No domingo cedinho segui para a igreja mais próxima da minha casa um pouco antes da segunda missa. Um mês, minha mente gritou enquanto eu unia minhas mãos e me ajoelhava.
Alguns poderiam dizer que eu não precisava fazer isso, que não havia sido culpa minha, mas era inevitável sentir como se eu não fosse a causa do que aconteceu aos meus pais enquanto eu estava longe. Uma lágrima desceu e eu tratei de seca-la no ato.
O padre passou ao meu lado e, com um olhar e com um leve toque sobre minha cabeça, ele me abençoou. Ouvi as badaladas do sino da grande igreja indicando que já eram oito da manhã, levantei-me e ajeitei meu cachecol de lã e cores fortes no meu pescoço saindo da igreja.
Enquanto eu saía, outras pessoas entravam para ver a celebração da missa. Estava virando para seguir o sentido que me levaria até minha casa quando vi uma garotinha toda agasalhada com um gorro da "Barbie" na cabeça, e parecendo uma bolinha de neve rosa pelo tamanho da blusa. Ela segurava na mão de uma senhora que estava agasalhada da mesma forma, exceto pelo gorro. Seu rosto possuía uma expressão dócil para a garotinha que saltitava. Lembrei-me da minha avó quase que simultaneamente com o reconhecimento, era a pequena Susan.
Ela também me notou ali e cutucou a senhora que lhe acompanhava assim como fez com o pai na minha apresentação de retorno ao circo.
- Ellie! - Ela correu até mim e abraçou minhas pernas. - Eu te vi ontem, você parecia a Elsa, do "Frozen"!
- Oi, Susan! Acredita que te vi também? - Seus olhinhos brilharam. Ela correu de volta até a senhora e a puxou para mais próximo de mim. - Olá.
- Vovó, essa é a Ellie, a moça do circo. - Susan nos apresentou. A senhora me encarou com aqueles olhos castanhos que pareciam singulares daquela família, sorriu-me e apertou minha mão. - Ellie, essa é minha vó, Giovana.
- Estava indo para a missa? Quer nos acompanhar? - Giovana perguntou.
- Não. Na verdade, vim apenar orar um pouco sozinha, já vou tomar meu caminho de casa. - Expliquei comprimindo meus lábios. Ela assentiu segurando a mão da neta.
- Nos vemos por aí, então, foi bom conhecer a amiga do meu filho. - Ela e Susan acenaram enquanto eu estava meio estática. Amiga? Ah, Thomas!
Segui para casa e preparei um lanche rápido, sabia que as meninas só apareceriam na hora do almoço então fui assistir um pouco de TV.
Porém, durante o tempo em que o filme que eu havia colocado passava meus pensamentos - em certo ponto, contrários - traziam dois rostos à minha mente. Queria saber por que eu pensava nos dois sendo que só devia ter um em mente.
Mais uma vez ignorei meus pensamentos e foquei em prestar atenção no filme... mesmo que por pouco tempo. Meus olhos desviaram para o buquê de flores que estava dentro de um jarro sobre meu rack, no mesmo instante meu celular tocou, levantei da minha cama e o peguei na bancada da minha cozinha. O ecrã anunciava que Alex estava me ligando, suspirei e atendi.
- Oi...
- Estava pensando em você e resolvi ligar - Ouvi a voz melódica de Alex dizer é voltei para meu quarto/sala, me jogando de costas na cama.
- Acredita se eu disser que também estava pensando em você? - E em mais alguém, mas você não precisa saber disso, não é?!. Alex sorriu do outro lado da linha.
- Que bom saber... - Fez uma pausa, eu não sabia como continuar uma conversa com alguém que eu estava "ficando", legal Ellie. Voltando ao ensino médio. - Ellie...
- Sim?
- Estava com saudade. - Ergui uma sobrancelha, havia nos visto ontem e ainda nos falamos por mensagem no meu caminho até em casa de ônibus. Porém, mesmo parecendo um pouco grude para um "pré-início" de algo sem denominação, eu havia gostado de saber daquilo. Por isso, respondi:
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A Um Solo do Amor
ChickLit♥♥ Vencedor do Wattys Justo 2016, Primeiro lugar no Projeto Descobrindo Escritores ♥♥ Ellie tinha duas escolhas: viver remoendo seu passado infeliz ou criar um novo presente e futuro para si. Felizmente, ela escolhe a segunda opção. ...