Vinte e Nove

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Eadlyn Helena Margarete Schreave nasceu dia 16 de setembro na quinta-feira às 18:37 da noite. Era um dia frio com direito a ventos gelados, mas a sua chegada aqueceu o coração de todos que nem ligamos que a temperatura lá fora estava baixa.

Depois de tanto debater com os pais da America, principalmente com o pai dela, consegui fazer eles concordarem de colocar meu sobrenome no nome dela. E America estava radiante com o nome de sua ou filha. Ou como eu gostava de dizer para mim mesmo, nossa filha.

Foi uma noite inteira de pesquisa de nomes para colocarmos no meio. Ela queria Helena, eu, Margarete. Então, para deixarmos ambos satisfeito, Brice falou para acrescentar os dois ao nome dela. E assim fora feito e estávamos felizes.

Na manhã de sexta-feira tive que ir para casa para levar minha irmã para descansar. E assim que entrou no carro, dormiu no meu colo. Eu nem consegui pregar os olhos. Eu queria voltar logo para ver as duas novamente. Mas a pedido de Silvia e Justin, acabei descansando por meia hora e logo me vi tomando banho para voltar a clínica.

Minha mãe ligou no meu telefone quando eu estava já de saída. E ela ficou brava por eu não ter dormido direito e já querer voltar. Meu pai confessou que ela também havia ficado brava com ele no dia do meu nascimento pelo mesmo motivo. Eu e ele estávamos agitados e felizes. Impossível de dormir.

— Eu dei o nosso sobrenome a ela. — Disse no meio de uma conversa e depois se instalou um silencio do outro lado da linha.

Certo, eu sabia que era errado eu dar meu sobrenome do dia para noite. Mas eu estava tão eufórico, que mal pensava. Apenas queria que aquela criança fizesse parte da minha vida, que tivesse uma ligação comigo e que garantisse que o povo a respeitasse.

— Filho, tem certeza disso? — Ouvi minha mãe perguntar.

— Tenho mãe. Já a pedi em namoro, ela já sabe sobre mim e eu quero um futuro com ela.

— Se você está feliz, então, a gente também está.

Não contei a eles que eu era capaz de largar meu cargo de próximo rei por aquela mulher que já reinava meu coração. Deixei quieto pois era capaz deles entrarem em um desespero e as coisas por lá se desandar.

Cheguei na clínica em menos de vinte minutos e logo fui encaminhado para o quarto particular que America estava ficando. Assim que entrei no cômodo, fui recebido por um sorriso maravilhoso e uma gargalhada gostosa de bebê.

Aproximei delas e beijei os lábios daquela mulher bela e logo plantei um beijo na testa de Eadlyn. Percebi que havia sido colocado um berço ao lado da cama da minha namorada. Mas as duas não estavam na cama. America estava sentada em uma poltrona com a nossa bebezinha no colo. A cena mais bela de se ver.

— Você demorou. — Ela constatou, limpando a boquinha de sua filha.

— Me obrigaram a descansar um pouco.

— Isso é bom. Você ficou ao meu lado por vinte e quatro horas e não dormiu direito.

— E também, eu conversei com meus pais sobre o sobrenome e de você.

America arregalou os olhos e me encarou assustada. Ela estava com seu olhar focado nos meus e parecíamos que estava disputando que desviaria o olhar primeiro. Mas ambos desviamos para Eadlyn que começou a chorar. America ajeitou o corpinho dela no seu e arrumou um de seus seios para fora para eu Eadlyn pudesse pegar. E pegou de jeito, mamando gostoso com os pequenos olhinhos fechados.

— O que eles disseram? Falaram que eu era uma aproveitadora e que...

— Não. Por que acha isso? — Perguntei rindo, enquanto sentava na mesinha que ficava de frente para ela.

CalixOnde histórias criam vida. Descubra agora