♥♥ Vencedor do Wattys Justo 2016, Primeiro lugar no Projeto Descobrindo Escritores ♥♥
Ellie tinha duas escolhas: viver remoendo seu passado infeliz ou criar um novo presente e futuro para si.
Felizmente, ela escolhe a segunda opção.
...
"Nem todo ponto final indica fim de história, pode ser só o começo de um novo parágrafo".
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Os primeiros a passarem entre as cortinas foram Corine e Dalton, ela estava com um vestido branco esvoaçante com um decote V bem grande, corei na hora, e Dalton usava a típica roupa de dono do circo, com a capa vermelha por trás e a roupa predominante preta. Fora o mesmo conjunto roupa que eu e Bill havíamos usado na minha primeira apresentação no Arakluz. Lembranças daquela cena infiltraram na minha mente, fazendo-me sorri e meus olhos marejarem enquanto eu via eles dançando e fazendo saltos comuns, pois na época, sem experiência alguma, era tudo o que eu sabia fazer.
Eu lembrava de estar morrendo de vergonha no dia, pois o vestido era decotado, leve e curto e alguns ventiladores estavam ligados exatamente para dar movimento ao vestidos das bailarinas. Meu cabelo estava em um penteado de época, com grandes cachos. O batom era um vermelho escarlate, os olhos bem marcados, porém com pouca sombra. Também me fazia parecer com a Marilyn Monroe.
Aquela época também me revelou a Ellie que invadia o desconhecido sem medo - ainda que com um pouco de vergonha. Eu só não sabia como ela ainda conseguia se esconder dentro de mim, talvez porque naquele único e exclusivo momento, eu precisava de medidas desesperadas.
Outras duplas também apareceram e dançaram juntos, nessa hora eu já chorava compulsivamente enquanto segurava na mão de Thomas.
Foi um conjunto lindo de adágio, os movimentos lentos e calculados de Dalton e Corine mostravam o quanto o tempo não mudou a graciosidade dela, apenas aperfeiçoou e como a conexão deles era forte.
- Por que... isso tudo? - perguntei tentando cessar meu choro quando a música estava ao fim.
- Você já vai saber a resposta. - prometeu Thomas, soltando minha mão e passando-a sob meus olhos.
- Respeitável público! - a voz de Dalton irrompeu pelo microfone que estava ligado ao seu rosto. - Pavlova... Pelo que me lembro, você nunca esteve desse lado do palco.
Balancei a cabeça em negativo, realmente eu nunca estive do lado da plateia.
- Você sempre esteve do lado de cá, encantando ou vendo seus companheiros nas apresentações deles, atrás das cortinas - Corine continuou, sorrindo.
- E por isso, por essa garota que nunca deixou de sonhar e que, ajudando o Arakluz, fez com que o sonho de muitos continuasse vivo, nós dedicamos essa noite a você - Dalton finalizou e enquanto eu alternava entre bater palmas e conter minhas lágrimas, a luz novamente foi apagada.
Tive alguns minutos para acalmar-me, sorrindo bobamente para tudo aquilo. Era imensurável a gratidão que eu sentia por todos ali e por todas as pessoas que se apresentariam para mim.
Inesperadamente, as luzes superiores foram ascendidas, elas tinham uma coloração roxeada. Antes que eu tomasse conhecimento, pessoas desceram por tecidos acrobáticos escuros.
