Capítulo 34

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"Então me abraça forte, e diz mais uma vez que já estamos... distantes, de tudo..." — Tempo Perdido, Legião Urbana.

Depois do áudio completar seu envio eu saí do banheiro

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Depois do áudio completar seu envio eu saí do banheiro. Jenny estava chegando em casa e nós quase trombamos uma na outra.

— Achei que estivesse tomando banho. — Comentou com uma mochila nas mãos.

— Estava te esperando. — Sorri-lhe fracamente, ela me estendeu a mochila e eu quase cai com o peso dela. — O que é isso? Vou me mudar para cá?

— Não, boba. Só não sabia o que escolher, tinha tantas roupas e fantasias do... — Sua frase morreu ali e Jenny me deu um abraço antes de ir ajudar o irmão que arrumava a mesa. — Vai tomar um banho e depois vem jantar com a gente.

Separei uma muda de roupa, deixando a mochila no quarto de Jenny e voltei ao banheiro. Diferentemente de outras épocas, eu não chorei sob as águas mornas que caíam. Apenas pensei. Pensei em tudo que fiz e vivi. Tudo que podia melhorar, o que eu devia deixar para trás e o que poderia recuperar. Havia muita coisa nesse último caso, e eu me vi perguntando-me se a aproximação dos meus irmãos poderia entrar na lista. Não, seria muito precipitado.

Saí do banho e vesti a roupa no próprio banheiro. Fui meio tímida até a cozinha, já era de casa, ficava várias noites com Carl, porém por um motivo como aquele era diferente.

Estavam todos sentados à mesa, a comida posta e os pratos e talheres também. Me sentei na cadeira ao lado da de Jenny e de frente para a de Carl. O jantar transcorreu bem, vários momentos de silêncio, porém tentávamos conversar amenidades.

Ao final, Patrícia saiu para colocar Carl na cama, levantei os olhos pela primeira vez desde que o jantar começou e encontrei os olhos verdes de Jenny me estudando. Parecíamos conversar com os olhos e, depois de um tempo, ela questionou:

— Sei que não é um bom momento, por tudo que você está passando e mais alguma coisa. Porém, mesmo assim vou perguntar: o que exatamente você falou com ele?

— Que talvez eu o ame mais do que devia, mais do que se ama um amigo. — Confessei mordendo minha boca de leve por dentro.

— Você iria se decidir esse final de semana, pode adiantar — Sugeriu brincando com um garfo sobre a mesa. Logo depois, me encarou séria. — Nunca duvidei da sua índole, mas você não traiu o Alex não é?

— Não. O mais avançado que aconteceu entre mim e Thomas foi aquele quase beijo, mas eu interrompi. — Contei e levantando junto com ela, indo para o quarto. — Quero ser justa com Alex, ele é um cara legal, eu gostei dele por um tempo, porém, aquele tipo de "paixão" nunca foi o que eu buscava.

— Não sei se Alex foi justo com você o tempo todo. — Ela comentou e eu esperei para que continuasse. Respirando fundo ela disse: — Sabe aquela Anny? Eu não confio nem um pouco nela. O modo como ela olha o Alex é estranho, ela já o conhece, e não como amigo.

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