Capítulo 31

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"O medo é como fogo, ele queima você. O primeiro por dentro; o segundo, bem... Depende do tipo de fogo."

Liberdade era uma das coisas que eu mais prezava, poderia até ter tido um relacionamento em que isso foi-me privado, porém eu não deixei de lutar por ela

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Liberdade era uma das coisas que eu mais prezava, poderia até ter tido um relacionamento em que isso foi-me privado, porém eu não deixei de lutar por ela.

Tanto no circo quanto num palco qualquer eu me sentia livre. Era como se eu me transformasse em um pássaro, que ninguém pudesse me segurar, que eu comandava meu voo; minha vida.

Depois que eu e Jenny saímos da praia, verdadeiramente renovadas com aquele banho de mar, ela me deixou em casa e seguiu para a sua, dizendo que naquela noite levaria o Carl para assisti-me. Fiquei feliz com a notícia e imaginei um encontro dele com Susan, que provavelmente iria, sendo dia das crianças.

Sentei na minha cama com a carta do vovô e a nossa fotografia. Sorri para aquilo e apertei contra meu peito. Aquele também era um tipo de liberdade, eu estava me libertando do meu passado complicado. Estiquei a mão e ativei uma música no meu celular. Tema de "Reino das Sombras", de La Bayadère.

Deitei com meus pertences e fiquei lá, não só ouvindo, mas sentindo a música e o peso que eu achava que nunca desgrudaria de mim cair ao chão.

Então me levantei e olhei as horas, eu tinha um tempo até ter que ir ao circo. Guardei minhas lembranças e sai de casa.

Segui pela rua com os fones de ouvido estourando em alto som uma playlist intitulada de "Liberdade". Então lembrei que o salão que fui no dia do aniversário das gêmeas não ficava longe de casa, segui para lá pronta para mudar a cor das minhas mechas.

- Hi, Cabelos de Humor! - Cumprimentou aquele mesmo cabeleireiro que acertou meu signo. O salão estava vazio e só havia ele mesmo, não devia ter ninguém naquele horário e as outras funcionárias de folga.

- Olá... - Esperei que ele dissesse seu nome.

- Balrog - Respondeu sorrindo e erguendo as mãos com uma prancha e um secador de cabelo.

- Espera... seu apelido não é Vega, não né? - Brinquei esperando que ele estivesse caçoando de mim.

- Como acertaste? - Ele perguntou soltando os aparelhos.

- Street fighter, nunca ouviu falar? Você tem o nome de uma personagem. - E até que parecia, ele com aparelhos de cabeleireiro nas mãos parecendo o "Vega" com suas garras metálicas. Carl tinha me ensinado um pouco quando eu ficava de babá dele e jogávamos, ele ganhando todas as lutas e eu reclamando que a manete devia estar com defeito.

- Não conheço. Pois bem, vieres mudar a cor do vosso cabelo mais uma vez? - Questionou parecendo empolgado somente com a ideia.

- Vim. E já decidi a cor. - Sorri. Ele me puxou até o lavabo e já foi à uma espécie de reserva pegar os materiais.

- E qual será? - Gritou de lá dentro.

- Verde, mas não aquele muito claro, nem florescente. Quero um escuro e que venha da minha franja, poucas mechas, mas grossas, entende? - Encostei com a cabeça no lavatório e fechei os olhos imaginando como ficaria. Quando voltei a abri-los, Vega estava na minha frente, com vários potes de produto para cabelo.

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