Dezesseis

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          — Não, crianças. — ergo meu olhar para saber o que a minha irmã e seu amiguinho estavam aprontando — Sem brincar, estamos aqui para aprender.

          Senhorita Ambers movia os dedos para se comunicar com Leo, e o mesmo respondia com facilidade.

          James havia ligado, perguntando se poderia deixar seu filho conosco por um tempinho. Até ele resolver umas coisas da ex-mulher. E como Brice estava ansiosa perguntando quando ela teria uma visita de Leo, acabei não negando. Minha irmã queria muito que seu amiguinho a visitasse logo. Então, aceitei.

          Como na sala estava difícil de trabalhar, resolvi ir para outro lugar. Pego minha caneca de chá verde e os arquivos da editora e vou para o quarto.

          Depois de ter atrapalhado a conversa de Kenna com o diretor, parecia que ela notava ainda mais a minha presença, dando mais serviços para fazer. E nesse domingo não foi diferente. Eu ainda tinha que organizar uns por datas mais recentes e os outros por ordem alfabética. Sem contar com alguns relatórios que eu tinha que fazer.

          Consegui terminar tudo, antes da hora do jantar. Tomei um banho para relaxar os músculos e vesti algo confortável. Quando eu voltei pra sala, a professora da minha irmã já havia ido. Claro que já teria ido embora, aliás, são sete da noite. Nem pude agradecê-la por sacrificar seus domingos para dar a tão desejadas aulas de libras para Brice.

          — Calix, obrigado mesmo por deixar meu filho ficar.

          James parecia que havia sido esculachado por uma pedra. Suas olheiras estavam bem visíveis, sem contar que a postura estava péssima, com os ombros caídos.

          — Sem problema. Eles se divertiram muito! — falei feliz pela minha irmã estar se dando bem. E claro, pelo garotinho também.

          Eu ainda lembro dos menores se divertirem com Carter e obriga-lo a dormir com eles. O mais velho acabou que sendo vencido por eles e quando os três finalmente haviam caído no sono, aproveitei para tirar foto deles. Carter ainda não sabe sobre isso. Talvez eu vá contar a ele algum dia desses...

          — Se precisar que ele fique em algum lugar, a porta sempre estará aberta.

          Senhor Order agradeceu mais uma vez e se despediu, levando seu filho consigo. Desta vez, Brice não havia choramingado. Ela aceitou bem e quando os dois saíram pela porta, minha pequena havia me dado um beijo na bochecha e foi saltitando em direção de Silvia, que preparava seu prato.

          Ai tem coisa...

          Neguei comigo mesmo pela arte que os dois devem ter aprontado e me sentei a mesa, me servindo da comida caseira de Silvia que eu tanto aprendei amar. Durante o jantar, Silvia me confidenciou que o motivo de alegria de minha irmã, é que ela acabou recebendo um selinho inofensivo que aconteceu por acidente. De primeira, fiquei sem reação e depois, quando eu olhei para a menor, a vi com o rosto vermelho como uma pimenta. O que me fez sorrir. Tão nova e já está começando a se apaixonar.

          — Deixe que eu atendo! — falo, quando eu vi Silvia levantar.

          Vou até o telefone sem fio e atendo no segundo toque.

          — Posso ajudar? — pergunto

          — Maxon? — meu coração se aperta.

          — Mãe? Como a senhora está? E o pai?

           Ah, como eu senti falta de ouvir a voz dela. A última vez que eu havia conversado com ela, fora mês passado. E olha que eu falei bem pouco, já que Brice havia pegado o telefone e ficou o resto da tarde conversando com os nossos pais.

CalixOnde histórias criam vida. Descubra agora