Trinta e Um

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Já se fazia um tempinho que eu estava acordado e já havia feito o que eu tinha que fazer. Como por exemplo: terminar de arrumar as malas e deixar as coisas organizadas. E dadas a circunstância, Celeste ficou encarregada de resolver as coisas dos imóveis e Aspen voltaria comigo. E pela cara que ele apareceu aqui, mais cedo, percebi que os dois haviam brigados. Também, não é para tanto. Pois, de acordo com o breve relatório que America me passou, Celeste havia perdido seu primeiro noivo numa viajem de trabalho. Pude entender a angustia da morena, ela temia por Aspen não voltar vivo. Eu até tentei convencê-lo de ficar, mas ele queria ao menos, nos ajudar nesse pequeno tempo e que depois voltaria. Então, resolvi que não era melhor eu ficar entre ele, sendo que minha cabeça já estava a mil.

Era muita coisa para raciocinar. Mais cedo, eu liguei para minha mãe para saber do estado do meu pai. Eu sabia que ela estava tensa, com medo, aflita e bem cansada. Mas mesmo assim, se vestiu de rainha e contou sobre o rei. Já havia saído da cirurgia e agora estava sob observação. Meu pai ainda não havia acordado e, de acordo com a mamãe, os médicos disse que ele poderia entrar em coma, mas que estaria fora de perigo. Como se coma não fosse algo sério. Tudo bem, eu entendi. Que a parte ruim já passou e agora era com o meu pai. Mas, por Deus, eu estava com medo de não chegar a tempo e de não ter feito nada para ajudá-lo.

Há mais um uns dois meses, eu havia parado de receber e-mails do meu tio. Por falar a verdade, mais de dois meses. Eu achava que estaria tudo tranquilo por lá e que já teria resolvido os problemas com os rebeldes. E que agora, meus pais estariam nos dando algum tipo de férias do lar. Mas vi que me enganará. Que apenas eles queriam resolver as coisas sem me deixar preocupado. E agora, eu estava louco de preocupado e querendo chagar em casa logo.

— Max...?

Sou tirado de meus pensamentos e voltado para a vida real.

Minha irmã estava se acomodando ao meu lado na cama e ela passou o meu braço esquerdo em volta de si.

— Acha que o papai vai viver?

Doeu ao quadrado ao escutá-la perguntar de nosso pai. Uma criança da idade dela, não deveria passar por isso que estamos passando. Nenhuma criança deveria perder os pais tão cedo. Independente se é adotivo ou não. Eles são apenas seres pequenos que precisam de proteção deste mundo cruel.

— Ele vai viver. — Respondo, tentando mais convencer a mim mesmo.

— Estou com saudades dele e da mamãe.

— Sei que está. Eu também estou, querida.

A puxei para o meu colo, e a deixei que me agarrasse. No dia anterior, Brice acabou ouvindo que nosso pai havia sido baleado ao proteger nossa mãe. Caso ao contrário, seria ela quem estaria em uma maca e talvez, nem teríamos chances de vê-la ainda esta noite. Pois seria capaz dela não conseguir aguentar devido a sua saúde que não era das boas.

Minha irmã não dormiu mais, apenas foi para sala e ficou assistindo algum desenho. As nossas coisas já estavam todas arrumadas e estávamos apenas esperando Carter, que havia ido conversar com a senhorita Tames, aparecer em casa para irmos ao aeroporto. No entanto, o mesmo mandou-me uma mensagem avisando que nos encontraria no lugar e que podíamos indo. Assim foi feito. Enquanto Silvia desceu com a minha irmã, ajudei Aspen e meu assessor com as malas, que até agora, ambos não havia desgrudado um minuto sequer do aparelho eletrônico. Aspen conversava com Celeste, Justin resolvia algumas coisas para a nossa partida.

A ida até o aeroporto não durou muito. Apenas meia hora, isso porque a gente ainda conseguiu pegar trânsitos. E ao invés de pararmos no estacionamento, fomos direto para perto de uma pista mais afastada onde subiríamos no jatinho que acabará de chegar. Quando o carro finalmente parou, tive uma surpresa ao ver que a Marlee estava perto de uma mala grande e ao lado de um Carter de mau humor. Sobre America, para não me preocupar com elas em Illéa, eu tentei esquecer que a mesma viria conosco levando a pequena Eadlyn para um país que no momento, não é um ótimo lugar de se morar.

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