Dois

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          A noite, deixei que Brice dormisse comigo, pois a menor ainda não acostumara com o fato de estarmos longe de casa. Ela não chorou, mas também não havia comido quase nada. Eu estava exausto e o sono pedia para que eu me deitasse logo. Não queria que Brice tivesse uma queda agora, eu precisava dela forte no momento. Precisava que colaborasse comigo.

          — Brice, meu amor, você precisa comer. — falo, mas ela apenas se vira para o lado oposto — Tudo bem, a comida vai estar aqui em cima. Quando estiver com fome, você come. — deixo o prato com a comida em cima do criado-mudo e dou a volta na cama, deitando ao lado da minha irmã — Boa noite querida.

          — Boa noite. — murmura ainda de costas. Deixo um beijo em sua bochecha e desligo o abajur que fica do meu lado.

—•—•—

          Eu ainda não pretendo buscar a saber sobre os ataques em Íllea, mesmo que a minha vontade seja imensa para que assim, pudéssemos voltar logo para casa. No entanto, estou apenas focado em estabilizar a minha e a vida de Brice aqui em Carolina.

          Nesta madrugada, acordei para saber se ela havia comido pelo menos um pouco, e para a minha alegria, ela comeu uma boa quantia. Mas esse meu sorriso se foi quando eu acordei novamente com os berros de Brice. Ela gritava para que eu não a deixasse e para que os nossos pais não morresse. Brice chorava e mesmo eu tentando acorda-la, não conseguia. Tive que sentar na cama e puxa-la para o meu colo. Aos poucos ela foi se acalmando e abrindo os olhos. Fiquei umas duas horas acordado até que a minha pequena pegasse no sono novamente.

          — Fiquei sabendo que sua irmã teve um ataque de gritos, senhor. — Justin, meu assessor comenta, assim que eu abro a porta para recebê-lo.

          — Sim, Brice teve pesadelos. — conto, sentando em volta da mesa — Justin, tem certeza que eu tenho que ir nesse jantar? — bocejo. Eu realmente pretendia dormir mais cedo naquela noite.

          — Sim, meu senhor. De acordo com o prefeito, o jantar vai servi para recebê-lo e para a chegada de sua filha que está fora. — fecho os olhos frustrado.

          — Certo. E quando vai parar de me chamar de senhor? Não estamos em Íllea.

          — Acho que nunca, senhor. — ele se serve de uma xícara de café.

          — Tudo bem, pelo menos não é alteza ou príncipe Maxon.

          Enquanto Silvia fazia mais café, termino de comer minhas torradas e começo a escutar meu assessor falando sobre a família Singer. Mal saio de Íllea e já me fazem decorar nomes. E pelo que eu estudei nessas poucas horas, esse prefeito tem bastantes filhos! Bom, comparando a mim, eu ainda tenho o meu povo que são praticamente os meus filhos.

          Brice já havia acordado e já havia tomado seu café da manhã, agora, a menor brincava com Carter de casinha. Às vezes, nos meus intervalos de estudo, eu ria alto do meu amigo ser o prisioneiro de Brice e ter que ficar brincando de mover as bonecas pra lá e pra cá. Aspen também se divertia com a situação, enquanto me agradecia por ter nascido homem.

          Às cinco da tarde, começo a me preparar para o jantar. Brice não irá comigo por ainda estar meio irritada. Não a culpo, pois arrancamos de sua terra sem ao menos perguntarmos se ela queria ou não. Termino de abotoar os botões da camisa branca e visto o paletó cinza.

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