#Capítulo 44

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Kayle faltou a escola hoje, mas eu jurava que tinha visto ele descer de um táxi. Tentei a manhã toda ligar pra ele, mas só dá ocupado.

Estava no meio da tarde e alguém bate a porta e toca a campainha como louco, reconheci quando começou a chamar meu nome.

- Mika, amigo!

Abro a porta rapidamente e Kayle me abraça chorando desesperadamente.

- Amigo, o que aconteceu?

- Aqueles caras voltaram a me ameaçar e eu não falo com meus pais já faz meses, mas ele não se importa, ele prefere morrer e perder tudo, mas não devolve o dinheiro para o sócio. Eu devia ter ficado mais atento, estava tranquilo demais esses meses todos.

- Amigo, você tem que sair da cidade. Agora!

- Não! Se eu sumir vocês todos morrem.

- E o que você vai fazer, já que não pode pedir ajuda a ninguém, como você vai se livrar disso, seu pai que devia estar nessa situação, ele é o culpado de tudo e não você.

- Eles acham que se me machucarem meu pai fará algo pra impedir, mas não vai, ele ama mais o dinheiro que o próprio filho.

- Você devia falar pra eles que você estão ameaçando a pessoa errada e devia  pedir ajuda ou pode aconteceu algo terrível.

- Eu quero que sua mãe me ajude então, ela está tentando salvar a pele do meu pai, mas quero provar o contrário.

- Ok, eu falo com ela hoje e explico tudo, só descansa e toma cuidado. - me despeço o abraçando, mas sentia que não podia soltá-lo.

Horas depois, recebo uma ligação do Vítor.

- Amiga, tentaram matar o Kayle. - diz ele chorando.

- Eu vou estou indo para o hospital, me fala em qual você está?

- Não sai de casa sozinho, chama o Patrick pra vir com você.

- Eu vou ligar pra ele e em meia hora estou ai. Se acalma por favor.

- obrigado, vou avisar pra Mel.

LIGO para o Patrick e ele logo esta na minha casa e fomos rapidamente ao hospital e encontramos o Vítor chorando e a mãe do Kayle finalmente se manifesta.

- Meu amor, se acalma e nos conta o que você sabe. - digo o abraçando.

- Ele me ligou essa tarde e me disse que estava saindo da sua casa e que estava indo me ver, enquanto falávamos ele descia do táxi e depois só ouvi o barulho de uma batida e de pneus. Era perto da minha casa, chamei a ambulância e o trouxeram pra UTI.

- Que horrível! - digo com lágrimas descendo pelo meu rosto.

- Ele queria me falar algo importante.

Patrick e eu nos entre-olhamos.

- Você sabe de alguma coisa? Mika?

- Só o que... - a mãe dele não me deixa falar.

- Foi um acidente! Só isso e espero que prendam o sujeito  por ter fugido e não prestar socorro ao meu bebê.

Falsidade pura toda aquela cena de choro.

- Ele perdeu muito sangue e estão procurando nos hospitais e bancos de sangue, mas está em falta.

- Qual o tipo?

- "A" Positivo. - diz a mãe de Kayle rapidamente.

- É o tipo do meu também, vamos falar com os médicos que eu vou doar.

- Amigo, você faria isso?

- Por qualquer um de vocês sim. - o que ele não sabe que Kayle está lá por nos também.

- Eu vou chamar o médico responsável  por ele.

O médico falou que tenho que fazer uns exames de compatibilidade e de doenças. Fiquei tranquilo, até o médico vir com a notícia que eu estava impossibilitado de doar por ter HIV.

- Não é pode ser possível, porque sou virgem, como posso ter isso se nunca... - ele interrompe.

- Meu jovem, existem várias formas de se contrair, por exemplo: contato direto com sangue, no parto a mãe pode transmitir ao filho, antigamente sim, mas temos métodos novos aperfeiçoados para evitar isso.

- Mas não pode ser... É possível que... - digo pensativo.

- Talvez sua mãe no seu parto passou para você e ficou sem saber esses anos todos? Sinto muito, mas seu amigo, vai ter que esperar mais um pouco.

- Saio do consultório rápido, mando uma mensagem para o Patrick dizendo que estou indo pra casa e pra ficar com o Vítor e me manter informado.

No táxi, chorei muito muito por saber disso e mamãe escondeu por 15 anos. Agora entendo o motivo de ir tanto ao médico e de tantos exames, era isso. Ligo pro celular dela.

- Precisamos conversar, eu sei o que você nuca teve coragem de me contar.

- Meu anjo, eu... - desligo e decido não falar mais nada pelo celular.

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