Capitulo 39

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      Pov. Carlie/Jena

        Ouvir a Rose contar a história dos nossos pais foi estranho. Minha mãe e meu pai às vezes omitiam alguns detalhes, mas, parece que Katniss e Peeta não fizeram isso e contaram os mínimos detalhes, até os piores deles.

    As pessoas que ouviam, tanto os tributos como os que já estiveram nos jogos anteriores e agora estavam presos e não se lembravam de nada, estavam muito concentrados e surpresos com tudo o que ouviam. 

    Quando a Rose terminou todos estavam bem quietos, então a garota do 1 perguntou.

    --Como sabe tanto sobre isso e com tantos detalhes? — ela perguntou e vi que todos olharam para a Rose esperando a resposta.

    --Meus pais estavam lá quando tudo aconteceu -respondeu a Rose sendo direta, sem dizer que nossos pais foram tributos vitoriosos também.- E moro no 12, todos contam as histórias para não serem esquecidas, pois, como presenciamos, a Capital gosta de contar apenas as partes que lhe convém.

    --E agora o que fazemos? -perguntou o Gato.

    --Agora descansamos. — falou o Seneca, entrando na sala novamente.- Fiz o que a Jenn mandou e estamos parados, amanhã cedo vamos tentar fazer contato com o 13 e pedir autorização de pouso. 

   --Ele está certo. — falou o Finn.- Vamos dormir, estamos todos exaustos e o hoje foi muito longo. 

   Ele pegou a mão da Rose e os dois foram para um canto, deitaram no chão e foram dormir. Deve ser bom dormir abraçado com alguém. Até a minha mãe que é a minha mãe dorme abraçada com meu pai, um dia também irei. 

   E foi com esse pensamento que adormeci ali mesmo onde estava sentada. Se não fosse pelo grande cansaço que estava sentido, minha mente não teria desligado e não teria conseguido dormir como uma pedra. 


   Acordei com uma movimentação próximo a mim e percebi que Seneca estava falando com alguém.

   --Jenn e Josh venham até aqui, vamos ver se conseguimos autorização. — ele falou e os dois entraram na cabine.- Os outros esperem aqui. 

   Apesar de não terem gostado, os outros obedeceram. Eu sei por que só Rose e Finn tinham ido, eles são soldados no 13 e por isso conseguiriam mais rápido. 

   Despertei de vez e me sentei com uma dor no corpo muito grande, tinha a sensação de ter sido atropelada por um dos monstros da arena. 

   Rose e Finn foram rápidos, retornando dez minutos depois, trazendo um carrinho com comida para todos.

   --Vamos pousar em cinco minutos no hangar da base. — falou a Rose seria. Ela é uma ótima líder.- Só vão esvaziar o espaço para nós. 

   --Como conseguiram tão rápido? — perguntou o Finnick.- Pelo que me lembro era mais difícil. 

   --E era. — respondeu Finn surgindo ao lado do pai bem rápido, com um pedaço de pão na mão e uma caneca na outra.- Algumas coisas mudaram nesses anos.

   Me aproximei do carro e peguei um pão e um pouco de café puro para comer, estava faminta. Os outros começaram a fazer o mesmo, acho que estavam com medo de serem drogados ou envenenados se pegassem a comida. 

   É compreensível por que não confiam em nós. Eles não nos conhecem e até onde sabem podem estar caindo em uma armadilha forjada pela Capital, mas, acredito que em breve isso possa mudar. 

   --Tem algo errado aqui. -falou a garota do 1. Sempre a primeira a desconfiar de tudo.- Como sabem tanto sobre esse distrito e como conseguiram uma autorização tão rápida? — ela estava começando a ficar irritada e pior, estava começando a me irritar. 

    Rose se virou para ela com uma cara de nojo e até eu fiquei incomodada com aquela expressão, nunca tinha visto Rose agir daquele modo.

   --Qual o seu nome mesmo? — Rose perguntou, encarando a tributo. Ela não parecia nem um pouco intimidada.

   --Teresa. 

   --Teresa você quer as respostas para essas perguntas? — a garota respondeu que sim com a cabeça.- Ela é bem simples. Eu e Josh trabalhamos no 13, somos capitão e general, para ser mais específica. Agora se quiser mais resposta vai ter que esperar até a noite. 

   Ela se virou e a porta do aerodeslizador se abriu. Já estávamos no hangar, nem senti a gente pousar. 

   --Leve todos para os dormitórios e deem tudo que for necessário. — ordenou a Rose a um soldado que esperava na base da rampa de acesso e depois se voltou para gente.- Jena, você vem comigo.

   Não falei nada só segui eles. Nunca tinha estado no distrito 13, mas, tinha ouvido meus pais e outras pessoas falarem sobre ele e preciso dizer que nem chegaram perto de descrever o quanto aquele lugar era enorme e bem preparado. Agora entendo como sobreviveram tantos anos sem que a Capital e os outros distritos soubesse quem tinha sobrevivido a Guerra. 

   Foi levada até o dormitório dos líderes de equipes, que era onde ficava o quarto da Rose e do Finn. Meia hora depois estava de banho tomado, deitada na cama olhando para o teto, apenas esperando que o sono me dominasse novamente, o que não demorou muito para acontecer. 

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