Capítulo 87: Grow up

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~Leah On ~

~Charlie e Leah na fotinha ahahah meus amorzinhos lindos! Agradeço a todos que chegaram até aqui, all the love! ~

Enquanto eu dobrava aquelas roupas e as colocavam na mala, só pensava em como parecia que eu tinha perdido tempo. Por que eu simplesmente não consegui enxergar mais meu irmão? Por que não fui mais insistente com a nossa relação? Ao invés disso, quando notei que aparentemente ele pensava diferente de mim, apenas o repeli, para bem longe.

Fiz meus próprios amigos, fazia questão de nem ao menos encontrá-lo na escola. Achava Charlie tão insuportável, com sua vidinha superficial, rodeado de gente falsa e tendo pensamentos fúteis que só envolviam: popularidade, garotas e o time de futebol americano.

Mas eu apenas devia ter pensado: ''Hey, esse garoto é meu irmão. Foi ele quem segurou na minha mão para que eu desse meus primeiros passos. Foi ele quem ofereceu seu primeiro pedaço de bolo até o seu aniversário de 7 anos. Foi ele quem me protegeu quando eu não podia me defender sozinha.''

Eu só devia ter ficado perto dele. Se ele estava rodeado de gente falsa, eu deveria estar ao seu redor ao invés disso.

- Leah, por que diabos você está chorando de novo? - A voz grossa dele interrompe meus pensamentos.

- Nada. Cala a boca. E vamos terminar logo com isso- Respondi sem paciência limpando meu rosto.

- Awn, você nem finge que vai morrer de saudades - ele aperta minha bochecha, e sinto vontade de matá-lo. Odeio quem aperta minha bochecha.

Avanço sobre ele apertando seu pescoço e entre as gargalhadas dele, eu paro bruscamente e o abraço forte.

- Seu babaca, vou mesmo, vou sentir saudade, mesmo você sendo um ogro que deixa a tampa do vaso levantada. E que seja desorganizado e sempre acha que por ser o irmão mais velho pode decidir o que vamos assistir na TV. Mesmo assim, sentirei sua falta. - Não conigo conter minhas lágrimas. Inferno! Por que eu me sentia tão acabada? Não era de se esperar que ele fosse para a Universidade quando o colégio acabasse? Por que eu não estou preparada?

- Bolinho... - Sua voz também soa frágil- Não faz isso comigo. Vai ser muito difícil te deixar aqui, sem mim. Mas eu prometo que sempre vou cuidar de você, mesmo de longe.

Enquanto estamos abraçados, sentimos alguém nos envolver fortemente, aquele cheiro, aquele choro alto, sabíamos que era nossa mãe. Se eu estava sofrendo com a partida de Charlie, ela estava a ponto de se matricular na Universidade outra vez, para estar perto dele.

Charlie era seu primeiro filho, fruto de um amor que não cabe dentro dela. Minha mãe sempre nos demonstrou ser forte, em muitas situações. Ela era uma rocha, mas rochas também sofrem erosão.

- Ahhh meus filhinhos... - ela nos apertou- Por que vocês tem que crescer? Por que? - Disse dramática. E nós rimos.

- Você está doida para se livrar da gente e poder ficar livre para se divertir em todos os lugares da casa com meu pai - Charlie falou rindo e ela deu um tapa nele. Ela fez cara de brava mas logo estava se desmanchando em lágrimas- Calma Mãe, não vou servir o exército, só vou ficar a alguns quilômetros de distância.

- Eu sei. Se cuida lá, nada de deixar roupa espalhada pelo quarto, nem comer tanta besteira, muito menos repetir as disciplinas. - ele apertou minha mãe em seus braços.

- Sei disse, Sra. Jones, não se preocupa. Vou ficar bem.

- Coitado do seu colega de quarto- impliquei com ele enquanto voltava a dobrar suas roupas.

Entre VírgulasOnde histórias criam vida. Descubra agora