Entre Vírgulas

Capítulo 28: The Captain

~Charlie On~

~No último caps tinha dito que era Sam On no próximo mas era dia da mentira, acho que ninguém se ligou ahahaha Charlie para vocês~

Tudo sempre fluiu tão fácil na minha vida. Eu tinha uma família que me apoiava, me incentivava a crescer, tinha dotes físicos que conseguia treinando duro mas eu gostava disso, sempre rodeado de gente, com meus três melhores amigos, aproveitando as melhores festas.

Minha irmã e eu estávamos sempre em pé de guerra, mas era um fato que eu amava a Bolinho. Meu dever como irmão mais velho era sempre protege-la. Apesar dela sempre pensar o pior de mim, eu achava ela uma das pessoas mais inteligentes e generosas que eu conheço, sempre pensando em várias causas humanitárias das quais eu nunca me importei.

Sobre meus relacionamentos... Talvez tenha sido sempre a parte mais fácil, quando eu queria conquistar alguém, geralmente conseguia. Talvez fosse algo meu, talvez estivesse predestinado, talvez seja uma herança de família. Só sei que eu tinha muitas garotas, foi assim desde meus doze anos e é assim até hoje.

Sempre fui o orgulho do meu pai nesse quesito, conversávamos tanto sobre a juventude, sobre como era legal eu ter experiências novas, conhecer bastante garotas até achar a especial. Assim como ele achou mamãe, da forma mais improvável do mundo. Não fiquei aguardando ansiosamente para encontrar minha alma gêmea mas o tempo passou e nada. Nenhuma garota abalou minha estrutura.

Então continuo aproveitando minha vida de solteiro. Tem pontos positivos e negativos. Mas os negativos quase sempre não me envolvem. As garotas brigam mais entre si do que comigo. Afinal quando estou com alguma faço o máximo para ter prazer e fazê-las felizes.

Minhas notas eram um capítulo a parte mas até então estava indo. Porém notas medianas e até baixas já começavam a me dar dor de cabeça.

Estou no último ano do colegial. E só então percebi que não vai ser tão fácil assim para sempre. Começando pela pressão de obter notas maiores para conseguir entrar em uma boa universidade. Isso já demanda um enorme tempo. Além disso sou Capitão do time de futebol americano, a pressão se torna quase insuportável. E algo mais aconteceu.

Algo que tirou meu sono, meu apetite, minha calma. Não sei como posso chamar isso, se é que é alguma coisa. O que tento sempre enfiar goela abaixo: ''vai passar''. Queria muito que sumisse. É como se eu tivesse com alguma peça quebrada, porque não pode ser isso que sou. Não sei como começou. Não sei quando vai acabar. Mas basta uma palavra para todos os sentimentos, toda a falta de sono, apetite e calma surgirem novamente. Samwell.

Quando penso no que já aconteceu entre nós, preciso ser forte para não tentar me matar. É torturante saber o que fiz com ele mas ao mesmo tempo, queria continuar fazendo. Droga. Eu repito isso na minha cabeça umas quinhentas vezes todo santo dia. Eu sou Charlie Miller, capitão do time de futebol americano. Aja como tal.

Beijar um homem... Beijar daquele jeito. Gostar muito. Querer passar o dia inteiro beijando. Não era algo normal para mim. De onde surgiu isso?

Ainda por cima com Samwell Williams, até demorei para notar sua presença, quando éramos mais novos. Ele era o único filho do tio Louis que morava a poucos metros da nossa casa, crescemos juntos mas quase sempre ele brincava com minha irmã, achava aquilo muito estranho.

Fomos crescendo e comecei a ter desconfiança em relação a ele. Não gostava do seu jeito. Não gostava da ideia que ele me transmitia sobre si mesmo. Acho que sempre desconfiei que ele era gay. Só não tinha certeza absoluta. Até aquela festa.

Um pouco antes da festa dos calouros do time, algo surreal tinha acontecido, Samwell tinha simplesmente entrado no futebol. Ele ia jogar lá e isso só me deixou mais perturbado, algo nele me deixava furioso, completamente inquieto por dentro. Tive que me controlar muitas vezes para não jogá-lo em alguma lixeira. Mas como capitão, nem poderia fazer isso, tinha que ser exemplar.