Sete

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           America não me disse que horas ou a onde gostaria que eu a encontrasse, apenas disse que de tarde passaria aqui. Eu não entendo, por que ela estaria sendo tão gentil, quando na verdade, me tratou com tanto ódio. Gentileza por ter socado a cara de um e ter recebido um soco em troca? Talvez. Recentemente descobri que a senhorita Singer, é uma caixa de mistério, que eu não consigo desvendar. Eu não entendo as mulheres, e não consigo chegar a uma lógica para entender quais as intenções da America.

          Após a sua saída, recebi um olhar curioso de Silvia, mas a mesma não me questionou nada, mas acredito que logo irei ouvir uns curiosos. Termino a minha refeição e vou para o quarto, trocar a minha roupa de dormir por uma adequada para fazer uma corrida ou caminhada. Antes de sair do apartamento, aviso que logo estarei de volta e que qualquer coisa, para se comunicar com Aspen.

          Assim que deixo a minha mais nova casa, dou uns cinco passos e toco a campainha. Segundos depois, ouço alguém a destrancando e abrindo, revelando a figura de um Justin com a cara de sono.

          ― Senhor, o que faz acordado tão cedo? ― ele franze as sobrancelhas, dando espaço para que eu possa entrar ― A senhorita Singer já acordou? É muito feio deixa-la...

          ― Ela já foi. ― o corto ― E eu apenas quero o meu guarda para darmos uma corrida pelo quarteirão.

          ― Mas já? ― viro-me, vendo Aspen ainda com roupa de dormir ― Achei que teríamos no máximo umas duas semanas para acordar tarde.

          ― Já está preguiçoso, meu amigo? ― brinco, o vendo assentir ― Ande logo, eu quero correr.

          ― Sim, senhor! ― bateu continência e sumiu pelo corredor.

          Ri de seu humor e volto a minha atenção para Justin, que perguntou se eu queria uma xícara de café puro. Recusei, alegando que á havia tomado café da manhã, antes de vir pra cá. Acomodo-me no sofá e aguardo Aspen trocar de roupa e tomar seu café, para assim, corrermos pelo menos mais de duas voltas pelo quarteirão.

          Costumo correr cedo, porque eu sei que só assim eu consigo pensar direito e ter mais disposição. E hoje, é um dos dias que eu irei precisar pensar e ter disposição. Eu não sei o que a America planeja. Às vezes ela pode ter descoberto quem eu sou e ter armado algo pra mim, pode estar com falta de um companheiro e também, pode ser apenas um passeio mesmo. Mas a primeira opção me assusta um pouco.

          Porém, eu não acredito que ela seja assim. Depois das perguntas estranhas que ela fez a mim, passei a vê-la de outro jeito. Uma mulher que tem seus problemas e está tentando resolver sem magoar ninguém. Uma mulher frágil que tenta esconder tudo, mostrando um lado seu que não existe. No fundo, sinto querer ajuda-la. Mas eu nem a conheço ou sei sobre ela. Então, como eu posso ajuda-la?

          Chacoalho a cabeça, voltando à vida real e vendo meu amigo acenando para que fossemos correr. Levanto do sofá e despeço James, que é o único ― além de Aspen ― que está acordado neste momento. Descemos, utilizando a escada e começamos a correr.

          ― Maxon, está tudo bem? ― ouço perguntar.

          ― Sim. Por que não? ― o vejo arquear as sobrancelhas e me vejo suspirar, rendendo-me ― America me chamou para conhecer a cidade esta tarde.

          ― E você está todo pensativo, só por que vai sair com uma Singer? ― ele ri ― Maxon, não é a primeira vez que você sai com uma pessoa do sexo oposto.

          ― Eu sei. Mas é a primeira vez que saio com uma que não tem nada haver com a monarquia. ― confesso uma parte de meus pensamentos. O escuto rir mais ainda.

CalixOnde histórias criam vida. Descubra agora