Trinta e Nove

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Dedos finos e delicados passeiam pelo meu cabelo, fazendo eu apreciar aquele momento calmo e relaxo ainda mais na cama.

Eu não sei que horas são, mas eu havia dormido o suficiente para ter conseguido descansar meu corpo. Minha mente estava leve, nada que fosse pesado demais não me incomodava. Aliás, eu estava tranquilo, tudo estava certo para mim. Só faltava eu fazer o exame e tudo voltaria ao normal.

Abro os olhos e vejo o rosto dela, de minha mãe. A mesma mantida um sorriso materno no rosto e eu a abracei. Ficamos assim por um tempo, ambos sem dizer nada, apenas apreciando a companhia um do outro, curtindo aquele momento de mãe e filho, coisa que há um bom tempo nós dois não tem. Mas a verdade, é que assim que eu tive os meus treze anos, eu não tirava um cochilo na cama deles, de meus pais. Mas ontem, eu precisava disso. Eu precisava demais do calor de Amberly Schreave. Não da rainha, mas dela, como minha mãe.

— Não está com fome, querido? — Nego com a cabeça, incapaz de soltar um ruído se quer. — Tem que comer algo, já são duas da tarde.

Arregalo os olhos e me afasto dela, ficando sentado na beira da cama.

— A que horas eu fui dormir? — Pergunto ainda grogue de sono. A tentação de ficar o dia inteiro na cama é enorme. Meu corpo podia estar descansado, mas a vontade de voltar para cama era grande.

— Dormiu cedo. Você caiu no sono logo que se aconchegou na cama. Diria que foi umas onze e pouco.

Viro-me para ela com o cenho franzido.

— Dormi tão cedo assim? Achava que era de madrugada.

Mamãe se levantou da cama e deu a volta nela, ficando na minha frente. Suas mãos pequenas em minhas bochechas fazendo leves carícias. Percebo que ela já havia levantado da cama há um bom tempo por estar com roupa social.

— Você estava cansado, Maxon. É normal. — Assenti e ela sorriu de novo — Agora, vamos descer e você irá comer alguma coisa.

— Tudo bem, vou tomar um banho e já venho me encontrar com a senhora. — Beijo uma de suas mãos e levanto da cama, me espreguiçando assim que estou de pé.

Vou para o meu quarto e não encontro Eadlyn ou a America. E como eu fui afastado dos meus afazeres, acredito que minha mãe fez Justin tirar o dia de folga, já que eu não o encontro também.

Entro no banheiro e assim que eu me livro das peças de roupa, entro debaixo do jato de água morna, nunca quente demais e nunca gelado demais. Sempre equilibrado.

Já vestido, deixo o meu quarto e encontro a minha mãe conversando com uma de suas empregadas. Saúdo a bela jovem e ofereço o braço para a mais velha. As duas se despedem e nós dois seguimos pelo corredor, logo em seguida, pelas escadas e até chegar a sala de jantar íntima. A qual eu sempre uso com a minha família e a qual não encontro ninguém além dos empregados.

— Não se preocupe — Olho para a minha mãe que apenas recusa o prato que um dos empregados estava pronto para colocar diante dela na mesa e volta a me olhar —, America está com a bebê no salão, junto com o seu primo e suas amigas. Afinal, deixei Carter trazer a mocinha. Parece que Marlee já descobriu o sexo da criança. Quer saber? — Concordei.

Eu realmente já havia me esquecido que a amiga da America havia vindo conosco. O dia da chegada foi uma correria, que eu nem reparei muito nas pessoas em minha volta. Estava preocupado demais com a minha mãe e eu queria ver logo meu pai. Senhorita Tames havia ficado na casa dos pais de Carter por questão de segurança. Acredito que a mesma foi bem recebida, a família dele são calorosos ao receber visitas. E descobrir então que um neto ou uma neta está a caminho, aposto que a jovem loira foi bem mimada naquela casa.

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