#Capítulo 46

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[Mika]

Acordo bem cedo e já começo a chorar outra vez, queria que tudo que houve ontem fosse um mero pesadelo, mas não foi. Me arrumo e saio sem rumo, mas a Mel era a única pessoa que queria ver aquele dia e ligo pra ela.

- Amor? Eu preciso conversar com alguém.

- O que aconteceu? Vem pra cá, eu vou te esperar a frente do prédio.

Quando cheguei, corri pra abraçá-lá e voltei a chorar.

- Vamos subir, você se acalma e me conta tudo.

Não conseguía falar nada por um bom tempo e ela tentava adivinhar.

- O que aconteceu? É sobre o estado do Kayle? Eu não pude ficar muito porque meu pai não deixou, mas me conta, o que houve?

- É que eu estou com medo pelo Kayle, eu não vou poder ajudá-lo.

- Como assim? Você não vai doar sangue?

- Eu não posso doar, eu... Tenho... Tenho HIV. - E volto a chorar.

- Como? Você é virgem.

- Eu tenho desde que nasci, eu peguei da minha mãe e ela nuca teve coragem de te contar.

- Talvez sua vida  seria mais normal se não...

- Ela falou o mesmo ontem. - o celular da Mel me interrompe.

- Com licença. - ela atende. - Alô?... Ah, não ele deve está no hospital.... OK.

- Era ela?

- Sim, pediu pra dizer que tem muita coisa pra explicar. Volta pra casa e fala com ela, deixe que explique tudo, você só sabe de uma coisa dessa história toda. Não faça alguma besteira que faça você se arrepender depois. por favor me escuta, faça isso, por mim, por todos nós.

- Eu dei várias chances pra que ela me contasse, mas ela preferiu me deixar de olhos fechados.

- E o Patrick, não vai contar pra ele?

- Eu tenho medo da reação dele se eu contar isso.

- Você vai acabar fazendo o mesmo que sua mãe se não contar.

- Tem razão, mas não sei como dizer isso.

- Se ele te ama, não vai te rejeitar como você pensa e ele prometeu pra todos nós que te amaria acima de tudo.

- Mas eu estou com medo de perdê-lo, ele foi a melhor coisa que me aconteceu e...

- E sua mãe não se opôs contra vocês mesmo com a doença, ela confia nele e sabe que ele não faria algo assim. - diz e me abraça forte.

- Eu vou pensar nisso. Obrigado. Vamos, quero ver o Kayle.

Quando chegamos nos corredores, Vítor chorava desesperadamente.

- Ah não! Não pode ser!

Amor PositivoOnde histórias criam vida. Descubra agora