Capítulo 50

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"Mas eu desconfio que a única pessoa livre, realmente livre, é a que não tem medo do ridículo."
- Luis Fernando Verissimo

A quarta feira chegou, o dia havia amanhecido ensolarado, com uma chuva rápida, quase como aquelas de verão

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A quarta feira chegou, o dia havia amanhecido ensolarado, com uma chuva rápida, quase como aquelas de verão. Mas meu coração sentia que algo não estava certo naquele dia comum.

E nem era por causa da visita de Amanda, acompanhada de um psicólogo na casa de Thomas, talvez em partes pequenas, sim. No entanto, o que vivemos na segunda feira mostrou-me que eu poderia confiar inteiramente dele.

- Um, dois, três - Fiz os passos simples para que algumas das minhas mini bailarinas imitassem. Olhei para trás e sorri, novamente ela. - Nina, o exercício não é esse!

- Desculpe, tia. - Pediu dependurado da barra de metal e arrumando sua saia. Eu assenti e sorri.

- Plié - Falei e flexionei meus joelhos, olhei para as outras e sorri. - Muito bem! Fondu.

Essa espécie de Plié de uma perna consistia na flexão da perna de base, enquanto a outra aponta a ponta dos pés para dentro, ao mesmo tempo. As meninas realizaram com êxito e eu sorri.

A aula acabou um tempo depois e eu segui para a cantina que havia no Instituto, precisava almoçar rapidamente e seguir para o Arakluz logo depois. Sentia a ansiedade bater a porta por nossa volta as lonas do nosso amado circo, queria ver todos os integrantes que eu não via há mais de uma semana, pois estavam se recuperando do trauma do incêndio e não participaram da apresentação no Teatro Municipal e também não haviam ido a reunião que tivemos.

Almocei e peguei um ônibus em frente ao Instituto. Na minha mão, meu celular fazia-a suar, eu estava me segurando para não ligar para Thomas. Queria que ele ligasse para me contar como estava sendo aquela conversa, eu não duvidava que ela durasse todo o dia.

Olhei também minha aliança de chave e suspirei sorrindo. A memória dos toques de Thomas estava fresca na minha mente, como o vento naquela tarde de primavera. O modo carinhoso de como ele me fez mulher e me amou naquela tarde, não havia hipóteses de que eu o queria na minha vida até o fim dela, era certeza.

Apertei o "para" quando cheguei ao ponto do Arakluz e desci.

O ar quente daquele foi compensando pelas minhas lembranças de quando pisei naquele gramado cheio de trailers e mais a frente a grande lona circense, parecia que estávamos começando tudo de novo. A magia parecia nos envolver mais uma vez.

O friozinho na barriga era o mesmo de sempre, desci pelo gramado para chegar ao meu trailer. Ainda era possível ver alguns pedaços de madeira queimada mais afastadas, as memórias daquele incêndio eram quase palpáveis, porém eu lutava para me desapegar delas da mesma forma em que não pensava em como deveria estar sendo o encontro de Thomas, Susan e Amanda.

- Miranda! Olívia! - Berrei e fui até elas. - Como estão? E os preparativos?

- Tudo pronto! Ainda não teremos aéreos porque a instalação ainda não está completa, porém minha mãe já deve ter te passado o script antes do fim de semana. - Olívia disse penteando uma peruca em suas mãos. Miranda fazia as unhas na escada do trailer delas.

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