Capitulo 18

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    Depois da aula insuportável fomos para o nosso vagão. Não iríamos aparecer namorando para as pessoas, mas podíamos fazer isso escondido.

    Porém, Finn me lembrou que nem mesmo escondidos poderíamos nos encontrar, ou todo o nosso plano seria destruído.

    Estávamos tão cansado que fomos direto para os nossos quartos para garantir que ninguém nos visse juntos, por segurança.

     Quando coloquei minha cabeça no travesseiro, eu só conseguia pensar na minha família. Pensar em como eles deveriam estar sofrendo por eu ser levada.

   E quando descobrirem que eu vou passar pelo que eles passaram. Coitada da minha mãe, ela vai sofrer de mais. Ela vai sentir na pele o que minha avó sentiu enquanto ela estava nos jogos.

     Quando aceitei essa missão pensei apenas em meu juramento no distrito três e no meu país, mas agora percebo que fui egoísta e não pensei na dor e no sofrimento que causaria a minha família e sei que o Finn está pensando a mesma coisa.

   E foi com esse pensamento na cabeça que adormeci aquela noite. Fui acordada pelo despertador automático que tinha no meu quarto. Me levantei, troquei de roupa e sai para tomar café. Finn, quero dizer Josh, já estava me esperando.

    --Oi, Jennifer. — falou ele com uma cara de sapeca.- Bom dia!

   --Bom dia. — falei.- Como vai o café, Josh?

    --Maravilhoso. — respondeu.- Mas sinto falta do café da padaria do seu pai.

   --Eu também. Sabe o que eu fiquei pensando antes de dormir? — ele me incentivou a continuar.- Será que fizemos a coisa certa em aceitar essa missão? Pensa em como nossos pais vão ficar quando descobrirem.

    --Não quero nem pensar nisso. Tenho tanta pena deles. Minha mãe vai sofrer tanto.

    --Nossas mães vão, mas prefiro pensar que se fizermos do jeito certo, nenhuma outra criança ou adolescentes irá passar pelo inferno que nossos pais passaram. Não quero ter que ouvir histórias sobre outra Rue.

    Antes que eu pudesse responder, um pacificador entrou no vagão e mandou que a gente o seguisse, não reclamei pelo modo rude como ele falou conosco.

    Seguimos até a saída do trem. Só aí percebi que já tínhamos chegado na capital. A conversa estava tão boa que não percebo que o trem havia parado.

    As ruas estavam vazias, nem diferente do que meus pais me contaram.

    Fomos levados para um prédio, provavelmente o prédio de treinamento. Os pacificadores não tiravam os olhos de nós e as armas estavam sempre preparadas para qualquer tentativa de fuga ou luta.

    Depois eu e Josh fomos levados, para algum andar. E logo em seguida, separada dele e conduzida para um lugar escuro onde só tem um roupão e uma maca.

   Os pacificadores saíram e a porta atrás de mim, foi trancada, me deixando não apenas sozinha, mas trancada também.

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