Capítulo 8

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Subi as escadas correndo, meu coração batia como louco no peito, minhas mãos soavam e meus lábios formigavam. Eu parecia uma adolescente depois do seu primeiro beijo!

Fiquei demasiado tempo com as costas apoiadas na porta depois que entrei. Fui me acalmando aos poucos até que um singelo sorriso brotou em meus lábios.

Não que eu nunca tivesse beijado ou namorado alguém, poxa! 24 anos, eu tinha que pelo menos ter uma aventurazinha no meu currículo. E tinha, havia sido no ensino médio e não foi muito bom, ele era possessivo e parecia não querer algo sério, pois sempre que eu o convidava para conhecer meus pais ele dizia que estávamos indo muito rápido, mas na hora de ficar sozinho comigo ele sempre tentava avançar o sinal. E depois veio outro, o da faculdade, da festa hippie em que a Jenny me salvou...

Balancei a cabeça, o passado já havia ido, e eu precisava colocá-lo em um caixão. Junto com outros sentimentos que guardei. Meus olhos caíram sobre o buquê em minhas mãos e meu pensamento voltou à Alex e como ele não havia forçado a barra, eu queria e ele viu aquilo... então aconteceu.

Entretanto, o que me deixa intrigada é que antes do nosso encontro eu me sentia ansiosa, e pensava que era porque eu iria me encontrar com ele, mas minha ansiedade ainda não havia passado. Era como se eu ainda sentia que algo estava por vim, era como se eu esperasse para ver alguém, porém eu não sabia o que ou quem.

Antes que eu conseguisse formular alguma conclusão para aquilo, eu comecei a ouvir o barulho de coisas se chocando com o chão. Incessante. Parecia que o apartamento de cima estava sendo destruído, colocado ao chão.

Voltei a abrir à porta, para perguntar ao Senhor Valdo se ele estava tendo conhecimento do que estava acontecendo.

Contudo, quando pisei no primeiro degrau da escada, o barulho cessou.

Dei de ombros, mesmo achando aquilo estranho, e entrei no meu apartamento. Senti meu celular vibrar no meu bolso e quando o peguei vi que era uma mensagem da Jenny, em seguida chegou uma de Miranda e Olívia, e nem era coincidência elas perguntarem a mesma coisa.

"Como foi o encontro com o Magicgato???".

Segui para o banheiro rindo, não daria para contar tudo por celular e eu também queria uma vingança por elas caçoarem tanto de mim, então iriam esperar. Mandei uma mensagem para todas elas:

"Venham aqui amanhã de manhã, conto tudo para vocês".

E ainda adicionei um pedido para Jenny.

"... traz seu maninho!".

A resposta das gêmeas, já que Jenny apenas enviou uma carinha frustrada, foi a seguinte:

"Mas nós vamos nos ver hoje à noite!".

Era verdade, tínhamos o espetáculo de noite, porém eu ainda não cederia, insisti que elas viessem no dia seguinte, mesmo com Jenny dizendo que poderia ir ao circo essa noite.

Depois de um banho quente fui arrumar meu apartamento. Aquele sentimento de ânsia continuava e chegava a me incomodar. O pior era o par de olhos castanhos escuros que chegavam em minha mente sem aviso prévio. Quando na realidade deviam estar dois olhos azuis celeste.

Peguei meu celular novamente depois que terminei de limpar o banheiro, fui para as mensagens, procurando pela conversa com minha antiga professora de ballet.

Eu tinha conseguido falar com ela no meio da semana, ela estava na capital, dando palestras em escolas de dança, porém dava algumas aulas dependendo do horário, me ligaria para confirmar isso. A primeira ideia que tive foi de ligar para Thomas, porém não o fiz. Eu me questionava por isso. Eu queria ajudá-los, prometi ligar assim que tivesse alguém que pudesse dar as aulas para Susan. Mas eu não o fiz.

A Um Solo do AmorOnde histórias criam vida. Descubra agora