Capitulo 48

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     Nós ajudamos a arrumar a cidade como o Finn tinha organizado. Tia Prim estava ajudando lá dentro e já tinha saído uma três vezes para respirar, em uma dessas vezes, a última, minha mãe foi falar com ela e vi as duas chorando. 

    --Temos que fazer alguma coisa para ajudá-los. — ouvi minha mãe dizer para a Johanna, depois que minha tia voltou para dentro.

    --O que houve, mãe. — falei, depois que todos se aproximaram.

   --Minha irmã me disse que as pessoas estão parando de lutar e não querem mais ajuda medica. — minha mãe respondeu e sentia meu coração se apertar.- Eu não sei mais o que podemos fazer.

    --Eu sei. — falou meu pai.- Por que você e a Rose não vão lá dentro, como fizeram no distrito 8?

    --É uma ótima ideia Peeta. — disse o Finnick, olhando para nós duas.- Vai dar algum tipo de esperança ou apenas o apoio de vocês pode ser suficiente. 

   --Mas não só as duas. — falou o Gale, dando um passo para o lado do meu pai.- Os quatro. Peeta, Katniss, Prim e Finn. São casais e foram casais na Arena. Lutaram juntos. Sobreviveram juntos. 

   --Então vamos fazer isso. — eu disse e sai andando em direção à enfermaria, segurando a mão do Finn.

   Quando entrei, a primeira coisa que senti foi o cheiro de podridão e sangue no ar, meu estômago revirou com o odor. Um dos enfermeiros nos informou que as pessoas estavam no final do galpão, onde ficava a enfermaria. 

    Pedimos que chamassem a tia Prim para que ela pudesse nos dar algum tipo de orientação. 

   --Viemos tentar dar alguma ajuda moral ou física. — falei para a tia Prim quando ela apareceu.

   --Isso vai ajudar. — ela disse e voltou para dentro. 

   Olhei para os outros. Minha tia não tinha sido de muito ajuda, mas, é compreensível, afinal, todos estão ocupados lá dentro. 

   Respirei fundo e entrei, aquela visão das pessoas sofrendo quase me desestabilizou. Respirei fundo novamente e fui andando na direção da tia Prim que estava mais a frente ajudando uma senhora. 

    --Katniss. Peeta. — falou alguém atrás de nós e quando me virei, tinha uma mulher falando com eles.- Não acredito que vocês estão juntos.

   --Nem nós. — falou meu pai e a mulher riu. 

   Esse jeito do meu pai sempre trouxe um alívio cômico para as piores situações, mas, quando é preciso, ele sabe como ficar sério e focado. 

   --Jenn. Josh. — falou um garoto que deveria ter uns 15 anos.- Vocês estão vivos.

  --Sim. — falei, me aproximando dele.- Nossos nomes verdadeiros são Rose e Finn. Tivemos que nos esconder por que somos rebeldes.

   --Que bom saber disso. — ele disse com os olhos brilhantes.- Será que posso te dar um abraço Rose.

   --É claro. — respondi muito surpresa. Então ele me deu um abraço e chorou.

   --Obrigado. — ele me disse ainda com lágrimas nos olhos. 

   --Pelo quê? — perguntei, olhando para ele. 

   --Por ter nos dado esperança de novo. — ele respondeu e depois abraçou o Finn.- Durante os jogos, pensei que voltaríamos aquele inferno de que tanto ouvi falar, mas, quando vi vocês dois lá dentro, lutando como estavam lutando, soube que isso não iria acontecer novamente. 

    --E não vai. — Finn disse, colocando a mão no ombro do jovem.- Por isso, estamos aqui. E viemos pedir um favor.

    --Pode pedir. — menino disse, secando as lagrimas, agora, mais animado.- Se podermos, vamos fazer.

   --Não parem de lutar. Vamos mostrar para essa Capital que no nosso lar eles não faram o que querem. — eu disse olhando em volta. Então vi minha mãe. Apontei para ela.- Um dia, ela fez uma chama de esperança virar fogo da liberdade. Esta na hora desse fogo queimar de novo. E todos vocês serão uma pequena fagulha. Então se levantem e lutem.

   Então algo que eu não esperava aconteceu, as pessoas levantaram os três dedos.

   --Sabe o que é engraçado, ela se parece com você. — falou a mulher para minha mãe.

   --Não é só engraçado. — minha mãe respondeu e parou do meu lado.- Ela é minha filha.

    --Isso é serio? — o menino perguntou.

    --Sim. — eu respondi.- Sou Primorse Willow Mellark. 

    --Você teve outra filha depois que perdeu o bebê? — a mulher perguntou, segurando sua mão da minha mãe.

   --Na verdade, foram dois. — meu pai respondeu.- Também tivemos um menino, Cinna.

   As pessoas ficaram tão felizes em saber dessa notícia que começou um falatório na mesma hora. 

    --Tudo está ótimo e essa conversa está ótima. — Finn falou, se aproximando de um senhor que parecia estar com dor.- Mas, viemos aqui para ajudar. Vamos começar. 

    Nós nos separamos e fomos cada um para uma direção, ajudar com os ferimentos mais simples ou apenas distraindo as pessoas com uma conversa ou piada. 

   Podíamos estar fazendo pouca coisa, mas, o resultado já era evidente no rosto de várias pessoas. E isso me deixou ainda mais empolgada para acabar com a Capital e seu maldito presidente.

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