Capitulo 62

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Pov.Rose


Eu não conseguia parar de olhar para minha barriga, eu estava grávida de cinco meses e minha linda barriguinha já aparecia, uma das vantagens de ser magra é que as barriguinhas de grávida apareciam bem rápido.

Aqui no distrito 12, as coisas estavam indo muito bem, mesmo depois de três meses que nossos pais tinham sido levados e até já tínhamos um informante dentro da Capital e ele nos informou que todos pensavam que estávamos mortos, pois, o presidente passou imagens do bombardeamento do distrito 13 e isso incluía meus pais.

Não conseguia imaginar a dor que meus pais deveriam estar sentindo pensando que perderam dois filhos e um neto em uma só tragédia. Ou melhor, acho que finalmente entendia como eles estavam se sentindo.

--Rose. - falou meu irmão entrando no meu quarto.- O pessoal chegou para as aulas de tiro com arco.

Eu estava treinando um grupo que queria aprender a atirar com arco e flecha, claro que ninguém seria melhor que a minha mãe, mas, não custava ensinar a algumas pessoas, quanto maior o número de arqueiros, melhor

--Já estou indo, Cinna. - falei para ele, colocando uma blusa.

--A mamãe adoraria ver essa sua barriga. - Cinna falou quando me virei para ele.- E quando ela voltar vai adorar mais ainda segurar o neto ou neta nos braços.

--Você acha mesmo, Cinna?

--Sim. Dois dias antes deles serem levados, ouvi ela dizer para o papai que já estava muito ansiosa para saber com quem o bebê ia se parecer, com você ou com o Finn. Papai dizia que seria parecido com o pai mais ia ter o gênio da mãe, não importando se será menino ou menina.

Não percebi que tinha começado a chorar ouvindo aquilo, com a gravidez, tinha ficado sensível a muita coisa que antes não era.

--Rose, sei que é muito cedo, mas, será que posso tocar na sua barriga. - falou o meu irmão chegando perto de mim.

--Claro que sim, Cinna. -respondi, pegando a mão dele e colocando na minha barriga.- Você vai ser um ótimo tio.

--Pena que ele ou ela ainda não chuta, quero sentir os chutes. - meu irmão comentou, olhando para a barriga.

--Vai por mim também quero muito senti-lo. - comentei, sorrindo dos olhos brilhantes dele.- Mas vamos antes que a minha turma se canse de esperar por mim.

--Rose, você e o Finn já escolheram os nomes?

--Não, ainda não tivemos essa conversa, mas, quero conversar o mais breve possível

--E já tem alguma ideia de opções?

--Vários, meu irmão, vários e não faço a mínima ideia de qual escolher.

Descemos até o jardim da minha casa onde todos já me esperavam para começar os treinos. Eu tinha ensinado a eles a fazerem os próprios arcos e as flechas. E depois disso, comecei a ensiná-los a como atirar.

--Quero dar a todos vocês um grande parabéns, pois, todos aprenderam a atirar muito bem. -falei parabenizando todos os meus alunos.- Hoje vamos aprender a atirar com alvos em movimento, simulando pássaros voando, pessoas andando e quando menos esperarem estarão atirando em aerodeslizadores no ar. - me lembrei da minha mãe acertando o aerodeslizador no distrito 8.- Agora se preparem.

Eu fiz a demonstração e depois os ensinei e meia hora mais tarde, eles já estavam atirando. Ficamos quatro horas treinando até que o sol se pôs e todos voltaram para suas casas, fiquei guardando algumas coisas.

--Com licença. - falou alguém atrás de mim e eu me virei para ver uma menina que parecia ter uns 17 anos.- Você é a senhorita Rose Mellark?

--Por favor, sem senhorita, somente Rose. - falei, terminando de guardar as coisas.- Qual o seu nome?

--Radhassa Elena. - falou ela toda tímida- Mas, pode me chamar de Rad.

--Oi, Rad. - falei, me sentando em uma tora.- O que deseja de mim?

--Eu vim do Distrito 8 e como você já deve saber o distrito foi tomado por pacificadores de novo. - falou ela e eu respondi que sim.- Em uma das vistorias na minha casa encontraram um desenho que fiz com o tordo. Eu ia ser presa e para me salvar meus pais lutaram com os pacificadores, corri e me escondi, com isso, vi quando mataram meus pais a sangue-frio.

--Sinto muito que tenha presenciado isso, mas, continue, por favor.

--Eu sabia como viver na mata e como chegar até aqui, faz uma semana que cheguei ao distrito 12 e ouvi que você esta ensinando as pessoas a atirar com arco.

--Deixa, ver se adivinho, você quer que eu te treine? - ela respondeu que sim.- E por que não me procurou durante as aulas?

--Porque não queria atrapalhar vocês. Além disso, estou bem longe dos outros e vou precisar ser ensinada desde o começo. Olha, sei que você é bem ocupada, mas, quero lutar nessa guerra e impedir que a minha história se repita com outras pessoas. Também sei que serão aulas particulares e se quiser posso trabalhar de faxineira na sua casa em troca das aulas.

--Olha, minha casa está precisando ser arrumada mesmo, eu moro com dois meninos nada organizados e meu namorado não me deixa fazer muita coisa. - falei, lembrando do Finn não me deixando fazendo nada em casa.- Já é uma missão impossível conseguir treinar e trabalhar nas missões com essa barriga, mesmo estando pequena.

--Desculpe a pergunta nada delicada, mas, você está doente?

--Não, estou gravida. - respondi, adoro dizer que estou grávida.- Olha, vamos fazer assim, te ensino tudo o que a minha mãe me ensinou e quando atingir o nível dos outros você passa a treinar com eles, em troca você me ajuda com a casa e os meninos. Mas, é uma ajuda, nada de trabalho, o que acha?

--Eu topo. Quando começamos?

--Amanhã, as 6 da manhã, está bom.

--Ótimo. Obrigada.

Ela se virou para sair da vila dos vitoriosos quando a chamei.

--Escuta Rad. Onde você está morando?

--No abrigo do distrito, até fazer 18 anos e poder morar sozinha.

--Estava pensando, sou a única menina aqui e adoraria ter uma companhia, além disso, seria muito mais fácil para você se viesse morar com a gente até terminar o treinamento, posso ligar no abrigo e avisar que vai ficar aqui, se quiser, claro.

--Está me convidando para morar com vocês? - ela estava surpresa.

--Sim, eu estou. Você quer?

--Quero muito ficar aqui com vocês.

--Que bom. Agora vamos entrar por que esta ficando frio.

--Rose, tenho que confessar, não vejo a hora do verão chegar, não gosto nem um pouco de frio.

--Eu também vi e grávida não é nada fácil. Agora vou te apresentar os meninos bagunceiros dessa casa.

Ela me ajudou a pegar algumas coisas que estavam no chão e entramos na casa.

Apresentei a Rad para os meninos e eles adoraram conhecê-la, mas, vi uma troca de olhares especiais entre a Rad e o Cinna. Talvez, saia alguma coisa entre esses dois.

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