Capítulo 54: Nocaute

15.9K 2.6K 1.5K
                                    

~Sam On~

~Sam belíssimo on the area, já solta a estrelinha para eu ficar feliz eeee. Cara se você puder curtir todos os capítulos, eu vou te amar para sempre. Seu amooor me pegou, você bateu tão forte com o seu amor~

Nunca corri tanto em toda a minha vida. Eu só queria estar com ele, queria confortá-lo e dizer que aquelas pessoas eram idiotas e que tudo ia ficar bem se estivéssemos juntos. Quando cheguei no seu apartamento, girei a chave reserva que ele me deu e logo estava dentro do lugar.

Tudo estava escuro. Chamei por seu nome e ele não me respondeu mas eu sabia que estava ali, seu casaco estava jogado no sofá. Fui para o quarto e o encontrei sentado na cama, olhando para o chão. Apressei-me em ajoelhar-me até ele, segurando seus braços, ele não estava chorando, estava estático, sem reação alguma.

- O que está fazendo aqui? Não devia estar na aula? - foi a primeira coisa que perguntou. Mas de que isso importava?

- Eu precisava estar com você. Amor, por favor, não fique assim tão mal, não liga para o que eles falaram de você e...- minha fala é interrompida por uma risada irônica.

- Não ligar? - Ele balançou a cabeça e levantou-se saindo de perto de mim. Saí do chão - Você não entende. Aliás, já te falei mil vezes e você nunca entendeu.

- O que eu não entendi? Que é difícil? Que as pessoas são umas escrotas? Isso eu já sei. - Ele andou até uma parede e ficou lá, virado de costas para mim.

Charlie não tinha olhado em meu rosto desde que cheguei. E então eu me senti sozinho. Foi como se todos os dias que passei ao seu lado passassem pela minha mente, rapidamente, foi tão pouco tempo mas tantos momentos que nunca irei esquecer. Senti algo realmente ruim naquele instante.

- Não é isso, isso é um fato Sam. O que você não entendeu é que... - Ele respirou fundo, ainda de costas, com sua testa na parede.

- Se for falar algo importante, pelo menos olha na minha cara- Fiquei de pé, tentei me manter firme.

No caminho até o apartamento, não consegui pensar em muitas coisas. Sabia que esse era possivelmente o momento mais tenso da vida de Charlie, afinal ele foi exposto para toda a escola. Tenho certeza que a maioria já sabia sobre mim, mas sobre ele. Surpresa total. E ele ainda é conhecido, ou seja, só intensifica tudo.

Mas como ele reagiria a isso? Não pensei sobre. Não até chegar e vê-lo. Ver como ele parecia não ser mais o meu Charlie, aquele que compartilhou o pote de sorvete comigo, ou o que eu ajudei a estudar física, ou aquele que adorava mexer nos meus cabelos. Aquele Charlie Miller que existia só para mim, quando estávamos sozinhos.

Senti um vazio imenso. Como um filho perdido de sua mãe. Não que eu já não estivesse de certa forma acostumado a me sentir assim. Mas a dor aumentava de um jeito tão intenso que a cada gesto dele, eu só queria parar no tempo e impedir que aquilo ficasse pior, que a dor aumentasse mais.

Quando ele se virou, tinha os olhos avermelhados, como se estivesse se segurando para não chorar.

- Charlie, por favor, a gente pode resolver... - Eu disse aproximando-me mais, minha voz já estava entrecortada, então percebi que já estava chorando.

- Como? - ele ergueu os braços- A forma como meus companheiros de time olharam para mim, a forma como todos olharam para mim... - ele passou a mão nos cabelos em forma de desespero. Eu não queria que ele se sentisse assim. - Eu treino todos os dias, eu me esforço ao máximo- As palavras pareciam difíceis de sair de sua boca.

- Sua sexualidade não tem a ver com o seu trabalho como capitão, Charlie. Você continua competente.

- Você vive no seu mundinho Sam, só pode. O que achou que ia acontecer depois disso? Que íamos andar de mãos dadas pela escola? - ele falou como se realmente isso nunca tivesse passado por sua cabeça, me senti um idiota - Para achar que ''tudo bem''. Não é tudo bem. Ninguém vai me tratar normal a partir de agora, eu não sei o que fazer. - Ele começou a aumentar a voz.

Entre VírgulasOnde histórias criam vida. Descubra agora