Amor Positivo

#Capítulo 38

[Hyerin]

Estava em mais uma das minhas manhãs no escritório, com vários papéis sobre a mesa e uma ligação faz meu dia ficar horrível.

- Dra. Kim, tem uma chamada de urgência na linha 1. - diz minha secretária.

- Pode passar, Lídia, obrigada!

(Início da ligação)

- Bom dia, o que deseja?

- Bom dia, doutora.

- Como você encontrou esse número, Marcos?

- Você é bem conhecida.

- Por você ter me encontrado, eu estou lamentando por isso. O que você quer?

- Quero conhecer meu filho?

- É uma piada? Você o rejeitou no segundo que soube dele e ele é meu filho. Adeus.

- Não desligue ou vou encontrá-lo e dizer a ele tudo o que você não tem coragem, como a doença que...

- Como ousa me ameaçar? E se temos isso, é sua culpa.

- Me deixa vê-lo uma vez e nunca mais você vai me ver, eu moro em Nova York e só estou aqui à trabalho até o fim do mês, voltei e é minha última vez que venho no Brasil.

- Você não vai encostar no meu filho, eu não vou permitir, nunca.

- Você quem sabe, não sou eu que vou ficar sozinho depois que ele descobrir que sua mãe não teve coragem de dizer que ele tem HIV.

- Eu fiz e faço pra protegê-lo.

- Ah sim, e você sabia que passar pra alguém sem ela saber é crime? Já pensou se e passa pra alguma namoradinha, ele vai pra um reformatório, já que ele é menor.

- Eu sei de tudo isso e já estou planejando em contar à ele.

- Quando? No seu leito de morte? Você esperou 15 anos e poderia esperar muito mais se sua coragem não vir a tempo pode acontecer qualquer coisa antes disso.

Cada palavra que me deixava mais irritada e com mais raiva dele, muito mais que antes.

- Cala a boca! Ele que decide se quer te ver.

- Eu te dou uma semana pra me dar resposta e que tal marcar para o natal, eu estou pensando em um presente que ele vai adorar.

- Eu deveria colocar você na cadeia por chantagem.

Antes dele voltar a falar mais besteiras eu desligou e começo a chorar.

- Lídia, cancele tudo, eu não estou me sentindo bem e vou pra casa, você pode tirar o dia de folga, mas fica alerta que vou precisar de alguma coisa durante o dia.

- Fica tranquila e obrigada.

Chego em casa e o meu anjinho esta no sofá vendo TV e fico ao lado dele e abraço o mais forte que posso e lagrimas começam a cair.

- O que aconteceu? Mãe? O que houve?

- Eu só estou agradecida por ter você me fazendo companhia, ter algo pra me motivar todos os dias.

- Eu agradeço por ser a sua motivação, mas me conta tem algo mais que eu sei.

Era hora de pensar em ser forte e contar sobre o pai dele, pelo menos essa parte.

- Prometemos nunca esconder nada entre nós, então vou te contar. - respiro fundo. - Seu pai apareceu!

Ele ficou sem falar por muito tempo.

- Eu não sei o que dizer. - finalmente disse.

- Percebi, mas ele quer te conhecer e quase não permiti, mas deixo a decisão com você.

- Me fala o que houve pra você me criar sozinha?

Eu resumi que ele só não queria ser pai e me abandonou, não contei que ele ate falou de abortar.

- Bom, é isso.

- Eu estou perplexo com tudo que ouvi agora, mas eu só quero saber quem é, não vou criar laços com ele, eu quero sempre ficar com você. - ele me abraça.

Fico mais tranquila depois de falar uma parte do segredo.

- Que maravilhoso saber que você nunca me deixaria.

- Eu vou falar com o Patrick, tenho que dividir com ele e saber a opinião dele.

- Faz isso sim, mas fala com ele amanhã, quero ficar o dia todo com você. Não temos mais nosso tempo juntos à muito tempo de mãe e filho.

- Está bem, vou falar pra ele pra ele não vir aqui hoje.

- Bom mesmo, vocês se vêem todos os dias, um dia não vai matá-los.

Ficamos o dia todo juntos, saímos pra comer besteira, ver um filme, compramos roupas e entre outras coisas. Como é bom esse tempinho raro, mas as festas de fim de ano estão chegando e vamos ter outros assim, mas agora em família.