Capitulo 11

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   O teste final tinha chegado. Estávamos todos nervosos, bem nervosos, mas tínhamos o apoio um do outro, cada dupla se ajudava. E os amigos tentavam distrair um ao outro. Mas quanto mais gente ia passando, mais ansiosos ficávamos. O teste era individual. Nós íamos entrar em uma sala de simulação onde iríamos responder a uma situação de risco, tipo uma guerra. 

   Lídia e Jordan já tinha passado por seus teste e pelo jeito que saíram meio felizes, parecia terem se dado bem. 

    Agora eu podia namorar o Finn na frente de todos. Quando o chamaram, demos o nosso último beijo e ele entrou. 

    Quarenta minutos depois, foi a minha vez. A sala de simulação era fria e bem escura. Segui uma linha vermelha que estava desenhada no chão. Quando cheguei a um círculo central, uma voz se anunciou. 

   --Senhorita Mellark, a senhora irá passar por um teste simples, vamos te colocar em uma simulação de guerra e ver como você reage. Alguma pergunta? — falou a voz.

    --Só tenho uma. Teria alguma pista de qual será a minha missão? — perguntei. 

    --Não, mas se prestar atenção pode ter algumas respostas. Agora espero que consiga e que a sorte esteja sempre a seu favor.

    Legal agora tenho um enigma para descobrir além de passar no teste. E por que ele disse aquela frase tenebrosa. Odeio ela com todas as minhas forças. Essa frase é uma sentença de morte. 

    De repente uma luz acendeu e comecei a escutar várias cenas de grito e comecei a ver pessoas correndo de um lado para o outro. Estava perdida, comecei a andar e fui procurar meu arco, mas não achei. Segui o lado onde tinha mais fluxo e acabei sendo arrastada pelas pessoas.

   Com o tempo percebi estar na capital. Fui levada pela multidão até o centro da praça, onde vários pacificadores tentavam pegar as crianças e levá-las para dentro do portão. Escutei um barulho e vi um aerodeslizador da capital passar pelas nossas cabeças e logo em seguida mini paraquedas caíram do mesmo. Eu sabia o que isso significava, sabia o que ia acontecer quando os paraquedas tocassem no chão. Comecei a correr para me afastar o máximo que conseguisse foi quando vi um bebê chorando no chão, devia ter um ano e alguns meses de vida. Peguei ela nos braços e me escondi atrás de um carro tombado.

   Esperei que a explosão viesse e ela veio. BUUUUUMMMMM. Tudo ficou escuro de repente, o bebê parou de chorar. Protegi seu corpinho frágil com o meu. Uma nuvem de poeira se levantou. 

    Coloquei o bebê perto de um latão de lixo, assim se houvesse outra explosão, coisa que eu sabia ir acontecer, ele não se machucaria. 

    A poeira abaixou, tinha que correr o mais rápido que podia. Comecei a gritar pelo caminho para que as pessoas saísse dali o mais rápido possível. Inicialmente elas não me ouviram, mas depois sim. Fui em direção ao portão.

     Quando cheguei lá tive um choque, uma pessoa estava parada lá, uma pessoa que nunca pensei que chegaria a ver, mas eu sabia quem era. Como pude esquecer que ela estaria ali? Como pode esquecer o momento em que minha tia Prim morreu?

    Ouvi uma voz ao meu lado gritar o nome dela, quando me virei na direção do som era minha mãe. O momento final estava chegando. Não pensei duas vezes, corri na direção da Prim. Quando faltavam alguns passos para alcançá-la, escutei minha mãe chamá-la de novo. 

    Dois segundo antes da explosão estava no chão em cima da minha tia, protegendo com meu corpo, quando veio a segunda explosão. E assim como a primeira acabou rápido. Olhei em volta e vi vários mortos. Minha Tia estava no chão, viva. 

     --Obrigada. — disse ela. 

    --De nada. — respondi.

     Me levantei e sai andando, voltei ao lugar onde tinha deixado o bebê, peguei ele nos meus braços de novo. Levei até a Prim.

     --Cuide bem dele. — pedi. E ela respondeu que sim. Foi aí que tudo ficou preto e eu voltei para a sala.

    A voz retornou a falar.

    --Pode se retirar agora. — mandou.- Mas lembre-se, não conte a ninguém o que aconteceu aqui até o resultado hoje a noite.

     --Sim. 

     Sai da sala correndo com lágrimas nos olhos. Queria que a simulação fosse verdade, queria ter conhecido a mulher que me emprestou seu nome. Fui para o meu quarto onde Finn já me esperava. Ele me perguntou como tinha ido e não consegui responder, só chorei e logo em seguida contei a ele sobre a simulação. Ele me ouviu até me acalmar e depois me contou a sua, onde assim como eu ele viu seu pai. Ele me consolou e disse que a dor ia passar.

     Foi depois que de ver o que eu vi que percebi o quanto a minha mãe é uma mulher forte, ela viu a morte da própria irmã e de algum modo consegui seguir e formar uma família.

      Sinto o maior orgulho de ser a filha dele e de poder, finalmente, dizer isso em voz alta para todo ouvirem.

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