Calix

Trinta

|America Singer|

— Tio Carter! — O barulho das conversas e brincadeiras foram interrompidos com Brice entrando pelo salão correndo em direção da pessoa.

— Brice, sem correr. — O ouvi alertá-la.

Brice estava assustada e eu me pus em alerta para qualquer coisa que tenha acontecido. Maxon havia saído a pouco tempo com alguém ligando para ele. Então, achei que pudesse ser algo com ele. E minha conclusão estava certa, quando ela mencionou o nome dele.

— ... Ele não está bem, tio. Max está branco.

Entreguei minha filha para a minha irmã segurar e corri atrás de Carter para saber o que estava acontecendo. Passamos pelo corredor e não o encontramos. Fizemos a trajetória até a porta de entrada e não o encontramos. Só fomos avistá-lo quando passamos pelas enormes portas da entrada.

Assim que ele se virou para nós, meu coração se partiu. Meu Loirinho estava com os olhos vermelhos e estava chorando. De repente, ele parecia cansado demais para lutar contra o mundo.

Corri até ele, passando por Carter e o abracei. Algo bem sério aconteceu para ele ter ficado assim. E logo eu soube o que era. O primo dele, Gerad, apareceu de dentro de um carro que acabara de chegar e comunicou o que havia acontecido. Não sei se o homem que estava nos meus braços escutou, mas pela conversa, parecia que o pai dele havia sido baleado durante um ataque ao palácio.

Deixei que seu primo o abraçasse e fui ver como Brice estava. E berrava alto enquanto agarrava forte o corpo de Carter. Todos ali estavam em choque. Aspen tentava conversar com alguém pelo telefone e pela conversa que escutei, parecia que um voo partiria amanhã.

Minha cabeça estava a mil, mas a de Maxon estava pior. Não saberia como seria receber uma notícia de um pai que foi baleado. Acho que eu ficaria na mesma situação que ele e a sua irmã.

A frente de casa estava um alvoroço. Todos que estavam no almoço, se encontrava ali fora. Minha irmã estava na porta com a minha filha no colo. Me aproximei das duas e peguei minha filha, a cobrindo com uma cobertinha que me entregaram.

Eu não pensei nem duas vezes. Assim que os carros deles chegaram, eu entrei junto naquele automóvel e tentei acalmar meu amor que não parava de dizer que nunca deveria ter saído do lado de seu pai. Meu coração se apertou. Pois ele me conheceu quando chegou aqui. E mesmo com essa tragédia toda, eu agradeci silenciosamente ele ter vindo para esta cidade.

Brice estava no colo de Carter. Ela ainda chorava, mas agora não era tão alto como antes. Quando chegamos na sua casa, eu o segui até o quarto e ele começou a fazer as malas. Minha filha já estava inquieta no meu colo. Eu tinha duas pessoas ali para acalmar e estava fazendo o meu máximo.

— Se acalma um pouco. Você não saíra hoje desta cidade! — Falei para ele, tentando acalmar a minha filha que estava em meu colo.

— Meu pai precisa de mim! — Berrou, me assustando e fazendo com que eu desse um passo para trás. Percebendo o tom de sua voz, ele se aproximou de mim e de Eadlyn — Me desculpe. Mas eu estou...

— Ei, eu sei. — Murmurei, acariciando uma das bochechas dele com uma de minhas mãos livre — Apenas tente se acalmar. Amanhã você já irá decolar para a sua casa e a gente vai juntas.

— Não. — Falou rápido demais — Você não vai botar a vida sua e de sua filha até que aquele lugar estiver seguro!

— Mas...

— Não. — Me interrompeu, antes que eu pudesse protestar — Eu não suportaria botar a vida de vocês em risco e perder uma de vocês ou as duas. Você não vai comigo!