vamos visitar uns parentes, irmão. — o Samuel me respondeu, e eu fiquei mais confusa ainda.
Preferi não falar nada e segui o caminho, que inclusive demorou muito, calada.
Logo nos aproximamos de um Morro, e então o motorista parou e nos olhou.
- Peço desculpas à família, mas não posso subir, meu máximo é até o pé do morro.
- Tudo bem, relaxa. Boa tarde e bom trabalho! — Samuel respondeu, pagou o mesmo e então saímos.
- Amor..
- Relaxa, não é o bicho de sete cabeças que a mídia inventa, tá tudo bem vida. — ele falou e eu assenti, pegou o Lucas no colo e então começamos a andar, logo fomos parados por uns caras, os mesmos carregavam armas e tinham cara de mau, mas logo a postura se desfez quando viram o Samuca.
- Caralho, tio, é o muca. — eles fizeram um toque de mãos e o outro também se pronunciou.
- Já fez um moleque, seu puto. — eles gargalharam.
- Claro, pô. Meu jogador aqui, e aí, tá tudo de boa?
- Andando no quadrado, né irmão, mas e aí, é a esposa? — o Samuel assentiu e eles me cumprimentaram, eu retribui e então entramos num carro com eles e subimos o morro.
A mídia realmente mostrava uma visão totalmente destorcida e escandalosa das favelas, que até então só havia pessoas ruins. Haviam pessoas fofocando nas calçadas, velhos nos bares e algumas crianças brincando na rua. Mas percebi uma multidão de crianças assim que paramos o carro, estava tendo uma espécie de festa para as crianças. Descemos do carro e havia varias crianças recebendo presentes e comendo pipoca e algodão doce, logo que viram o Samuel, vieram o cumprimentar, inclusive algumas garotas.
- Uau, muca. Cresceu hein? Será que seu aliado também cresceu e tá maior do que já era? — uma loira se aproximou e o olhou com malícia.
- Pergunta pra mãe do meu moleque, pô. — ele foi curto e grosso e direcionou o olhar a mim.
- Te garanto que cresceu, tanto que recebi até a encomenda de tanto que eu e o "aliado" conversávamos. — Eu fiz aspas com as mãos e ela desfez total o sorriso que antes ia de uma orelha a outra.
- Ah.. parabéns, papai. — ela saiu com seu bando de amigas comentando.
- Então essa era sua fama aqui? Todas desse morro conhecem seu tal de aliado? — cruzei os braços.
- Algumas podem até conhecer, mas agora é todo seu. — ele sorriu e me puxou pela cintura me beijando.
Passamos a tarde lá, fomos num boteco que tinha uma comida maravilhosa, uma lanchonete com um açaí toperrimo e um salão de uma amiga dele, a Fernanda, que deixou minhas unhas impecáveis. Maioria dos seus amigos e de suas primas babaram no Lucas, era um lugar no qual eu não via maldade nas pessoas.
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Meu Melhor Erro
Romance"Somos seres humanos e estamos sempre errando, e dentre vários e vários erros eu nunca aprendi tanto com o meu melhor erro." • Plágio é crime! Crime de Violação aos Direitos Autorais no Art. 184 - Código Penal, que diz: Art. 184. Violar direitos de...