#Capítulo 4

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[Mika]

Faltando 2 semanas para começar as aulas, estávamos nos arrumando para ir à mais um dos "exames de rotinas do mês".

Mamãe nunca me falou o real motivo pra tantos exames e consultas, e sempre que o doutor estava com os resultados eu tinha que ficar do lado de fora da sala. Já tinha quase 15 anos e não entendia por que tinha que ficar de fora já que se tratava da minha saúde também. No carro mamãe falava o mesmo de sempre.

- Meu anjo, é complicado para você entender.

- Nunca tivemos segredos, mas quando o assunto é saúde, você me priva, não acho justo.

- Meu amor, eu não acho que você tem idade pra...

Ela se interrompe de repente. Sentia que tinha algo mais nisso tudo, via no olhar dela nitidamente, mas ela não tinha coragem pra me falar.

- Saber o que? É tão grave?

- Não, claro que não, é só um cuidado a mais.

- Sei.

- Anjinho, eu prometo te falar... Um dia. - ela baixou a voz ao terminar a frase.

- Vou cobrar. Ok? - e ela muda de assunto rapidamente.

- Que tal um sorvete bem grande, o que você acha, meu amor? Pra comemorar a sua entrada no ensino médio? Como o tempo passa rápido, ontem você estava no meu colo e hoje está com quase 15.

- Vai se arrepender, você sabe que eu amo sorvete e não vai ser só um. - rimos.

[Na sorveteria]

- Mãe, por que não se apaixonou de novo?

- Meu amor, eu não quero falar disso. - diz ela cabisbaixa.

- Desculpa, mas já que você nunca falou do meu pai, eu não sei por que nunca namorou ninguém depois dele. À propósito você nunca me falou dele, poderia me falar? - termino de falar e vejo seus olhos marejados.

- Eu não sei se está na hora de falar dele, OK.

- Posso saber pelo menos o nome?

- Marcos. - fala um pouco baixo.

- Desculpe, mas tem algo no passado de vocês que te entristece? - falo segurando sua mão com carinho.

- Meu anjo, muda de assunto, por favor, eu te conto quando eu tiver forças pra te contar sem chorar, OK?

- Está bem, só fiquei curioso... Mas depois que sairmos daqui eu vou te comprar um presente. - disse abrindo um sorriso.

- Que eu vou paga, não é? - disse ela com um sorriso que eu amava ver.

- Claro! - funcionou consegui distraí-la.

Saímos de lá e fomos à algumas lojas e compramos vários vestidos que eu escolhi. Mas depois de um tempo eu percebi alguém familiar da sorveteria, menino aparentemente da minha idade, fiquei assustado ao ver ele na loja, estava eu sentado de frente ao provador esperando mamãe sair com mais um vestido e percebo, ele me olhando e disfarça olhando algumas camisas. Quando ele não está vendo eu levanto e vou para o outro lado da loja, e ele me procura como se estivesse perdido uma criancinha. Achei fofo, ele olha para todos os lados e me vê do outro lado e sorri tímido e dá um tchauzinho.

Estava quase indo em direção à ele para falar alguma coisa, mas vejo mamãe saindo do provador.

- Eu amei esse! - diz ela admirando o vestido preto, aberto nas costas até acima da bunda, lindo, mas muito ousado.

- Eu não lembro de ter escolhido esse. - digo confuso.

- Eu sei, fui eu que peguei, nem faça essa cara de ciúmes, você que disse que eu tenho belas pernas.

- Ok, não vou argumentar, já sei que vou perder.

- Bom garoto! - diz ela piscando pra mim e sorrindo.

Enquanto ela se troca, percebo que o garoto foi embora. Estranho, eu senti algo diferente, queria ver ele outra vez. Ver aquele corpo magro, mas com formas, os olhos que não identifiquem a cor e o sorriso que destacam suas covinhas.

Mamãe sai do provador e me acorda dos meus pensamentos.

- Ei, bela adormecida, vamos pagar isso e ir pra casa?

- Ah... Vamos, claro... Hmm... Pensando bem... Eu quero ver umas coisas ainda, pode ser?

- Você que sabe. - diz meio desconfiada.

Comprei logo os materiais para a escola, mais roupas, mas era só pra ver se via ele outra vez, senti que era uma pessoa amigável.

Chegamos em casa, guardei tudo e ajudei mamãe com o jantar.

- Pra quê tantos cadernos?

- É para mim escrever minhas músicas favoritas. - falo com um sorrisinho.

- Sei... E como esta indo o coreano, está praticando? Você sabe que toda a família Kim tem que saber a língua? E quem sabe não vamos passar seu aniversário em Seul, Busan ou Incheon.

- Sério? - Digo animado.

Senti que ela estava tentando fugir de algo, mas deixei quieto.

Na minha cama, não tirava da cabeça a chance de conhecer alguém novo, já que não tenho meus amigos que saíram do país.

Nos dias seguintes, faltando semanas para aulas, acordo cedo e percebo que estou ganhando formas, não estou com aquele corpo magro e frágil, estou com mais massa muscular e falo à mim mesmo:

- Eu adoro esse negócio de genética boa. - me glorifico.

Vejo a hora e termino de me vestir para correr um pouco pra começar o dia bem. Pego o celular e os fones, saio de casa e tenho a impressão de ver aquele garoto no carro que passa na rua.

- Eu estou louco ou ele é um psicopata e qualquer hora vai me sequestrar. - começo a correr pra aquecer e rir do que acabei de falar.

- O que será que ele quer comigo? Me deixar louco? - Me distraio o resto do caminho ouvindo musica.

Antonio: Annyeong! Bom gente estou me esforçando para não bugar a história e deixar interessante, já que simplesmente escrevo diretamente. Os próximos capítulos alguns serão curtos e alguns não. Bye bye

Amor PositivoOnde histórias criam vida. Descubra agora