Trinta e Cinco

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— Acorde logo, majestade. — Sussurro diante dele, antes de deixar um beijo na testa do rei e deixá-lo descansar.

Após eu ter confidenciado ao meu pai os meus planos, eu havia ficado mais um tempo com ele apenas pensando na vida. A vendo como eu gostaria que fosse mesmo com alguns defeitos delas. Mas era uma vida maravilhosa, já que não havia invasões, tiros, racistas, preconceituosos e entre outros defeitos das pessoas.

Então, como me restava apenas meia hora para o almoço ser servido, decidi me encontrar com as mulheres, que estavam reunidas no salão das mulheres. Mas fui interceptado pelo meu assessor, que me entregou o meu telefone.

— É o pai do Leo, o senhor Orders.

— Claro. Faz um tempinho que eu queria conversar com ele.

Pego o telefone e atendo a chamada, vendo Justin sumir da minha vista.

— Maxon, como está? — Ele perguntou do outro lado da linha, me deixando confuso por um tempo até eu conseguir me lembrar de que ele já sabia da minha história.

— Na medida do possível. — Fui sincero — E você, como está? E o Leo?

— Estamos bem, voltamos ontem para Carolina. — A linha fica silenciosa por um tempinho — Fiquei sabendo sobre seu pai. Desejo toda a força para ele.

— Obrigado. E como foi a recuperação dele, do seu filho?

— Tranquilo. Ele já está ouvindo bem e o médico disse que pode ter uma recaída, mas nada que possa se preocupar. A audição dele não é 100% boa, mas o Leo está feliz. Então, eu estou feliz por ele.

— Fico feliz que ele esteja bem. Brice ficará feliz com isso.

— Sim, acredito. Obrigado, Maxon. De verdade mesmo!

— Foi um presente.

E foi mesmo! E eu não me arrependo do dinheiro que eu gastei com essa criança. Nunca me arrependerei quando uma criança é envolvida com o meu dinheiro. Ajudar o Leo foi um presente, que na verdade, foi gasto com o dinheiro da minha irmã. Claro, teve a ajuda do meu, já que as mesadas que ela começou a receber quando fez 3 anos, não deu muito. Mas eu não contaria isso a ela. A magoaria e eu não gostaria de vê-la triste.

— Errr, sei que está ocupado com tudo, mas tem como passar o telefone para sua irmã? Leo gostaria de falar com ela. E claro, se não for te atrapalhar e se ela estiver por perto.

— Sim, estou indo vê-la agora mesmo. Só um instante.

Apresso os passos em direção do salão onde eu as encontraria e bato três vezes na porta que está aberta, chamando a atenção delas para mim. Minha mãe acena para que eu possa entrar. Sorrindo, caminho até a minha irmã e fico ajoelhado na sua frente.

Alheia, Brice brincava com suas bonecas no chão. Ela não expressava nada. Aliás, ela não expressava nada desde que chegamos. Brice tinha surtos de choro durante a noite e a madrugada, e andava tristonha pelos corredores. O medico disse que ela estava em uma pequena depressão. Então quando eu entrei sorrindo por aquelas portas, era porque, talvez, falar com Leo a ajudaria a sair dessa.

— Brice? — A chamo, fazendo seus olhinhos focarem em mim — Leo quer falar com você.

Imediatamente, ela levanta do chão toda atrapalhada e fica em pé diante de mim com um sorriso largo no rosto. E fiquei aliviado de ver aqueles dentinhos mais uma vez.

— Ele está aqui?!

— Brice, ele não está aqui no sentindo literalmente, mas... — Mostrei o telefone, no qual a mesma agarrou rapidamente e saiu correndo do salão, puxando uma das mulheres que ficava com ela.

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