Capítulo 1: Nova Geração

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~Leah On ~

''Nunca imaginei que iria ter meus lábios tocando os dele. Nunca pensei que uma história de amor tão improvável iria acontecer outra vez naquela família. Nunca saberia que tudo iria mudar de uma hora para outra. Não sei como me senti quando todos meus desejos mais profundos se realizaram. Não parecia que éramos nós, era como se fossemos outras pessoas.

A forma como suas mãos passeavam pelo meu corpo. Nunca havia sido tocada daquela forma. Minha boca nunca havia experimentado aquelas sensações. Os arrepios na minha pele praticamente faziam parte de mim. Quando senti sua respiração no meu pescoço e logo depois um beijo atingir aquela região, talvez eu não soubesse nem mais qual era meu nome. Definitivamente não era mais uma Jones-Miller. Não tinha porquê carregar todo o peso daquele sobrenome naquele momento. Então me despi de tudo que já tinha sido algum dia e ali eu só era dele.

Sempre tive medo da rejeição mas naquele momento lá estava ele. Seu olhar estava em mim. E era só minha aquela atenção. Não me acostumava com a sua beleza, não existia formas de acostumar-se com isso. Ele era perfeito. Ele era enfim parte de mim. Estava com medo e ao mesmo tempo parecia que a partir daquele momento tudo ficaria bem. Nós iríamos conseguir resolver tudo.

Eu estava sentindo todo o amor do qual meus pais tanto me falaram. Todo o amor que eu via em seus olhos. Agora eu estava vivendo aquilo. ''

(...)

Enquanto tudo isso não acontece (Só nos meus sonhos), eu sou apenas uma garota normal de dezesseis anos. Filha de um casal apaixonado e intenso, irmã de um egocêntrico e melhor amiga da melhor pessoa do universo. Sou somente eu. Não sento na primeira cadeira da classe e muito menos na última. Não sou antissocial ao extremo e muito menos popular. Digamos que eu sei sobreviver. E apesar disso não ser sobre The Walking Dead, ás vezes me sinto presa numa vida de zumbi. Só que no caso eu não saio matando ninguém por aí, ou seja, tira toda a diversão de ser um zumbi, o resto representa minha vida.

Menos um dia no ensino médio. Menos um dia morando na casa dos meus pais. Menos um dia em Holmes Chapel. É assim que tento encarar cada dia que passa, como menos um dia.

Posso ser mais um cliché adolescente mas odeio a escola. Na verdade, 99,9% das pessoas da escola. Tiro boas notas porque baseado nesse sistema falho de educação notas avaliam o aluno. E com isso eu preciso de boas notas para entrar em uma universidade. Notas não representam nada quando o dinheiro pode comprar gabaritos e trabalhos prontos.

Os 0,01% que eu gosto se resumem ao Sam. Meu melhor amigo desde sempre. Crescemos juntos, somos como waffle e nutela, pizza e coca cola, netflix e vida, ou seja, nascemos para ficar juntos. Ele é simplesmente a melhor pessoa existente no universo. Fico impressionada em como boa parte das pessoas são lixo descartável perto de Samwell Williams.

O nome do Sam é sempre motivo de brincadeiras, por que não Samuel? Como alguém normal? Simplesmente porque o pai do Sam não é normal. Ele é nada mais, nada menos que o tio Louis a pessoa mais extraordinária que existe. É melhor amigo dos meus pais, do meu pai desde sempre e da minha mãe desde que ela se mudou para Holmes. Tio Louis mora a poucos metros da minha casa, ás vezes. Porque o trabalho dele exige passar bastante tempo fora, em Londres mais precisamente. Então Sam fica com sua avó. Mas de forma alguma meu tio é irresponsável, muito pelo contrário.

A mãe do Sam foi uma aventura dele, a mulher só pariu e depois entregou a criança para que ele cuidasse. E foi isso o que meu tio fez. Abandonou a vida festeira e virou um pai, um paizão na verdade. Muito dedicado e atencioso. Sam é alguns meses mais velho que eu. E como já disse, somos os melhores amigos do mundo inteiro.

Entre VírgulasOnde histórias criam vida. Descubra agora